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Restaurantes

A Casa do Porco é o único brasileiro entre os 50 melhores restaurantes do mundo de 2019

Marina Mori
25/06/2019 15:00
Cumprindo com todas as expectativas, A Casa do Porco, restaurante do chef paulistano Jefferson Rueda, estreou na lista dos 50 melhores restaurantes do mundo em 2019 na 39ª posição. O momento é histórico: pela primeira vez desde que o prêmio The World’s 50 Best, organizado pela revista britânica Restaurant foi criado, há 18 anos, apenas um brasileiro, o D.O.M, do paulistano Alex Atala, havia figurado no ranking.
Nos últimos três anos, A Casa do Porco vinha conquistando posições cada vez mais prestigiosas. Em 2018, estrou na lista parcial da Restaurant em 79º. De 2016 para 2017, subiu do 24º lugar para o 8º na lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina e, no ano passado, ficou em 7º. O estabelecimento também faz parte da lista Bib Gourmand do prestigiado Guia Michelin, uma seleção de restaurantes com bom custo-benefício.
Assado de tira, cavolo nero e quirela de arroz do chef Jefferson Rueda. A expectativa é de que A Casa do Porco entre para os 50 melhores do mundo pela primeira vez. Foto: Reprodução Instagram / A Casa do Porco
Assado de tira, cavolo nero e quirela de arroz do chef Jefferson Rueda. A expectativa é de que A Casa do Porco entre para os 50 melhores do mundo pela primeira vez. Foto: Reprodução Instagram / A Casa do Porco

Queda do D.O.M.

Até a edição de 2018, o D.O.M, do chef paulistano Alex Atala, era o único restaurante brasileiro a figurar entre os 50 melhores do mundo desde que o prêmio foi criado. Em 2012, ocupou o 4° lugar mas, nos últimos anos, Atala não só perdeu posições como também a única estrela Michelin que tinha em seu segundo restaurante, o Dalva e Dito.
A surpresa chegou na semana passada: pela primeira vez em 18 anos, o D.O.M apareceu na segunda metade da lista dos 100 melhores de 2019 divulgada pela Restaurant – da 30ª posição ocupada no ano passado, passou para a 54ª.

A Casa do Porco

“Do focinho ao rabo, conheça o porco em todas as suas versões, sabores, cores e texturas”. É assim que o restaurante de Jefferson Rueda, aberto em 2015, se apresenta no centro de São Paulo. Desde sua inauguração, A Casa do Porco não caiu nas graças da crítica nacional à toa.
Enquanto esteve no comando do Attimo, entre 2012 e 2017, Rueda esteve na lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina por duas vezes (em 2013 e 2014) e recebeu uma estrela Michelin em 2015 (manteve-a até o ano seguinte).
Na Casa do Porco, o atendimento é feito por ordem de chegada, sem reservas. O cardápio, como o nome bem entrega, tem apenas carne suína como base para diversos pratos – do sushi de papada de porco pincelado com tucupi negro ao torresmo de pancetta de porco com goiabada picante e picles de cebola roxa.

