O mercado de picapes médias no Brasil vem seguindo uma tendência que combina aptidão fora de estrada com sutileza para rodar na cidade. Toyota Hilux, Chevrolet S10 e Ford Ranger já se renderem a essa proposta e hoje agradam desde o homem do campo ao motorista que terá pouco contato com o chão de terra.
Chegou a vez da Nissan Frontier entrar neste time. Um pouco tarde, talvez, já que a nova geração é vendida lá fora há um bom tempo e até apareceu para o consumidor brasileiro no Salão de São Paulo, em novembro de 2016.
Mas, a marca acredita que os predicados da 12.ª geração serão capazes de minimizar esse longo hiato com o nosso mercado. O modelo está nas lojas em versão única LE, a mais completa, vinda do México e equipada com motor 2.3 turbodiesel, câmbio automático e tração 4x4.
O preço é de R$ 166,7 mil. Parece salgado? Nem tanto, pois está dentro da faixa de tabela cobrada pelos rivais com configurações semelhantes. As versões mais em conta só virão em 2018, saindo da fábrica da Argentina. De Córdoba também sairão as futuras picapes Renault Alaskan e Mercedes-Benz Classe X.
Segundo a montadora, a aposta na versão mais cara para o lançamento se baseia no mix de vendas das picapes médias no país: 70% são turbodiesel, 4x4 e com transmissão automática. E deste volume, perto de 40% se refere ao acabamento topo de linha.
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Se você pensa entrar no universo das caçambas médias ou pretende trocar a sua, dê uma olhada nos quesitos que podem ou não tornar a nova Nissan Frontier uma opção para a sua garagem.
1. Visual que conversa com a cidade
A dianteira ficou menos quadrada que a geração anterior, com a nova grade em V mais robusta e que identifica a marca Nissan desde o March. Destaque para os vincos do capô, que estão bem acentuados nas laterais.
Os faróis espichados em full led é um redesenho da linha anterior e casam bem com a luz diurna em led posicionada como uma espécie de sobrancelhas. Os faróis de neblina ganharam uma moldura triangular.
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Repare que há detalhes cromados por toda a parte, na grade frontal, nas molduras das luzes de neblina e dos retrovisores, na base dos vidros e nas maçanetas. É um carimbo das picapes atuais, mas na Frontier esse recurso está bem realçado, valorizando o requinte.
Na traseira, os elementos internos das lanternas têm novo design, assim como a tampa da caçamba, com aplique cromado e câmera de ré.
2. Motor com torque mais cedo
Lembra dos “pôneis malditos” que provocavam a concorrência nos comerciais da Nissan no começo da década? Ficaram no passado. A Frontier não pode mais tirar onda dos rivais neste quesito. Pelo menos no tamanho.
O motor 2.3 biturbodiesel, que substitui o antigo 2.5, é o segundo menor do segmento, à frente apenas do 2.0 da Volkswagen Amarok.
Já na potência e torque, confira o comparativo:
Eu tenho a força!
Considerando apenas as versões similares à Nissan Frontier LE
Modelo | Potência (cv) | Torque (kgfm) |
Toyota Hilux 2.8 TD | 177 | 45,9 |
VW Amarok 2.0 TD | 180 | 42,8 |
Mitsubishi L200 Triton 2.4 TD | 190 | 43,8 |
Nissan Frontier 2.3 TD | 190 | 45,9 |
Ford Ranger 3.2 TD | 200 | 47,9 |
Chevrolet S10 2.8 TD | 200 | 51,0 |
O propulsor entrega os 45,9 kgfm de torque entre 1.500 e 2.500 rpm, enquanto o antecessor rendia os mesmos 190 cv, porém boa parte do torque partia de 2.000 giros.
São dois turbos, um de baixa e outro de alta pressão. Na prática, os dois entram em operação na primeira acelerada, com o giro subindo rapidamente, entregando boa performance em qualquer velocidade.
Ao passar dos 3 mil rpm o ronco fica mais grosso e alto, passando a impressão de que há um esforço extra do veículo.
