A PSA Peugeot Citroën fará no próximo dia 6 de abril o lançamento nacional do Peugeot 208, que passou por reformulações internas e externas e já está em produção na fábrica de Porto Real (RJ). Mas a principal novidade é o motor 1.2 com três cilindros, de 90 cavalos e 12,9 kgfm de torque, além da inédita versão turbinada GT para o Brasil (leia mais abaixo), de 173 cv.
Segundo a empresa, o bloco 1.2 é 20% mais econômico e mais eficiente que o atual 1.5 de quatro cilindros, de 93 cv e 14,2 kgfm, que equipa as configurações de entrada do modelo no país e que será aposentado. Já o 1.6, de até 122 cv, continuará sob o capô das versões mais caras.
Dados da Peugeot, em testes do Inmetro, apontam que o consumo com gasolina será de 15,1 km/l na cidade e 16,9 km/l na estrada. Com etanol, os números são de 10,9 km/l em ciclo urbano e 11,7 km/l em ciclo rodoviário.
O bloco 1.2 do 208 levaria vantagem sobre o up! TSI , o modelo mais econômico do país atualmente, com exceção dos híbridos. O consumo do subcompacto da Volkswagen é de 9,6/ 13,8 km/l na cidade (e/g) e 11,1/ 16,1 km/l (e/g) na estrada.
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A motorização da família PureTech é uma das mais sofisticadas do Grupo PSA. Em 2015, em Stuttgart, na Alemanha, a sua versão Turbo ganhou o Prêmio de “Motor do Ano” na categoria dos motores com cilindrada entre 1.0 e 1.4 litro (“The International Engine of the Year Awards”).
A linha tem variações de cilindrada na Europa: 1.0 aspirado de 68 cv, 1.2 aspirado de 82 cv e 1.2 turbo, de 110 cv ou 130 cv, todos de três cilindros. Por lá, além do 208, ele também está disponível no 308 e no 2008.
Importado
O propulsor flex será importado da França, estratégia incomum nessa faixa de segmento. Segundo o presidente do grupo no Brasil e América Latina, Carlos Gomes, a forte desaceleração no mercado de veículos não justifica a produção local do motor, mesmo com o câmbio desfavorável às importações. “Precisa de volume de 80 mil a 100 mil unidades por ano para ser viável produzir localmente”, diz.
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O motor foi desenvolvido nos últimos três anos por engenheiros brasileiros e franceses. Na parte que coube ao Brasil no projeto do motor e das adaptações ao modelo, similar ao lançado na Europa há seis meses, a PSA investiu R$ 200 milhões, valor que integra o plano de aportes de R$ 3,7 bilhões do grupo iniciado em 2011 e encerrado em 2015.
Gomes não revela quanto seria necessário para a produção local do novo motor. Ressalta também que o grupo não tem, no momento, a definição de um novo plano de investimentos.
Para o funcionamento com o etanol, a taxa de compressão foi elevada dos 11:1 originais para 12,5:1. O sistema de partida a frio funciona com aquecimento de combustível no injetor (eliminando o reservatório auxiliar de gasolina). O conjunto pistão-anéis foi reforçado com a utilização de injetores de óleo fundo de pistão. Já as válvulas e sedes foram reforçadas e foram instaladas velas especiais.
GT nacional
O 208 GT também será feito no Brasil. A versão mais nervosa do hatch foi flagrada sem disfarces em uma concessionária da marca no Rio de Janeiro. Ela é equipada com o motor 1.6 THP, de 173 cv, já disponível em outros carros da PSA, como Citroën C4 Lounge e Peugeot 308.
O bloco virá associado à transmissão manual de seis velocidades. O 208 GT tem alguns detalhes mais agressivos no visual, como nos para-choques e lanternas traseiras, mais escuras. As rodas também aparecem com desenho diferenciado.
O hot hatch traz ainda spoiler, pedais em alumínio e volante é esportivo, com base achatada, além do logotipo ‘GT’ na tampa do porta-malas do 208.
Mercado
No ano passado, as vendas da PSA no Brasil caíram 38,3% em relação a 2014, num mercado que encolheu 25,6%, para 2,4 milhões de automóveis. A previsão de Gomes para este ano, tendo como base os resultados do primeiro trimestre, é de que as vendas no segmento fiquem abaixo de 2 milhões de unidades.
O executivo ressalta, contudo, que mudanças podem ocorrer num curto espaço de tempo. “Vejam o exemplo da Argentina, que se apresenta como um país cheio de expectativa e está atraindo investidores; creio que o Brasil tem condições de fazer esse trabalho.”
Lucro
O Brasil foi o único país na região onde a PSA registrou prejuízo em 2015. Compensado pelo crescimento dos demais mercados, o grupo teve lucro na América Latina pela primeira vez.
Para Gomes, com novos produtos, as marcas Peugeot e Citroën vão voltar a ganhar espaço no mercado doméstico, além de recuperar exportações. Em 2015, o grupo já havia investido R$ 150 milhões no início da produção do Citroën Aircross e R$ 400 milhões no Peugeot 2008.
O preço do novo Peugeot 208 será divulgado na próxima semana, mas a expectativa é de que não haja mudança significativa em relação ao atual, que parte de R$ 48 mil.
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