Confira a lista dos 50 melhores restaurantes do mundo de 2019

  1. Mirazur, Menton, França – Melhor restaurante da Europa
  2. Noma, Copenhague, Dinamarca – Estreia com o posicionamento mais alto
  3. Asador Etxebarri, Atxondo, Espanha
  4. Gaggan, Bangkok, Tailândia – Melhor restaurante da Ásia
  5. Geranium ,Copenhague, Dinamarca
  6. Central, por Virgílio Martinez e Pía Leon, Lima, Peru – Melhor restaurante da América Latina
  7. Mugaritz, San Sebastian, Espanha
  8. Arpège, Paris, França
  9. Disfrutar, Barcelona, Espanha
  10. Maido, Lima, Peru
  11. Den, Tókio, Japão – Destaque para a hospitalidade
  12. Pujol, Cidade do México, México – Melhor restaurante da América do Norte
  13. White Rabbit, Moscou, Rússia
  14. Azurmendi, Larrabetzu, Espanha – Restaurante que subiu o maior número de posições
  15. Septime, Paris, França
  16. Alain Ducasse, Plaza Athénée, Paris, França
  17. Steirerek, Viena, Áustria
  18. Odette, Cingapura
  19. Twins Garden, Moscou, Rússia
  20. Tickets, Barcelona, Espanha
  21. Frentzén, Estocolmo, Suécia
  22. Narisawa, Tókio, Japão
  23. Cosme, Nova York, EUA
  24. Quintonil, Cidade do México, México
  25. Alléno Paris, Pavillon Ledoyen, Paris, França
  26. Boragó, Santigago, Chile
  27. The Clove Club, Londres, Reino Unido
  28. Blue Hills at Sone Barns, de Dan Barber, Pocantico Hills, Nova York, EUA
  29. Piazza Duomo, Alba, Itália
  30. Elkano, Getaria, Espanha
  31. Le Calandre, Rubano, Itália
  32. Nerua, Bilbao, Espanha
  33. Lyle’s, Londres, Reino Unido
  34. Don Julio, Buenos Aires, Argentina
  35. Atelier Crenn, San Francisco, EUA
  36. Le Bernardin, Nova York, EUA
  37. Alinea, Chicago, EUA
  38. Hisa Franko, Kobarid, Eslovênia
  39. A Casa do Porco, São Paulo, Brasil
  40. Tim Raue, Berlim, Alemanha
  41. The Chairman, Hong Kong, China
  42. Belcanto, Lisboa, Portugal
  43. Hof Van Cleve, Kruishoutem, Bélgica
  44. The Test Kitchen, Cape Town, África do Sul – Melhor restaurante da África
  45. Sühring, Bangkok, Tailândia
  46. De Librije, Zwolle, Países Baixos
  47. Benu, San Francisco, EUA
  48. Ultravioliet by Paul Pairet, Shanghai, China
  49. Leo, Bogotá, Colômbia
  50. Schloss Schauenstein, Fürstenau, Suíça – Melhor Restaurante Sustentável

Best of The Best

Pela primeira vez nos 17 anos de história do prêmio, todos os restaurantes que já chegaram ao topo do ranking se tornarão inelegíveis.
Isso significa que tanto a Osteria Francescana, atual número 1 do mundo (e também de 2016), quanto os icônicos El Celler de Can Roca (2013, 2015), o The French Laundry (2003-2004), o Noma (2010-2012, 2014), o Eleven Madison Park (2017), o The Fat Duck (2005) e o el Bulli (fechado em 2011 e premiado em 2002, 2006-2009) entrarão para outra lista, como hors-concours – a “Best of the Best” (Melhores dos melhores, em tradução livre).
A mudança ocorreu para ampliar as chances de que mais estabelecimentos conquistem o título de melhores do mundo.

 

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Uma publicação compartilhada por Massimo Bottura (@massimobottura) em 1 de Mai, 2018 às 8:50 PDT

The World’s 50 Best

O prêmio foi criado em 2002 pela revista britânica Restaurant e, desde então, se consolidou como o maior evento gastronômico do mundo – ao todo, 1.040 pessoas exercem o papel de jurados em igualdade de gênero.
Ao longo dos anos, o 50 Best ampliou o esquema de premiação e atualmente conta com edições que elegem também os 50 melhores restaurantes da América Latina e da Ásia. Recentemente, a lista dos melhores bares do mundo passou a integrar o prêmio.
Além dos estabelecimentos, o evento premia os melhores chefs de cada ano. Atualmente, o título feminino é da norte-americana Daniela Soto-Innes, do Cosme and Atla (Nova York); em 2014, a brasileira Helena Rizzo, do Maní, foi agraciada com o prêmio. Entre os profissionais homens, Dan Barber detém o posto de primeiro do mundo; o chef norte-americano comanda o Blue Hill em Nova York.
No ano passado, a curitibana Manu Buffara recebeu a atenção da mais alta cúpula do World’s 50 Best ao receber a menção “Miele One to Watch”. O prêmio dá destaque aos restaurantes que têm potencial para entrar na lista dos 50 melhores do mundo.

Como funciona a votação

  • O voto é secreto até o anúncio dos vencedores, assim como os jurados devem permanecer anônimos;
  • Cada jurado vota em dez restaurantes; pelo menos quatro deles deve estar fora da região onde eles moram;
  • Os jurados indicam suas dez escolhas por ordem de preferência;
  • Os jurados devem ter comido nos restaurantes indicados nos últimos 18 meses, confirmando a data em que a visita ocorreu;
  • Os jurados não podem votar em seus próprios restaurantes;
  • Os jurados não podem votar com base numa experiência gastronômica que não foi realizada no restaurante indicado (por exemplo, quando um chef cozinhou em um lugar diferente);
  • Os jurados não podem votar em restaurantes que fecharam ou vão fechar em até três meses ou em restaurantes pop up;
  • O voto é no restaurante, não no dono do empreendimento ou no chef.
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