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A nova transmissão automática de 7 marchas (no lugar da 6 marchas), com trocas sequenciais, escalona bem as mudanças, favorecendo um funcionamento sem vibrações excessivas, típicas do motores a diesel. A manual de 6 velocidades será oferecida quando a picape vier da Argentina.
3. Consumo médio na categoria
A motorização menor e a boa sintonia com o câmbio de 7 velocidades deixaram a Frontier um pouco mais econômica. A picape também passou por um dieta que retirou 186 kg no peso.
Ao entrar no ritmo cruzeiro, entre 100 e 120 km/h, apenas uma das turbinas (a de baixa pressão) fica operando. Com isso, o ponteiro do conta-giros estaciona a 2 mil rotações, privilegiando o consumo menor.
O resultado é a classificação B em seu segmento no programa de etiquetagem Conpet - a única com a nota “A” é a nova Mitsubishi L200 Triton Sport.
Consumo
Comparativo de consumo no motor a diesel, segundo o Inmetro (classificação na categoria)
Modelo | Cidade | Estrada | **Nota Inmetro |
Mitsubishi L200 Triton 2.4 AT | 9,8 km/l | 11,8 km/l | A |
Toyota Hilux 2.8 AT | 9,0 km/l | 10,5 km/l | B |
Nissan Frontier 2.3 AT | 8,9 km/l | 10,1 km/l | B |
Chevrolet S10 2.8 manual* | 8,4 km/l | 10,4 km/l | C |
VW Amarok 2.0 AT | 8,9 km/l | 9,2 km/l | C |
Ford Ranger 3.2 AT | 8,3 km/l | 9,5 km/l | D |
*A versão automática não foi avaliada pelo Inmetro. AT: câmbio automático. |
4. Menos salto e mais segurança em curva
A picape, agora mexicana, mantém os o DNA off road da geração anterior, fabricada em São José dos Pinhais desde 2008. Aliás, reforçou nesse quesito. O chassis feito em parceria com a Renault e Mercedes-Benz é quatro vezes mais forte.
A suspensão também foi retrabalhada. Na dianteira, há um ajuste mais macio visando a condução macia, como acontece com as demais picapes. No entanto a traseira adotou a combinação do eixo traseiro rígido com o sistema fivelink (cinco braços), trocando o feixe de molas por molas helicoidais.
Traduzindo, a Frontier salta menos sobre o piso irregular - os passageiros que vão atrás irão agradecer - e não ameaça sair de traseira a cada curva, como é comum na concorrência.
A condução chega a lembrar a de um utilitário esportivo, privilegiada pelas s rodas de liga leve menores, com aro 16, que entregam mais conforto.
5. Mais tecnologia off road
Os recursos tecnológicos incorporados deixam a Frontier mais próxima dos rivais, porém ainda distante de Ford Ranger e Chevrolet S10, que chegam a frear sozinhas e corrigir o volante automaticamente diante de uma distração do motorista.
O modelo passar a contar com controle de velocidade em descidas (não é necessário pisar no freio) e assistente de partida em rampa ( impede o carro de andar para trás quando está em um aclive).
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A tração 4x4 agora pode ser selecionada a até 100 km/h (era 80 km/h). Os demais recursos mecânicos incluem marcha reduzida, bloqueio do diferencial traseiro e controles de estabilidade e de tração.
Para quem curte encarar terrenos acidentados, os ângulos fora de estrada são amplos: 31,6° de ataque, 27,2° de saída e altura do solo de 29,2 cm.
6. Cabine moderna e confortável
A preocupação das marcas em deixar as picapes com mais ‘cara de cidade’ passam, principalmente, pelo bem estar na cabine. E a Frontier deu um salto na evolução. Sai o visual vencido da geração anterior, entra um design mais atraente ao olhar e ao toque.
A tela de LCD entre os mostradores melhorou o desenho do painel de instrumentos. A central Multi-App tem 2 GB de memória para baixar aplicativos e arquivos, contudo a tela sensível ao toque poderia ser um pouquinho maior (são apenas 6,2 polegadas ).
