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Se no segmento de sedãs médios, a nova geração do Cruze ainda não incomoda os líderes Toyota Corolla e Honda Civic, no universo dos hatches médios a Chevrolet aposta que o renovado Sport6 irá desbancar em vendas Ford Focus e Volkswagen Golf.

O modelo apresentado no Salão de São Paulo em novembro chegará às lojas na segunda quinzena de dezembro, com preço inicial de R$ 89.990 na versão LT, bastante recheada, por sinal, pula para R$ 101.990 na LTZ e alcança R$ 110.990 na LTZ Plus.

Os valores nas versões LTZ são um pouco mais caros que no sedã devido a presença do teto solar, um item exclusivo do hatch. Fora isso, as duas carrocerias compartilham os mesmos componentes de série.

A confiança da marca no sucesso do carro está na renovação visual, que ficou com uma aparência ainda mais apimentada, e, principalmente, pelo conteúdo disponível.

Confira os preços e as versões

Hermann Mahnke, gerente de marketing da empresa, projeta emplacar 1,5 mil unidades/ mês e assim abocanhar um terço do segmento.

É uma meta bem ousada, já que seria o triplo do volume médio mensal de vendas dos concorrentes em 2016 - Focus, com 570 carros, e Golf, com 500 - e cinco vezes mais que o atual Cruze Sport6 - com 300 unidades/ mês.

As credenciais para conseguir esse salto começam na arquitetura escolhida para a segunda geração: a do novo Astra europeu, ganhador de inúmeros prêmios lá fora e eleito o ‘Carro do Ano’ na Europa.

Apesar de dividir a mesma plataforma D2XX, o Cruze tem maior espaço interno e é um produto global, enquanto o Astra, mais compacto, é voltado para o mercado do Velho Continente.

As linhas atléticas do carro exibem capô e caixas de roda musculosos, teto com caimento esportivo e rodas de 17 polegadas. A Chevrolet conseguiu deixar a dianteira do Sport6 mais agressiva que a do sedã. A inspiração veio da versão RS americana, com para-choque mais invocado e faróis de neblina retangulares, em vez dos circulares do três-volumes.

A traseira é exclusiva, com lanternas que invadem a tampa do porta-malas e para-choque com uma espécie de extrator. Ela está mais curta que o antecessor, justamente para valorizar um ar mais esportivo. Só que isso acabou sacrificando o porta-malas - o volume reduziu de 402 litros para 290 l (similar ao de hatches compactos).

Por outro lado, a distância do entre-eixos, que já era boa, ganhou 1 cm, passando para 2,70 m, o que garante espaço de sobra para os ocupantes.

Na cabine, o hatch repete o mesmo acabamento e painel com material emborrachado visto no sedã, além das portas com forrações de plástico. O interior é na cor preta na versão LT e bege nas LTZ, sempre com bancos de couro.

A Gazeta do Povo testou o novo Cruze em ambiente urbano e rodoviário na região de São Paulo. E pode constatar interessantes evoluções comparado ao anterior.

A carroceria está 20% mais leve e 6% mais firme , o que se traduz num melhor consumo de combustível e num desempenho mais empolgante, especialmente na estrada.

Consumo

Cruze 1.4 AT (novo) Cruze 1.8 AT (antigo)
Cidade 7,6/ 11,3 km/l 6,1/ 9,1 km/l (e/g)
Estrada 9,3/ 13,6 km/l 7,3/ 10,8 km/l (e/g)
AT: câmbio automático. e: etanol. g: gasolina.

A suspensão traseira foi enrijecida e houve um aumento na carga das molas e amortecedores para favorecer uma tocada mais arisca que fizesse jus ao design.

Preocupação que também chegou à direção elétrica. Ela está menos assistida, o que significa mais peso e precisão nas respostas, agradando em cheio o condutor que prefere um carro mais arisco.

A sensação é de ter o hatch sempre à mão, especialmente nas mudanças de direção com o ponteiro lá cima. O Cruze contornava com segurança o traçado de curvas mais acentuadas, sem que o controle de estabilidade precisasse entrar em operação.

A esportividade do Cruze é bem temperada pelo motor 1.4 turboflex, de 153 cv e 24,5 kgfm de torque, disponíveis já a 2 mil giros - o propulsor estreou no Cruze sedã em junho deste ano. A força é entregue de forma linear e progressiva, lembrando motores aspirados de maior cilindrada.

O câmbio é sempre automático de seis marchas, porém faltam as borboletas atrás do volante para trocas manuais, opção presente nos rivais.

O modelo vai de 0 a 100 km/h em 9 segundos, deixando para trás o Focus 2.0, de 178 cv e 22,5 kgfm, que precisa de 9,4 s para atingir a mesmo velocidade, e emparelhando com o Golf 1.4 TSI, de 150 cv e 25, 5 kgfm, com 8,7 s.

O Cruze Sport6 virá importado da Argentina, acompanhando o sedã. Resta saber se conseguirá mesmo dar uma chacoalhada num segmento cuja demanda está em baixa. Tem preço e conteúdo, desde a versão LT, para acelerar bem mais forte nas vendas do que Golf e Focus.

OnStar com diagnóstico avançado

O Cruze hatch marca a introdução da função Diagnóstico Avançado no OnStar, que informa instantaneamente por meio de um aplicativo se há algum problema no motor ou transmissão do veículo, assim como nos airbags, controles de tração e freios.

O que ele traz

Cruze Sport6 LT

R$ 89.990

Direção elétrica progressiva; controles de tração e de estabilidade; câmbio automático de seis marchas; freios ABS com EBD; sistema de frenagem de emergência; start-stop; assistente de partida em rampas; monitoramento da pressão dos pneus; sensor e câmera de ré; luz de condução diurna; controle de cruzeiro; bancos em couro, airbags frontais e laterais; sistema Isofix de fixação de assento infantil; sistema multimídia MyLink 2 com tela de 7”; OnStar; rodas de liga aro 17 com acabamento claro.

Cruze Sport6 LTZ

R$ 101.190

Acrescenta teto solar; airbags de cortina; faróis com regulagem de altura; luz de condução diurna em led; sensor de estacionamento dianteiro; sensores de chuva e crepuscular; abertura das portas e partida por sensor de aproximação da chave; acionamento da ignição por controle remoto; retrovisores com rebatimento elétrico; retrovisor interno eletrocrômico; sistema multimídia MyLink 2 com tela de 8” e GPS integrado; comandos do OnStar no multimídia; e rodas de liga aro 17 com acabamento escurecido.

Cruze Sport6 LTZ Plus

R$ 110.900

Inclui assistente de permanência na faixa; alerta de colisão frontal; alerta de ponto cego; assistente de estacionamento; farol alto inteligente; carregador de celular sem fio; banco do motorista com ajustes elétricos; e monitoramento da distância do veículo à frente.

O jornalista viajou a convite da Chevrolet
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