Restaurantes
A Casa do Porco é o único brasileiro entre os 50 melhores restaurantes do mundo de 2019
Cumprindo com todas as expectativas, A Casa do Porco, restaurante do chef paulistano Jefferson Rueda, estreou na lista dos 50 melhores restaurantes do mundo em 2019 na 39ª posição. O momento é histórico: pela primeira vez desde que o prêmio The World’s 50 Best, organizado pela revista britânica Restaurant foi criado, há 18 anos, apenas um brasileiro, o D.O.M, do paulistano Alex Atala, havia figurado no ranking.
Nos últimos três anos, A Casa do Porco vinha conquistando posições cada vez mais prestigiosas. Em 2018, estrou na lista parcial da Restaurant em 79º. De 2016 para 2017, subiu do 24º lugar para o 8º na lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina e, no ano passado, ficou em 7º. O estabelecimento também faz parte da lista Bib Gourmand do prestigiado Guia Michelin, uma seleção de restaurantes com bom custo-benefício.

Queda do D.O.M.
Até a edição de 2018, o D.O.M, do chef paulistano Alex Atala, era o único restaurante brasileiro a figurar entre os 50 melhores do mundo desde que o prêmio foi criado. Em 2012, ocupou o 4° lugar mas, nos últimos anos, Atala não só perdeu posições como também a única estrela Michelin que tinha em seu segundo restaurante, o Dalva e Dito.
A surpresa chegou na semana passada: pela primeira vez em 18 anos, o D.O.M apareceu na segunda metade da lista dos 100 melhores de 2019 divulgada pela Restaurant – da 30ª posição ocupada no ano passado, passou para a 54ª.
A Casa do Porco
“Do focinho ao rabo, conheça o porco em todas as suas versões, sabores, cores e texturas”. É assim que o restaurante de Jefferson Rueda, aberto em 2015, se apresenta no centro de São Paulo. Desde sua inauguração, A Casa do Porco não caiu nas graças da crítica nacional à toa.
Enquanto esteve no comando do Attimo, entre 2012 e 2017, Rueda esteve na lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina por duas vezes (em 2013 e 2014) e recebeu uma estrela Michelin em 2015 (manteve-a até o ano seguinte).
Na Casa do Porco, o atendimento é feito por ordem de chegada, sem reservas. O cardápio, como o nome bem entrega, tem apenas carne suína como base para diversos pratos – do sushi de papada de porco pincelado com tucupi negro ao torresmo de pancetta de porco com goiabada picante e picles de cebola roxa.
Confira a lista dos 50 melhores restaurantes do mundo de 2019
- Mirazur, Menton, França – Melhor restaurante da Europa
- Noma, Copenhague, Dinamarca – Estreia com o posicionamento mais alto
- Asador Etxebarri, Atxondo, Espanha
- Gaggan, Bangkok, Tailândia – Melhor restaurante da Ásia
- Geranium ,Copenhague, Dinamarca
- Central, por Virgílio Martinez e Pía Leon, Lima, Peru – Melhor restaurante da América Latina
- Mugaritz, San Sebastian, Espanha
- Arpège, Paris, França
- Disfrutar, Barcelona, Espanha
- Maido, Lima, Peru
- Den, Tókio, Japão – Destaque para a hospitalidade
- Pujol, Cidade do México, México – Melhor restaurante da América do Norte
- White Rabbit, Moscou, Rússia
- Azurmendi, Larrabetzu, Espanha – Restaurante que subiu o maior número de posições
- Septime, Paris, França
- Alain Ducasse, Plaza Athénée, Paris, França
- Steirerek, Viena, Áustria
- Odette, Cingapura
- Twins Garden, Moscou, Rússia
- Tickets, Barcelona, Espanha
- Frentzén, Estocolmo, Suécia
- Narisawa, Tókio, Japão
- Cosme, Nova York, EUA
- Quintonil, Cidade do México, México
- Alléno Paris, Pavillon Ledoyen, Paris, França
- Boragó, Santigago, Chile
- The Clove Club, Londres, Reino Unido