Os bancos dianteiros têm aquecimento em dois níveis, mas não há ventilação para os dias de calor. Os assentos em couro contam com a tecnologia Gravidade Zero, inspirada em projetos da NASA, que ajudam a eliminar a fadiga e melhoram o conforto para os ocupantes.
O motorista ainda pode ajustar eletricamente seu banco em cincos posições (para frente, para trás, inclinação, ângulo e altura do assento e lombar). O ar-condicionado digital de duas zonas tem saídas traseiras.
A comodidade se completa com cinco suportes para copos e onze compartimentos para acomodar objetos.
7. Deslizes desnecessários
Para um carro de R$ 167 mil, fica difícil entender por que a Nissan deixou de lado alguns itens comuns em qualquer modelo mais acessível.
Não há encosto de cabeça e cinto de três pontos para o passageiro central; os vidros elétricos com função um-toque é restrito ao motorista; e o retrovisor interno não é fotocromático, sem falar que o volante tem apenas regulagem de altura (falta de profundidade).
A Frontier também poderia aproveitar a câmera de ré de 360 graus, presente no crossover Kicks. O modelo não tem opcionais. O único extra é a pintura metálica, que custa R$ 1.550.
8. Preço competitivo
A nova Frontier chega com tabela de quase R$ 10 mil acima da linha anterior. A mudança de nacional para importada e o incremento de alguns itens tecnológicos poderiam justificar a diferença.
A verdade é que a versão LE se aproximou das rivais, que em alguns casos são mais equipadas, como a Ranger e S10, que trazem sensor de ponto cego, alerta de colisão frontal, alerta de saída de faixa, além de airbags laterais e do tipo cortina e frenagem automática, no caso da Ford.
Concorrência
Modelo | Tabela |
Mitsubishi L200 Triton Sport HPE * | R$ 154.990 |
Chevrolet S10 LTZ | R$ 162.790 |
Nissan Frontier LE | R$ 166.700 |
VW Amarok Highline | R$ 167.990 |
Toyota Hilux SRV* | R$ 168.670 |
Ford Ranger XLT* | R$ 169.090 |
*Versões semelhantes à Frontier LE |
O que ela traz
Frontier LE
R$ 166.700
Comodidade e conforto
Direção hidráulica, faróis com acendimento automático; revestimento interno de couro (bancos, volante, manopla câmbio e alavanca do freio de estacionamento); bancos dianteiros aquecidos (em dois níveis, mas sem refrigeração); ar-condicionado digital de duas zonas, com saídas para os assentos traseiros; banco do motorista com regulagem elétrica; chave inteligente presencial e partida por botão; controlador automático de velocidade; display colorido de 5” no quadro de instrumentos; vidros elétricos nas quatro portas (um-toque apenas para a subida e só o do motorista); volante multifuncional com botões iluminados e coluna de direção com regulagem de altura; câmera de ré com sensor de estacionamento traseiro; central multimídia com tela colorida tátil de 6,2”, AUX/USB/Bluetooth, e conexão de internet via celular com opção de download de apps.
Segurança
Faróis full led com luz diurna em led; faróis de neblina; airbag duplo frontal e freios ABS (obrigatórios) com EBD; bloqueio mecânico do diferencial traseiro com limitador; controles de tração e estabilidade; controle de descida (hill climb); e e assistente de partidas em rampas.
Ficha técnica
Motor | 2.3 16V biturbodiesel |
Potência/ torque | 190 cv/ 45,9 kgfm |
Câmbio | Automático de 7 marchas |
Pneus | 255/70 R16 |
Dimensões | 5,25 m (c), 1,85m (l), 1,85m (a) e 3,15 m (ee) |
Tanque | 80 litros |
Caçamba | 805 litros |
Peso | 1.985 kg |
(c) comprimento, (l) largura, (a) altura e (ee) entre-eixos. |
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