A Mercedes revelou na noite deste domingo (10) a décima geração da Classe E em prévia que antecede a abertura do Salão do Automóvel de Detroit. A terceira geração faz sua estreia mundial com a promessa de ser o veículo mais inteligente fabricado em série. No segmento semestre deste ano e começo de 2017 ele já estará nas lojas de diferentes países pelo mundo.
Por fora, o modelo da marca alemã, que está posicionado entre Classe C e Classe S, segue o visual bem sucedido adotado na renovação do irmão menor Classe C.
No interior, inovação com quadro de instrumentos e painel integrados em uma única tela configurável que vai detrás do volante ao console central, possivelmente a maior da indústria.
A grande novidade, porém, é a evolução dos sistemas de assistência de direção e o Drive Pilot que, segundo a Mercedes, é o próximo passo na estrada para um veículo autônomo.
A uma velocidade de até 130 km/h, ele poderá, por exemplo, controlar o volante para mudar para a faixa escolhida pelo motorista, caso ela esteja vazia, mesmo que a marcação das faixas não esteja visível. Radares e sensores identificam veículos e estruturas nas laterais. Ou seja, poderia rodar sem problema na estradas brasileiras.
“O carro será capaz não só de reconhecer pessoas e situações complexas, mas de se adaptar e se antecipar”, explica Dieter Zetsche, presidente mundial da Mercedes. “Sempre um passo a frente da concorrência”, provoca.
De fato, o Drive Pilot vai muito além do ACC, oferecido pela marca e seus rivais, que apenas mantém a distância do carro a frente, mesmo quando não é possível ler as faixas, como no Volvo XC90. O equipamento também faz uma série de assistências no volante.
O modelo continua corrigindo escapadas e freando para veículos, obstáculos e pedestres, mas agora identifica trânsito em cruzamentos. Uma câmera será capaz de ler as placas e, se for a configuração escolhida previamente pelo motorista, ajustar a velocidade ao limite.
Uma rede dados batizada de Car-to-x comunication ainda permitirá que os Classe E se comuniquem, trocando informações sobre mapas e as condições da via para tomar decisões e ainda avisar o motorista. “O veículo é capaz de aprender e oferecer a melhor solução”, promete Zetsche.
Brasil
Todas as versões serão equipadas com câmbio automático de nove velocidades. Os motores a gasolina vão do 2.0 quatro cilindros, de 184 cv, ao seis cilindros, de 333 cv.
As opções diesel não chegam ao mercado brasileiro, assim como não há previsão para importar a versão híbrida (potência combinada de 279 cv).
O novo Classe E será lançado no Brasil via importação a partir de agosto. Segundo a Mercedes, as configurações e os preços para o país ainda não estão definidos. O atual parte de R$ 300 mil.
A direção autônoma, que será vendida como um pacote opcional, também não está nos planos.
Skynet
A evolução dos sistemas que exercem as funções do motorista impressiona. A tecnologia faz a mente viajar em máquinas que pensam como as do filme ‘O Exterminador do Futuro’.
Na famosa franquia estrelada por Arnold Schwarzenegger, elas evoluem tanto que declaram guerra aos humanos. Tudo começa quando a inteligência artificial Skynet é utilizada por militares dos EUA.
Para Erik Brynjolfsson, professor do renomado MIT, pesquisador da área que participou da apresentação da Mercedes, uma revolução das máquinas é, teoricamente, um resultado possível, mas a tecnologia existente hoje ainda está muito distante disso.
“Se preocupar com isso agora e como se preocupar com o excesso de população... em Marte”, brinca Brynjolfsson.
Além do sedã, a Mercedes trará para o Brasil o crossover GLE Coupé, previsto para o primeiro semestre, o SLC (antigo SLK), que foi levemente reestilizado e deve desembarcar logo depois do Classe E, e até o fim do ano o Classe S conversível, outra estreia mundial da Mercedes em Detroit.
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