O que esperar da culinária de um país que têm raízes no mar, onde menos de 3% do território é agricultável e as temperaturas nunca superam 23°C, mas facilmente chegam a -11°C? Isso é um pouquinho da Noruega, um dos países mais desenvolvidos do mundo. O Bom Gourmet esteve por lá no começo de novembro e compartilha com você algumas curiosidades sobre a culinária da Noruega. Confira!

Quando se trata da terra dos fiordes, um café, nunca é um cafezinho. Se depois da refeição você deseja apenas um expresso, seja bem específico. Caso peça um café, receberá uma caneca com café coado quentinho.

E não terá sido um erro de pedido do turista desavisado. Por lá, é comum servir uma xícara de café coado após as refeições. Ela vem acompanhando ou substituindo a sobremesa - dependendo do gosto do freguês.

O brunost é o queijo típico da Noruega. Está na mesa do norueguês quase como a nossa muçarela de todo dia. Preparado com leite, nata e soro de leite - podendo ser de vaca ou de cabra, dependendo da região - ele é marrom e macio, quase cremoso.

Como a mistura láctea é fervida por horas, acaba caramelizando. Resultado? Um queijo com sabor de doce de leite. Na Noruega, ele é servido em fatias finas e entra nos mais diversos preparos: de sanduíches a sorvetes.

A Noruega é o principal produtor mundial de salmão. Por toda a costa do país, as fazendas do peixe de carne rosada se multiplicam. Com selo de produto orgânico, eles são alimentados com rações a base de cogumelo. Na mesa do norueguês, o salmão também está presente. Gravlax e a versão defumada são comuns por lá.

Essa não é uma curiosidade apenas gastronômica, mas também de costumes. A Noruega tem uma forte política de controle do consumo do álcool. Isso significa, por exemplo, que não é possível comprar bebidas alcoólicas no supermercado comum. Por lá, existem lojas específicas para a venda de vinhos e bebidas quentes.

Além disso, nada de pegar a taça e ir fumar um cigarro do lado de fora do bar. Na Noruega, quem é pego bebendo na rua recebe uma pesada multa.

Na Noruega, é permitido consumir carne de baleia. E, por lá, entre outros preparos, ela vira salame. Urso e cervo também podem ser consumidos e, do mesmo modo, vão para a charcutaria. Na capital Oslo, isso é mais para turista ver. Mas, mais ao Norte, onde as noites são longas e as temperaturas realmente baixas, os petiscos entram no cardápio diário servindo como um lanche prático.

Embora esteja no topo dos produtores mundiais de bacalhau, a Noruega não tem uma grande tradição culinária com o peixe em sua versão salgada e seca. Por lá, existe apenas um prato tradicional com o ingrediente e é herança espanhola. Trata-se do Bacalhau à Biscaína, um cozido com molho de tomates, batatas e azeitonas.

A língua do bacalhau é encontrada na mesa do norueguês, principalmente da população mais ao Norte do país. Normalmente, ela é preparada empanada e frita. Vai acompanhada por cenouras cozidas, batatas e um purê de ervilhas.

Por falar em purê, se tem uma coisa que não falta na mesa do norueguês são batatas. Elas estão para os norugueses como o arroz está para nós. Em muitas cidades, os moradores costumam cultivar batatas para o consumo doméstico. Em geral, elas são miudinhas, lembram a nossa batata bolinha, e são servidas cozidas, com casca e tudo.

Ovas de bacalhau defumadas viram uma pastinha popular na Noruega. Eles chamam de Kaviar e vendem em tubos que mais lembram os de pomada ou creme dental. O sabor é bem pronunciado, como uma mistura de peixe com presunto. É muito utilizado em sanduíches, combinado com embutidos e ovos cozidos.

Uma das frutas típicas da Noruega é a cloudberry. Ela ocorre no outono e pode ser colhida nas regiões montanhosas do país. Amarelinha, quase alaranjada, ela tem um pontinho de amargor no sabor. Nessa época de outono, os chefs usam e abusam da cloudberry, que vira compota, sorvete e outras sobremesas nos restaurantes do país.