Viajar, de carro ou de moto, nem sempre é só alegria. Em alguns casos, os viajantes se deparam com apuros mecânicos, falta de gasolina, de comida e até mesmo assaltos ou situações de risco de morte. Paulo Rollo já passou por situações perigosas. "Fui interceptado por guerrilheiros na Nicarágua, preso por muçulmanos extremistas na Líbia e quase devorado por leões na Tanzânia", relembra.

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Daio Hoffman também se me­­teu em uma enrascada. "Uma vez me esqueceram no meio de um par­­que na Califórnia (Yosemite). Mas não fiquei apavorado, pelo con­­trário, fiquei admirando as be­­las imagens até virem me resgatar ".

O casal Rogério e Silvia Guadagnin, além de inúmeros atoleiros – alguns que pareciam praticamente instransponíveis – já se arriscou na estrada, ao tentar atravessar a Cordilheira dos Andes. "Por causa da neve, a cordilheira estava fechada, mas não avistamos nenhum aviso. Fomos adiante e quase ficamos presos na nevasca no alto, sem saber. Fomos avisados por uma equipe que voltava de um resgate", lembra Rogério.

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Na parte mecânica, os problemas são mais simples. Os veículos atualmente atingiram um excelente nível de qualidade e quase não quebram. "Tenho pouco conhecimento de mecânica, apesar de muitos acharem que sou um ‘expert’. Detesto graxa e desde o início teorizei o seguinte: cuide bem de seu veículo e ele não o deixará na mão", racionaliza Rollo.

A família Guadagnin também sabe se cuidar. Antes de sair de ca­­­sa faz uma revisão geral em to­­­­­do o veículo e troca as peças duvidosas. "Mesmo assim, levamos algumas peças sobressalentes, co­­mo correias, cabos, coisas simples e pequenas que podem ser de gran­­de valia na hora do apuro", diz Rogério. Porém, todos eles tomam uma precaução básica: contam com seguros.

Além dos obstáculos físicos, os viajantes profissionais se deparam com outro problema: a saudade. Rollo afirma que, no começo, o co­­ração batia apertado e a vontade de voltar para casa sempre rondava a sua cabeça em meio a uma viagem longa. "Aprendi a importância de conviver com todos os fiozinhos que nos conectam, sobretudo, às pessoas que amamos. Administrá-los é fundamental para que se possa desfrutar a viagem. Nestes momentos a saudade é contraproducente e pode inclusive comprometer a qualidade do trabalho. Havia momentos que eu não sabia se sentia mais saudades de casa ou das estradas. Com o tempo a resposta veio: amo mais as estradas."

Serviço:

Para quem quiser saber mais das histórias de Rollo, o livro do jornalista – "Volta ao Mundo em 8.000 Dias" (à venda no site www.paulorollo.com) – retrata bem a experiência vivida nas estradas.

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