O acidente de carro envolvendo o jogador do Atlético Alan Bahia, há dez dias, em Curitiba, reacendeu a discussão sobre obrigatoriedade do cinto de segurança também para os passageiros do banco traseiro. No veículo havia três ocupantes e apenas um, o ex-atleta rubro-negro Alex Miranda, acabou morrendo após o peugeot 307 colidir com um poste. Ele estava atrás e era o único que não usava o dispositivo de proteção.
O cinto já virou hábito para quem anda na frente, mas ainda é ignorado pelo ocupante de trás, às vezes pela dificuldade de retirá-lo de "dentro" do banco. Um estudo da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia mostra que num choque frontal, com o veículo a 50 km/h, uma pessoa de 60 kg e sem cinto continuará a "viagem" pesando cerca de 1 tonelada. Quem está atrás será jogado contra o encosto da frente e o teto. "Pode ocorrer uma flexão extrema do pescoço, levando à fratura na coluna cervical e ferimento da medula espinhal", alerta o traumatologista Marlus Gunia Schiavon.
E o movimento desta pessoa não termina aí. Ela provavelmente irá de encontro ao pára-brisa e com grandes chances de parar somente do lado fora do carro. "Antes disso, pode atingir e até matar o motorista ou o passageiro da frente", ressalta.
Em caso de capotamento, as conseqüências também são trágicas. Segundo Ricardo Cesár Accioly, diretor clínico do Siate, sem o cinto a pessoa é arremessada várias vezes pelo interior do carro, ocasionando traumas de crânio, tórax, face e tronco. "Atendi capotamentos nos quais os passageiros com o cinto de segurança saíram ilesos, enquanto quem não estava acabou morrendo em virtude das lesões", conta o médico.
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