Fator decisivo na hora da compra, a busca por valores acessíveis para a manutenção dos veículos fez com que as principais fabricantes do país optassem pela prática da tabela de preços fixos para revisão. Logo, não é raro que o motorista saiba exatamente quanto irá pagar pelas serviços periódicos recomendados no manual do proprietário ao retirar o carro da concessionária.
“O preço da revisão costuma ser um dos pontos que mais são levados em conta na aquisição. E quando existe uma tabela fechada de preços, o cliente tem mais segurança da decisão”, afirma o supervisor de vendas de veículos novos da Hyundai HMB Sevec , Paulo D’Amico.
Em geral, a ida às lojas começa a partir dos 10 mil km rodados, momento em que o modelo passa a exigir alguns serviços importantes para um melhor funcionamento, como a primeira troca de lubrificante e dos filtros de óleo. Já a Ford, ao contrário das demais, recomenda que a primeira verificação ocorra aos 5 mil km.
Básicas ou completas
Mas, é imprescindível estar atento para alguns detalhes do manual, principalmente às famosas ‘letras miúdas’. O primeiro deles é a diferença entre a revisão básica, que compreende os itens que precisam ser trocados devido ao desgaste e consumo natural de uso, e a completa, que acrescenta serviços e produtos que não são tão necessários assim, como a troca das velas de ignição e o kit de lubrificação. Estes pacotes não são obrigatórios e cabe ao consumidor decidir se eles são a melhor escolha.
Outro ponto a ser considerado são os reajustes periódicos na tabela de preços. Todos os valores fixados pelas marcas têm um prazo determinado depois do qual há a possibilidade de elevação ou diminuição. “No caso da Honda, os reajustes são anuais e determinados pela montadora, geralmente em janeiro”, acrescenta o supervisor de pós-vendas da Honda Prixx, Antônio Pereira. Neste ano, por exemplo, ele conta que o aumento praticado foi de 12%. Entre os fatores que influenciam os preços de todas as fabricantes estão o índice de inflação e o preço das autopeças.
Uso do carro
Ao fim das checagens preventivas, uma situação familiar a muitas pessoas é se deparar com um preço final bem acima do previsto pela tabela. Porém, se por um lado isso pode decorrer de uma tentativa de a loja ‘empurrar’ serviços desnecessários, por outro a resposta pode estar no jeito como o automóvel é conduzido pelo cliente.
“Os carros que são constantemente revisados em geral não precisam de outras trocas além das previstas. Agora, os que têm um mau uso pelo condutor podem apresentar outros tipos de problemas, como na embreagem ou o desgaste na pastilha de freios, por causa de freadas bruscas”, diz D’Amico. A maioria desses itens não está prevista nos pacotes básicos das autorizadas. E há outros que não constam na relação de serviços, mas que são importantes para uma maior conservação do veículo, como o balanceamento e a geometria, que são recomendados a cada seis meses para um menor consumo e maior conservação dos pneus.
No fim das contas, para um dos concessionários ouvidos pela reportagem, o importante é que a loja seja transparente com o cliente e faça com que ele se sinta convencido de que as trocas sugeridas são realmente necessárias.
Mecânico de confiança é uma garantia para o consumidor
Antes de os motoristas levarem os carros para revisão, o diretor do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Paraná (Sindirepa), Evaldo Kosters, aconselha que os consumidores acionem um mecânico de confiança para saber se o automóvel precisa da troca ou da manutenção de algum item que não estão programados no pacote básico.
“Para veículos com baixa quilometragem, como 20 mil ou 30 mil km, as revisões básicas costumam ser as mais adequadas. Além disso, o correto é que haja uma avaliação do que realmente está danificado”, defende ele.
Kosters conta também que o motorista deve ficar de olho no manual do carro para saber qual é o momento certo para a mudança de cada item. A correia dentada, por exemplo, tem a vida útil cravada de 40 mil a 70 mil km, dependendo da especificação do fabricante, independente do uso do modelo.
Para baixas quilometragens, como 20 mil ou 30 mil km, as revisões básicas são as mais adequadas. Além disso, o correto é avaliar o que realmente está danificado.
Evaldo Kosters diretor do Sindirepa
Já os filtros do ar-condicionado precisam ser preferencialmente trocados a cada seis meses e o fluido de freio uma vez ao ano.
A garantia do fabricante, que está condicionada às revisões apenas em lojas autorizadas, é um assunto ‘polêmico’, de acordo com o diretor . Entretanto, os serviços que não são identificados como obrigatórios para manter a garantia, como a limpeza dos filtros de ar, não impactam em problemas futuros.
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