- Blue Hills at Sone Barns, de Dan Barber, Pocantico Hills, Nova York, EUA
- Piazza Duomo, Alba, Itália
- Elkano, Getaria, Espanha
- Le Calandre, Rubano, Itália
- Nerua, Bilbao, Espanha
- Lyle’s, Londres, Reino Unido
- Don Julio, Buenos Aires, Argentina
- Atelier Crenn, San Francisco, EUA
- Le Bernardin, Nova York, EUA
- Alinea, Chicago, EUA
- Hisa Franko, Kobarid, Eslovênia
- A Casa do Porco, São Paulo, Brasil
- Tim Raue, Berlim, Alemanha
- The Chairman, Hong Kong, China
- Belcanto, Lisboa, Portugal
- Hof Van Cleve, Kruishoutem, Bélgica
- The Test Kitchen, Cape Town, África do Sul – Melhor restaurante da África
- Sühring, Bangkok, Tailândia
- De Librije, Zwolle, Países Baixos
- Benu, San Francisco, EUA
- Ultravioliet by Paul Pairet, Shanghai, China
- Leo, Bogotá, Colômbia
- Schloss Schauenstein, Fürstenau, Suíça – Melhor Restaurante Sustentável
Best of The Best
Pela primeira vez nos 17 anos de história do prêmio, todos os restaurantes que já chegaram ao topo do ranking se tornarão inelegíveis.
Isso significa que tanto a Osteria Francescana, atual número 1 do mundo (e também de 2016), quanto os icônicos El Celler de Can Roca (2013, 2015), o The French Laundry (2003-2004), o Noma (2010-2012, 2014), o Eleven Madison Park (2017), o The Fat Duck (2005) e o el Bulli (fechado em 2011 e premiado em 2002, 2006-2009) entrarão para outra lista, como hors-concours – a “Best of the Best” (Melhores dos melhores, em tradução livre).
A mudança ocorreu para ampliar as chances de que mais estabelecimentos conquistem o título de melhores do mundo.
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The World’s 50 Best
O prêmio foi criado em 2002 pela revista britânica Restaurant e, desde então, se consolidou como o maior evento gastronômico do mundo – ao todo, 1.040 pessoas exercem o papel de jurados em igualdade de gênero.
Ao longo dos anos, o 50 Best ampliou o esquema de premiação e atualmente conta com edições que elegem também os 50 melhores restaurantes da América Latina e da Ásia. Recentemente, a lista dos melhores bares do mundo passou a integrar o prêmio.
Além dos estabelecimentos, o evento premia os melhores chefs de cada ano. Atualmente, o título feminino é da norte-americana Daniela Soto-Innes, do Cosme and Atla (Nova York); em 2014, a brasileira Helena Rizzo, do Maní, foi agraciada com o prêmio. Entre os profissionais homens, Dan Barber detém o posto de primeiro do mundo; o chef norte-americano comanda o Blue Hill em Nova York.
No ano passado, a curitibana Manu Buffara recebeu a atenção da mais alta cúpula do World’s 50 Best ao receber a menção “Miele One to Watch”. O prêmio dá destaque aos restaurantes que têm potencial para entrar na lista dos 50 melhores do mundo.
Como funciona a votação
- O voto é secreto até o anúncio dos vencedores, assim como os jurados devem permanecer anônimos;
- Cada jurado vota em dez restaurantes; pelo menos quatro deles deve estar fora da região onde eles moram;
- Os jurados indicam suas dez escolhas por ordem de preferência;
- Os jurados devem ter comido nos restaurantes indicados nos últimos 18 meses, confirmando a data em que a visita ocorreu;
- Os jurados não podem votar em seus próprios restaurantes;
- Os jurados não podem votar com base numa experiência gastronômica que não foi realizada no restaurante indicado (por exemplo, quando um chef cozinhou em um lugar diferente);
- Os jurados não podem votar em restaurantes que fecharam ou vão fechar em até três meses ou em restaurantes pop up;
- O voto é no restaurante, não no dono do empreendimento ou no chef.
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