Eventos Bom Gourmet
Veja o que rolou no Gastronomix

Além de apaixonados por arte, o Museu Oscar Niemeyer recebeu neste fim de semana os amantes da boa cozinha. O Gastronomix trouxe para a área externa do museu mais de 30 barracas que serviram especialidades das mais variadas culinárias: italiana, francesa, baiana e parananese, entre outras. O evento foi paralelo ao Festival de Teatro. No sábado (28), o premiado chef Alex Atala, dos restaurantes D.O.M. e Dalva e Dito, em São Paulo, foi uma das grandes atrações.

Centenas de pessoas assistiram à palestra do top chef, que teve como foco a valorização da culinária brasileira e dos ingredientes locais. “Porque Itália, França, Espanha e Japão, só para citar alguns países, têm uma gastronomia tão forte? Porque eles têm orgulho da própria comida e uma cadeia alimentar bem estrurada. Nós brasileiros também temos que seguir esse caminho”, afirmou. Para chegar lá, Atala definiu os trilhos: “Para ter uma comida melhor, precisamos de um meio ambiente melhor. Daí a importância de ter uma gastronomia responsável. Outra coisa importantíssima é educar nossas crianças: precisamos ensinar para eles o que são os alimentos. O que é leite? O que é polvilho? O que é tapioca? O que é um fogão à lenha”.
O chef paulistano falou também sobre o Instituto Atá, a entidade que busca valorizar a culinária responsável, e seus projetos. Atala disse que pretende coletar um milhão de assinaturas em apoio ao projeto “Eu como cultura”, que procura tornar a gastronomia um elemento da cultura brasileira. Em conversa com o Bom Gourmet, o top chef elogiou o trabalho de alguns chefs curitibanos como Celso Freire e Manu Buffara, a qual já foi convidada em algumas ocasiões para cozinhar com ele. “Ela é certamente uma estrela, mas não está sozinha”, comentou. Sobre a recente premiação do guia Michelin que avaliou com duas estrelas o restaurante D.O.M., ele disse estar “muito feliz”. “Esperávamos uma boa performance do D.O.M., mas a grande surpresa foi a estrela conquistada pelo Dalva e Dito”, completou.
Cardápios variados e palestras
Além de Atala, a programação contemplou também palestras sobre cervejas artesanais, gastronomia responsável e cafés.

O cardápio contou com receitas típicas do Paraná, como o barreado servido na barraca do Armazém Romanus, e de outas regiões do país como o arroz de camarão com açafrão da terra e castanha de caju, preparado pelo chef Ivan Lopes, do Mukeka. Os restaurantes de Curitiba trouxeram o que de melhor há no menu. As opções foram de entrada a prato principal e sobremesa. O premiado chef Ivo Lopes levou para a feira uma das receitas que fazem sucesso no La Varenne: cassoulet de frutos do mar com lentilha verde. O Amore Bio, casa especializada na comida orgânica, serviu uma salada com mix de folhas, couve flor, tomate, repolho e morango. Todos os ingredientes são cultivados na chácara Irmãos Green, em Colombo. A Del Borgo trouxe para a feira um food truck equipado com um forno à lenha para preparar a pizza Napoli, com tomate, muçarela, manjericão e pamesão.
Chefs de outros estados
Além dos chefs locais, o evento, que teve curadoria do chef Celso Freire, apresentou especialidades de outros estados. Wanderson Medeiros, chef e proprietário do restaurante Picuí, em Maceió, serviu baião de dois com carne de sol na nata. Kátia Barbosa, chef dos restaurantes Aconchego Carioca e do bar Comedoria, no Rio de Janeiro, trouxe cerca de 3mil unidades de seu famoso bolinho de feijoada. Edinho Engel (MG), dono do restaurante Manacá, mostrou uma de suas especialidades com frutos do mar: moqueca de peixe. Beth Beltrão (MG), chef e proprietária do Virada’s do Largo, se disse “impressionada com a competência na organização”. Ela serviu 300 kg de costelinha de porco com ora-pro-nóbis.




