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Bom Gourmet

Cozinheira serve bolinhos que apareceram em seus sonhos

Lorena K. Martins, de Belo Horizonte, especial para Bom Gourmet
13/11/2018 19:10
BELO HORIZONTE – Desde julho deste ano, a cozinheira Alaíde Carneiro e seus famoso bolinhos, que fizeram fama no Rio de Janeiro, desembarcaram no bairro Planalto, na zona Norte em Belo Horizonte. Eles são servidos em um pequeno e aconchegante bar, que ainda não tem placa e nem nome oficializado.
“O pessoal sempre aparece por aqui e pergunta ‘é aqui que fica o botequim da Alaíde?’, então ficou esse nome mesmo”, disse ela. O estabelecimento vem atraindo quem busca as suas receitas que, curiosamente, são reveladas durante o sonho da cozinheira.
Alaíde e seus bolinhos criados a partir de sonhos. Foto: Lorena Martins
Alaíde e seus bolinhos criados a partir de sonhos. Foto: Lorena Martins
Eu sonho com tudo: com a receita, os ingredientes, o modo de preparo… aí eu acordo, pego o caderno que fica ao lado da minha cama e vou anotando ainda de olhos fechados. Se eu abrir, a receita apaga e eu esqueço”, conta ela, que também garante que nenhuma receita sonhada deu errado na prática.
Logo quando abriu, o estabelecimento recebeu a visita do jornalista Nenel Neto, do perfil do Instagram batizado de Baixa Gastronomia. Depois de divulgar e postar as fotos das suas iguarias, o lugar recebeu filas quilométricas que nem mesmo Alaíde esperava. E a estufa em cima do balcão, que aconchega os seus cobiçados bolinhos, foi logo esvaziada.
“Muita gente foi até a Alaíde porque ela já é bastante conhecida e eu fui só um meio para ajudar a divulgar isso”, explica Nenel. “Belo Horizonte só tem a ganhar com a vinda da Alaíde. E ainda quebra o paradigma de achar que comida boa só é servida em lugar bonito. Alaíde fez muita gente sair da região centro-sul para ir até a zona norte experimentar os seus bolinhos”, acredita.
E é verdade. Das 53 receitas sonhadas e desenvolvidas por Alaíde, só cerca de 20 opções ganharam espaço cativo em sua estufa, como caruru com vatapá com camarão seco, bacalhau, carne-seca com abóbora e o primeiro que ela criou, batizado com o nome da proprietária, feito com aipim, queijo cremoso e camarão e o cobiçado Choquinho: generosos camarões enrolados em catupiry e cobertos em batata palha caseira. Os bolinhos custam entre R$ 5 e R$ 9 a unidade.
Todos eles, entretanto, compartilham do mesmo segredo em comum. “É preciso fazer com amor, gostar mesmo do que faz. E fritar os bolinhos em gordura sempre limpa, se não encharcado”, pondera. Vale lembrar que o local não tem cardápio fixo e os sabores dos bolinhos são fritos de acordo com a disponibilidade. O boteco também serve prato feito (PF) a partir de R$ 13 e, claro, cerveja gelada e caipirinha.

História

A fama dos bolinhos de Alaíde começou no Leblon, no Rio de Janeiro, em 1984, quando ela assumiu a cozinha do Bracarense, um dos botequins mais badalados da cena carioca. Em 2009, desligou-se de lá e abriu o Chico & Alaíde junto de outro ex-funcionário do Bracarense. A parceria não deu certo e Alaíde desligou-se do local em fevereiro deste ano e, assim, pôde realizar um desejo antigo que era ter a sua própria cozinha e ficar ao lado da sua família – ela é mineira, do município de Pirapora, localizado a aproximadamente 340 quilômetros da capital. Hoje, quem atende os clientes é Val, marido e sócio de Alaíde.
Serviço
Avenida Dr. Cristiano Guimarães, 1.863, Planalto. (31) 2527-3386. Funciona de terça-feira a sábado, das 8 às 22 horas, e domingo, das 9 às 18h30.
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