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Para Marian Guimarães, a gastronomia curitibana se divide entre antes e depois do Bom Gourmet.

Bom Gourmet

Marian Guimarães, a ‘mãe’ do Bom Gourmet

Stephanie D’Ornelas, especial para o Bom Gourmet
09/09/2022 22:09
A história de Bom Gourmet confunde-se com a de Marian Guimarães, responsável pela concepção da editoria de gastronomia da Gazeta do Povo há 30 anos. A jornalista e crítica gastronômica escreveu semanalmente no caderno por 17 anos. A paixão pela criação é tão grande que ela chama o Bom Gourmet de “filho”. E a importância do caderno em sua vida é realmente a de um familiar, daqueles que nos acompanham para sempre, mesmo a distância. Hoje a atuação da jornalista se concentra em seu blog sobre restaurantes, hotelaria e viagens, mas Marian nunca deixa de acompanhar o Bom Gourmet e todos os seus eventos.
A jornalista começou a trabalhar na Gazeta do Povo como repórter de turismo, e junto com sua então colega de redação Ana Amélia Filizola — hoje, diretora da unidade de jornais do GRPCOM — percebeu que era possível criar um caderno específico para cultura, já que as notas desse assunto ficavam espalhadas pelo jornal. Os diretores da Gazeta na época apostaram na ideia, que foi um sucesso. Logo Marian percebeu outra temática que merecia um espaço especial, a gastronomia. Quando viajava para produzir suas matérias de turismo, conhecia muitos restaurantes interessantes que valiam a recomendação. Outra aposta que os diretores encabeçaram.
A primeira matéria foi publicada em uma sexta-feira anterior ao do Dia dos Pais, indicando feijoadas de restaurantes em hotéis — Marian conhecia muitos durante as matérias de turismo e adorava frequentá-los com as amigas. Um dia, ao aguardar para fazer uma entrevista e se identificar na portaria de um hotel, a funcionária perguntou se era Marian que escrevia as indicações do Bom Gourmet, e mostrou um xerox de uma de suas publicações. “Ela disse que tinham várias cópias para dar para os hóspedes que pediam indicações de restaurantes”, lembra a jornalista.
Assim, o Bom Gourmet tornou-se referência na hora de decidir o que e onde comer. Marian lembra de uma matéria que escreveu sobre uma churrascaria: no dia em que saiu a matéria, o restaurante com capacidade para 150 pessoas lotou e teve que fechar as portas mais cedo. No almoço de sábado, sequer havia carne suficiente para a fila que se formava do lado de fora. “Quando saia matéria sobre um lugar, era garantia de que ia lotar”.
Para Marian, “a gastronomia curitibana se divide entre antes e depois do Bom Gourmet”. Até a criação dessa seção gastronômica, não havia outra publicação dedicada a explorar os restaurantes de Curitiba. “Os restaurantes começaram a se preocupar em ter assessoria, surgiram muitos cursos de cozinha na cidade”, lembra a jornalista. As recomendações de Marian continuam fazendo sucesso. “Mui­­tos leitores do Bom Gourmet que acompanharam meu trabalho são meus seguidores até hoje”.