O ano já fechou o primeiro trimestre e com um alento para o mercado automotivo: a sequência de quedas nas vendas foi interrompida com um aumento de 38,9% em março comparado a fevereiro.
É claro que o número menor de dias úteis e o feriado do Carnaval contribuíram para o desempenho melhor no mês seguinte. Porém, os 183.850 unidades em março ante as 132.398 de fevereiro diminuíram a diferença no acumulado do primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2016 (459.806 contra 465.026, respectivamente).
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No entanto, alguns modelos não acompanharam o ritmo de mercado e amargaram a lanterninha em vendas em seu segmento. Confira a seguir os carros menos vendidos no Brasil de janeiro a março, segundo dados da Fenabrave.
HATCH COMPACTO
Chery Celer
O hatch chinês feito em Jacareí (SP) pelo jeito será difícil de emplacar. A média mensal é de apenas 30 unidades, um pouco inferior a do companheiro de fábrica New QQ, que licenciou 118 exemplares (39 por mês).
E olha que a unidade paulista tem capacidade para produzir 12,5 mil unidades por mês. Imagine a ociosidade por lá. A baixa produção e a reduzida rede de concessionárias, além é claro da forte concorrência, estão entre os fatores que atrapalham a vida da Chery.
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Dos hatches que vendem mais de 1 mil unidades mensais, o fim da fila é ocupada por Cintroën C3 (2.236), Peugeot 208 (2.534) e Ford Fiesta (4.368). Já na outra ponta estão Chevrolet Onix (40.624), Hyundai HB20 (24.520) e Ford Ka (20.864).
HATCH MÉDIO
Volvo V40
É claro que o preço do Volvo V40 é um componente restritivo à sua venda. Importado da Bélgica, o modelo custa R$ 129.900, bem acima do que os concorrentes do segmento. O líder Chevrolet Cruze Sport6 (1.338 unidades), por exemplo, vai de R$ 89.990 e R$ 101.190.
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Na verdade, o V40 disputa mercado com BMW Série 1, Audi A3 e Mercedes Classe A, que custam acima de R$ 120 mil, mas não aparecem na lista da Fenabrave.
Apesar das qualidades do Volvo, a desvalorização agressiva e o custo elevado na manutenção contribuem para a baixa procura. Na parte de cima, o Volkswagen Golf (1.323) está colado no Cruze, seguido do Ford Focus (1.109). Já o Peugeot 308 (230) está bem distante, mais próximo do V40.
SEDÃ COMPACTO
Chery Celer sedã
O Chery Celer repete o mesmo desempenho tímido da versão hatch. O pacote de equipamentos interessante aliado ao preço ‘reduzido’ (R$ 42 mil) quando comparado à concorrência não são suficientes para convencer o consumidor.
Outros dois chineses também sofrem com a baixa procura: o JAC J3 Turin S (R$ 41.990) emplacou apenas 110 unidades neste ano, enquanto o Lifan 530 faturou 187.
A procura é maior por marca tradicionais. No topo do segmento estão Chevrolet Prisma (13.137), Volkswagen Voyage (9.069) e Hyundai HB20S (7.443).
SEDÃ INTERMEDIÁRIO
JAC J5
A sina chinesa no Brasil continua nos modelos superiores. O JAC J5 está no mercado brasileiro desde 2012. Traz um bom pacote de equipamentos, mas a ausência do câmbio automático e da motorização flex jogam contra.
O preço de R$ 54.990 é interessante e o carro oferece alguns mimos como ar digital, faróis com regulagem de altura, sensor de ré, bancos em couro e central multimídia com câmera de ré.
No seu grupo, quem sobressai em vendas é o Chevrolet Cobalt (5.517) e o Honda City (3.594).
SEDÃ MÉDIO
Peugeot 408
Mais um Peugeot que não consegue conquistar o público brasileiro. E não é por falta de tabela atraente ou mecânica caprichada. O 408 é empurrado pelo excelente propulsor 1.6 THP (turbo), associado à transmissão automática (de 6 marchas), o que torna a condução muito divertida.
Também oferece equipamentos e espaço superiores aos dos campeões da categoria, mas nem assim é lembrado pelo mercado. Além do motor, a capacidade do porta-malas é o destaque: 526 litros - o Toyota Corolla, por exemplo, carrega 470 l de bagagem.
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O Corolla, aliás, é absoluto na categoria quando o assunto é vendas. No trimestre emplacou 12.937 exemplares, com boa vantagem sobre o Honda Civic, 7.437, e o Chevrolet Cruze, 3.610.
