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Bom Gourmet

A origem da nossa ceia de Natal

GPBC
18/12/2018 18:55
A ceia de Natal brasileira está diretamente ligada à nossa formação. Por meio da colonização, a cultura portuguesa foi o ponto de partida. Mas houve influências africanas, indígenas, árabes, de outras diversas etnias que vieram para cá e até de tempos anteriores a tudo isso.
Mais importante do que a simbologia histórica, entretanto, é o significado de amor que a ocasião inspira individualmente em cada um de nós. A chef Kika Marder, do Sel et Sucre, diz que o significado emocional da ceia é o que tem mais valor para ela. “Pessoas que nem sempre vão pra cozinha e que nesta data fazem questão de preparar algo com carinho para a família, dão uma demonstração clara e direta de amor”, diz Kika. “E é essa simbologia da ceia o que mais conta”. Ela cita como exemplo a rabanada, preparada por sua mãe todos os anos para o Natal da sua família. “Sou eu quem faz toda a nossa ceia, exceto a rabanada, que é sempre ela quem faz”, diz. “E é a melhor rabanada do mundo, lembra a nossa infância”.
Simbologia
O professor do curso superior de Tecnologia em Gastronomia da PUCPR, Alexandre Roberto Dhein explica que a celebração natalina pode ser vista numa perspectiva cristã, com profundas raízes no catolicismo romano, e também numa perspectiva do paganismo. Isso porque uma versão básica do banquete natalino era preparada por povos pagãos em comemoração ao solstício de inverno, antes mesmo do império Romano. A celebração natalina, que era festejada no dia 6 de janeiro, foi antecipada para o dia 25 de dezembro, coincidindo com o calendário pagão no qual o sol era o Deus adorado. “Na fusão destas datas de celebração, evidenciamos na ceia natalina pratos que trazem à memória a história da herança cultural na qual estamos inseridos, quer seja ela de origem cristã ou pagã”, diz o professor.
Vinho – a bebida oficial
Em meio a tantos elementos presentes na ceia, Dhein destaca o vinho, considerado a bebida oficial das celebrações cristãs. “O vinho é uma bebida mundial e associado a celebrações e festividades, de simples comemorações a suntuosos banquetes. O brinde com taças de vinho remete ao desejo de união e paz entre as pessoas”, diz.
Nos dias atuais, não há como pensar numa ceia de Natal sem a presença dos vinhos. Na hora de harmonizá-los com os alimentos símbolos desta época, o enófilo e gerente de desenvolvimento de vinhos da importadora Porto a Porto, Flávio Bin, explica que o mais importante é levar em consideração o protagonista do prato que é, geralmente, a proteína. Mas também deve-se pensar na força dos sabores e temperos das guarnições. “Por exemplo, em um prato muito gorduroso, o chef geralmente utiliza algum elemento ácido para trazer o equilíbrio; não é apenas o vinho que deve harmonizar, mas o conjunto”, informa. Bin alerta que, como geralmente está calor nas festas de fim de ano, devemos evitar vinhos muito potentes, com teor alcoólico elevado. “O ideal é dar preferência aos vinhos frescos e com boa acidez, como espumantes, brancos e rosés, além de tintos leves e jovens”, diz.
Veja os alimentos que são símbolos do Natal e sua simbologia segundo o professor de gastronomia Alexandre Roberto Dhein:
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