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A adoção de códigos QR Code para acesso ao cardápio e pedidos é um dos itens a mais de segurança para a volta dos clientes.

Mercado e Setor

Restaurantes abrem novas unidades e reforçam cardápios digitais e take away

Cristina Souza*
23/03/2021 18:22
Na última semana de fevereiro, ainda sem os
anúncios das novas medidas de restrição, optei por fazer algumas visitas em
campo. Me manter isolada, focada essencialmente no contato virtual e em dados,
tanto de pesquisas, quanto de indicadores, me trouxe uma sensação de desconexão
com os desafios reais do dia a dia do food service.
Usando as medidas de segurança, dediquei um tempo para visitas presenciais a um estabelecimento de cada tipo nas regiões dos Jardins, Itaim, Vila Olímpia e Vila Madalena, na capital paulista, e em São Roque, interior do estado de São Paulo: restaurante, bar, padaria, café e restaurante na estrada. Nenhuma visita foi pré-agendada, a ideia inicial era simplesmente viver a experiência como consumidora e fazer observações.
No final foi possível conversar com empresários,
equipes e observar comportamentos e mudanças.
Segundo um empresário: “abrimos outros três
restaurantes durante a pandemia. Saímos de uma equipe de 100 para 170
funcionários. Estávamos capitalizados, adquirimos operações fragilizadas e as
reconfiguramos tanto para o delivery quanto para a experiência presencial.
Ainda não estão plenas, porém, estamos preparados para o cenário pós vacina”.  Sem dúvida, uma aposta inteligente.
Digitalização em toda mesa! Com o QR Code disponível do café ao restaurante de rodovia, numa versão contemplativa em que é possível olhar os itens e pedir ao garçom.
Na operação de bar visitada, ao abrir o cardápio
existia a opção: “fazer meu pedido”. Era clicar, enviar o pedido e, em poucos,
minutos receber na mesa. Claramente ajudando a simplificar o atendimento,
transmitir segurança e otimizar equipes.
Todos os estabelecimentos visitados tinham o serviço “para viagem”, em atividade frequente durante a permanência para observação, e a opção de serviço delivery a partir de algum aplicativo, excetuando o restaurante de estrada, que aceitava pedidos somente pelo bom e velho telefone. Ops, pelo WhatsApp na verdade.
No restaurante de estrada o gerente disse: “reduzimos a quantidade de mesas, mas felizmente, mesmo com todas as restrições, após a reabertura no ano passado, nosso movimento do almoço nos finais de semana cresce dia a dia. As pessoas têm gastado mais, pedindo petiscos, pratos, sobremesas e até cafezinho. Reforçamos nossa equipe de cozinha”.
O respeito dos clientes de todas as idades ao circularem sempre com uso de máscaras cria um ambiente de confiança. A isso se combina a qualidade da aplicação dos protocolos de saúde: equipe paramentada (máscara e face shield), medição de temperatura dos clientes, totens com álcool em gel (e também nas mesas), talheres e guardanapos ensacados, dentre outras ações.
Confesso que me fez muito bem me reconectar com a “vida real”, e essas visitas trouxeram a confirmação do otimismo e resiliência do setor.
Iniciamos o mês de março com números recordes de
mortes causadas pela pandemia do novo coronavírus, e seguem medidas de
endurecimento das restrição país afora – principalmente no estado de São Paulo,
novamente oprimindo os empresários do setor.
Certamente insuficiente, mas em paralelo, surgem novas medidas que soam como um sopro para a continuidade do setor. De acordo com especialistas em saúde e estatística, com a aceleração da produção das vacinas no país e medidas do governo para importação de doses, somadas às medidas restritivas nesse momento e medicamentos mais eficientes para o tratamento, devemos controlar o cenário e gradativamente retomar a reabertura -- a exemplo do que ocorreu no segundo semestre de 2020.
Nossas projeções para o mercado de food service, controlado o cenário citado anteriormente, inclui recuperação neste ano de 2021. Embora, ainda nada comparado aos números de 2019.
Por enquanto, reforço a todos a importância de
proteger a si, sua família, colaboradores e manter a mente quieta, a espinha
ereta e o coração tranquilo.
Venceremos!
*Cristina Souza é CEO da Gouvêa Foodservice - Estratégia e Gestão, especializada no atendimento ao setor englobando indústrias, distribuidores e operadores (redes, franquias e independentes).
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