SEDÃ GRANDE
Jaguar XF
O volume de vendas neste nicho de mercado não é tão alto. Ford Fusion (922), Mercedes-Benz Classe C (734) e BMW Serie 3 (598) se destacam, mas o restante da turma premium briga num bolo bem abaixo.
É o caso de Audi A4 (247), Jaguar XE (117) e Volkswagen Passat (97). Mas na lanterna está o Jaguar XF, sedã de luxo posicionado acima do XE. O preço de R$ 268 mil já o torna uma modelo para poucos.
STATION WAGON COMPACTA
Volkswagen SpaceCross
As peruas sobrevivem heroicamente no Brasil, mas há tempos perderam espaços para os monovolumes e utilitários. Fiat Weekend (907) e Volkswagen Variant (150) se sobressaem na categoria.
Já a SpaceCross, com apelo aventureiro, apenas cumpre tabela, com pouca saída. O preço também não colabora: R$ 85.103. Por esse valor há uma série de carros mais interessantes.
MINIVAN/ MONOVOLUME
Mercedes-Benz Classe B
Outro segmento que perdeu força com a chegada do utilitários compactos. Salvo Honda Fit (6.804), Chevrolet Spin (5.642) e Fiat Doblò (1.089), os demais modelos agonizam.
O último posto é ocupado pelo Mercedes-Benz Classe B, que é um dos modelos da marca alemã que menos vende no Brasil. Totalizou apenas 17 carros no trimestre, mas o preço justifica a baixa procura: R$ 143.900. Ele vem seguido de perto pelo JAC J6, que registrou 22.
SUV COMPACTO
Lifan X60
A menina dos olhos do mercado brasileiro é dominado pelo Honda HR-V (11.178), seguido de Jeep Compass (9.797) e Jeep Renegade (9.189).
Mas há um bolo que também não tem do que reclamar, considerando o valor mínimo de R$ 70 mil para levar um utilitário compacto para a casa.Nissan Kicks (7.560), Hyundai Creta (6.999), Ford EcoSport (5.612) e Renault Duster (5.251) compõem essa lista.
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Mas, para alguns, a situação não tão favorável assim. O Lifan X60 que o diga. De janeiro a março foram 273 unidades emplacados. Um desempenho razoável perto de chineses de segmentos mais baratos, mas que o coloca na rabeira entre os SUVs/ crossovers menores.
O Chery Tiggo deve registrar uma venda até inferior, mas não aparece na relação da Fenabrave.
SUV MÉDIO/GRANDE
Land Rover Range Rover
Aqui estamos falando de modelos cujos preços ultrapassam os R$ 140 mil. O líder de vendas Toyota Hilux SW4, por exemplo, começa em R$ 146,5 mil e vai até R$ 241,5 mil.
E mesmo assim o volume de emplacamentos do suvão no primeiro trimestre alcançou 2.990 carros, bem à frente do Mitsubishi Outlander, com 991.
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A última posição na lista da Fenabrave é ocupado pelo Land Rover Range Rover, com 115 unidades. Até que não é desprezível, uma vez que o preço do luxuoso modelo pode superar a R$ 1 milhão na versão Autobiography 5.0 V8.
PICAPE COMPACTA
Chevrolet Montana
A categoria há tempos é liderada pelo Fiat Strada, que neste ano já vendeu 12.269. Aliás, o modelo está entre os 10 carros mais licenciados no Brasil. A Volkswagen Saveiro segue um pouco atrás, com 9.495.
A terceira e última representante do segmento é a Chevrolet Montana, que beliscou 3.592 unidades no trimestre. O modelo mantém a frente do aposentado Agile, o que não é uma bom chamariz de venda.
PICAPE INTERMEDIÁRIA/ MÉDIA
Nissan Frontier
As picapes médias brigavam entre si pelo alto do ranking de vendas até a chegada da Fiat Toro, que, apesar de um pouco menor no tamanho, oferece também cabine dupla e capacidade para transportar peso.
A Toro já acumulou 11.240 exemplares negociados em 2017. A Toyota Hilux (7.406) e a Chevrolet S10 (5.878) aparecem na sequência.
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Já a parte debaixo é ocupado pelo Nissan Frontier (1.040), que acabou de mudar de geração e, portanto, teve as vendas comprometidas nos três primeiros meses do ano. A VW Amarok (1.813) está na vice-lanterna.
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