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Copa do Mundo fez o Natal começar mais cedo em 2022: Confira entrevista com a gerente de Marketing da Bauducco e entenda
Não, você não está maluco. O Natal começou mais cedo em 2022. De fato, mal havia passado o feriado da Independência e os supermercados já estavam inundados por panetones. E não foi você que piscou e o clima natalino chegou. O panetone é que aportou antes que o de costume nas prateleiras do mercado neste ano.
E a explicação para isso está no calendário esportivo. A Copa do Mundo de 2022 será disputada de 20 de novembro a 18 de dezembro, tomando espaço da época em que tradicionalmente o assunto geral é um só: o Natal. Se não tem como mudar o calendário esportivo, melhor ganhar mais tempo de loja e despertar desejos antes de a bola ser o único tema na cabeça da maioria dos brasileiros.
A estratégia de mercado foi adotada pela Bauducco. Líder de mercado quando o assunto é panetone, a empresa entrou nas lojas com seu arsenal natalino pouco mais de três meses antes da data. No ano que completa seu 70º aniversário, a empresa colocou a Copa em alguns itens da linha do seu produto mais característico e pintou de verde suas embalagens - a logo também mudou de cor.
Em entrevista ao Bom Gourmet, a Gerente de Marketing do Grupo Bauducco, Juliana Corá, fala um pouco mais sobre as estratégias da empresa para o Natal de 2022 e os caminhos que a marca vai assumir nos próximos anos. Confira a seguir:
A Bauducco chega em 2022 aos seus 70 anos. O que a marca traz de inovação para o Natal neste ano em que se torna uma septuagenária?
Esse é um ano atípico, em que temos uma campanha de Natal sobreposta à Copa do Mundo. Ou seja, duas paixões nacionais sobrepostas, correndo juntas. Então, a nossa grande inovação para esse ano tinha de estar atrelada a esse contexto. Por isso, a gente entra com o Chocottone Maxi Copa do Mundo, em que brincamos com os confeitos e também tivemos uma ousadia de marca. Pela primeira vez, deixamos a nossa logo verde. Isso traz uma conexão com o assunto, gera conversa e a marca vem de peito aberto para jogar junto com a Copa.
E sobre sabores, o que tem de novo?
Temos o sabor avelã, também da linha Maxi, numa atualização de portfólio. Temos também alguns produtos recentes, que não são lançamentos deste ano, mas que tratamos ainda como inovações. Caso do panetone e do chocottone bites, que são dois produtos que vão nessa linha da snackerização do panetone, um movimento que só a gente poderia fazer. É um produto delicioso, que pega um share de até uns R$ 15. E tem o panetone salgado, que é disruptivo. Ele entra no café da manhã, criando um novo momento de consumo. A gente traz nele uma gota salgada de parmesão, que é um desenvolvimento nosso. São inovações que nós vamos ano a ano fazendo, pensando em novos momentos de consumo.
Como você disse, esse promete ser um fim de ano bem movimentado, com Copa do Mundo se misturando com o Natal. Como se destacar num fim de ano assim?
Sem dúvida, o desafio desse ano é não só se fazer presente, mas estar presente. Dentro disso, mudamos a nossa dinâmica comercial e antecipamos a nossa colocação nas prateleiras. Assim, garantimos o nosso espaço e visibilidade no mercado. Com essa estratégia, a gente se preocupou em fazer uma antecipação de chegada. Vai ser um ano muito agitado no final e quanto maior essa agitação e frequência de compra em lojas, mais a gente tem de estar presente para conseguir se beneficiar.
Estratégias definidas para 2022, vocês já estão olhando para o Natal de 2023?
Na verdade, no momento, a gente está mergulhado na Páscoa. Sem dúvida, será uma data desafiadora. Porque a Páscoa foi pega em cheio nos últimos três anos pela pandemia de Covid-19 e há uma expectativa muito alta para a data do ano que vem.
Quais movimentos a empresa vem fazemdo para se renovar e ainda se manter na liderança do mercado de panetones no futuro?
Um dos nossos pilares estratégicos é justamente a preocupação com um futuro mais distante. Hoje, temos uma liderança absoluta no setor, mas se não fizermos nada agora para perpetuar esse hábito de consumo do panetone, o que vai ser da categoria no futuro?
O chocotone é, sem dúvida, uma resposta para isso. Ele é a principal avenida de crescimento e conexão com o público jovem. Hoje, tudo que a gente faz de investimento em campanha, a gente sempre reserva algo para avançar nessa conexão com o público jovem. No ano passado, por exemplo, tivemos um case de sucesso com o TikTok. Foi o primeiro challenge de receita da plataforma que resultou em mais de 2 bilhões de views.
Além da comunicação, tem o portfólio e produtos específicos para esses momentos de consumo do jovem. E aí entra o nosso mini-panetone e parcerias como a que temos com a M&M's. O bits também não deixa de ser essa rejuvescimento, em que você tem um produto de consumo coletivo, que é quase que um bombom de chocottone e de panetone.
Isso ajuda a modernizar a categoria, criar novos momentos de consumo e a fazer essa conexão com o público jovem. Estamos caminhando por aí.
Então o panetone tradicional, o de frutas, ela vai sumir do mercado?
Não, não... tem um público muito fiel ao panetone. Além disso, são experiências de consumo diferentes. O chocolate é muito mais pela indulgência e o frutas é muito mais para os apreciadores da massa, tem outra percepção. São duas plataformas estratégicas de trabalho e a gente não está parado com o panetone. Ao mesmo tempo em que avançamos no chocottone em novos formatos, com o panetone também temos essa preocupação.
Por isso, a gente trouxe inovações recentes que também ajudam a rejuvenescer essa experiência e trazer uma indulgência mais adulta. Por exemplo, na linha Speciale, que é uma linha dentro do guarda chuva de panetones, a gente trouxe o limão siciliano. É um produto espetacular e é uma indulgência mais adulta.
Panetone e chocotone são duas plataformas com targets diferentes, mas temos conseguido ano a ano avançar nos dois caminhos sim. Não dá para deixar nenhum pra trás. Os dois são muito expressivos para a categoria.
