Por fora ele tem um jeitão de hatch médio. Por dentro, o estilo de carro premium. Com pouco meses de vida, o Chevrolet Onix tornou-se um produto predestinado ao sucesso. Os números já comprovam isso. Começou 2013 entre os cinco carros mais emplacados do país. E, considerando os seus atributos, que são muitos, não deve mais sair do top 10 de vendas.
O compacto surpreende pelas linhas harmônicas e bonitas e o baixo consumo do motor 1.4 flex (configuração testada pela reportagem há ainda o bloco 1.0 flex). Mesmos os pequenos deslizes são compensados pelo bom acerto do conjunto.
Fabricado em Gravataí (RS), o modelo chegou para ocupar o lugar do Corsa e não decepciona. Basta entrar no carro e sair dirigindo para entender porque a Chevrolet aposta tão alto nele para ser o seu principal produto no mercado brasileiro nos próximos anos.
Avaliamos pelas ruas de Curitiba a versão top de linha LTZ, na configuração mais completa (R$ 43.090), e alguns pontos chamaram a atenção. A começar pela altura do banco dianteiro, que até na posição mais baixa, é alta como nos monovolumes. Apesar de haver apenas regulagem de altura do volante (falta a de distância), a posição de dirigir é facilmente encontrada.
O espaço interno impressiona, principalmente para as pernas no banco traseiro. Não há sensação de aperto, considerando que é um hatch compacto. A maioria dos comandos está bem posicionada.
Porém, a visibilidade lateral traseira é limitada pela largura da coluna C. Sente-se também a ausência do apoio de cabeça e do cinto de três pontos retrátil para o ocupante do assento traseiro central. Outro ponto que incomoda é a localização do puxador da porta, que é muito baixo e recuado.
Desempenho
O motor 1.4 responde bem aos comandos, empurrado por 98 cavalos de potência quando roda com gasolina ou 106 cv, com etanol. O torque é de 13,0 e 13,9 kgfm, respectivamente. Por isso, tem fácil resposta nas saídas de semáforo e também quando exigido em velocidades maiores a 120 km/h o conta-giros aponta confortáveis 3.500 rpm. E isso sem pesar mais no consumo.
Abastecido com gasolina, fez média acima dos 10 km/l em trecho urbano e 15 km/l na estrada. Demos um pulinho até o litoral paranaense e na descida da serra (BR-277) o computador de bordo registrou 16,3 km/l. Os engates do câmbio precisos e leves facilitam a troca das marchas.
O conforto a bordo é outro quesito que merece elogio. A suspensão é bem calibrada e a Chevrolet acertou na escolha dos pneus 185/65 (de perfil alto) para a versão LTZ. A vantagem é transferir menos as imperfeições do solo para o habitáculo, aumentando o conforto em pisos irregulares. O porta-malas de 280 litros está na média da sua categoria.
Visual
A GM decidiu não repetir o erro de adotar faróis gigantes em carrocerias pequenas, cometido no hatch Agile e na picape Montana, e um pouco menos no sedã Cobalt. O conjunto ótico do Onix é proporcional aos volumes do carro. A LTZ traz para-choque exclusivo dotado de luzes de neblina, rodas de aro 15 com pintura especial e um acabamento azul nos faróis.
Por dentro, há um bom gosto geral. O plástico predomina, mas tem a aparência de "plástico bom". As peças são funcionais, discretas e pequenas (maçanetas, saídas de ar, comandos em geral). Fora o teto claro, tudo é preto ou discretamente cromado.
Destaque para o porta-luvas e sua tampa que abre para cima, levando consigo o orifício onde se encaixa uma das saídas de ar e para os vários porta-objetos espalhados pela cabine (só no console central e no painel frontal são sete nichos). O isolamento acústico é bem satisfatório. Dá para conversar em tom normal e ouvir música baixinho numa boa.
Conectividade
O Onix LTZ vem de fábrica com airbag duplo, freios ABS com EBD, trio elétrico, computador de bordo, rodas de alumínio aro 15” e farol de neblina. O pacote ar-condicionado e sistema My Link com entradas auxiliar e USB é de série na LTZ e opcional nas demais versões, com preço de R$ 3,3 mil. A tecnologia permite trazer músicas, fotos, vídeos e aplicativos de celular para dentro do carro, além das ligações telefônicas por Bluetooth. A tela de 7” sensível ao toque no centro do painel é de fácil manuseio.
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