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Entidade pede que formato de autosserviço dos buffets seja retomado nas cidades brasileiras.

Mercado e Setor

Concurso O Quilo É Nosso é confirmado mesmo com restrições por causa da pandemia

Guilherme Grandi
05/10/2020 15:16
Embora o serviço de buffet continue suspenso em diversas capitais do país, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) confirmou a edição de 2020 do concurso O Quilo É Nosso, criado há três anos para valorizar a comida servida no formato de autoatendimento.
Por conta da pandemia do coronavírus, a quarta edição do concurso vai abranger tanto restaurantes que seguem operando no formato tradicional onde é permitido quanto aqueles que servem no formato de rotisseria. A regra é de que o estabelecimento sirva a quilo e tenha toda a “brasilidade no prato”.
De acordo com Paulo Solmucci, presidente
nacional da Abrasel, o concurso deste ano terá uma importância maior do que
apenas mostrar a criatividade dos chefs com a comida trivial, do dia a dia.
Para ele, a edição será uma defesa do formato de atendimento mais difundido do
país.
“Atualmente há um estigma muito grande em cima dos restaurantes de buffet, de que o compartilhamento dos utensílios pode transmitir o coronavírus. Mas não é bem assim, temos protocolos muito rígidos para proteger os clientes que os donos querem seguir, mostrar que é seguro”, diz.
Ele explica que os restaurantes de buffet são a maioria no país, e os que mais estão sofrendo na pandemia por causa da proibição de atendimento e queda no movimento. A entidade chegou a elaborar protocolos de segurança, como o uso de luvas descartáveis e distanciamento social, e aguarda a liberação no formato tradicional em todo o país.
“Fast food tupiniquim”
Embora ainda não tenha uma previsão concreta de quantos restaurantes vão participar do concurso, o concurso O Quilo É Nosso será realizado entre os dias 20 e 30 de outubro em todas as regiões do país – o número de cidades também não foi confirmado pela Abrasel.
Gabriel Lacerda, produtor do concurso, conta que o tema da edição deste ano vai destacar o que ele chama de ‘fast food tupiniquim’, já que o formato é tido como uma criação bem brasileira.
“Esse tipo de serviço começou em 1984 em Belo Horizonte, e ganhou uma proporção tão grande que concorre com todos os formatos de atendimento. Neste ano incentivamos os chefs a valorizarem ainda mais a gastronomia local, criando receitas que utilizem ingredientes de suas regiões e levem a sua cultura ao prato”, conta.
As inscrições para os restaurantes interessados terminam nesta terça (6) direto com as regionais e seccionais da Abrasel (veja aqui).
Competição
Ao longo dos dez dias de competição, os restaurantes vão servir pratos que sejam característicos das regiões em que atendem, e serão avaliados pelos clientes e júri técnico. Por conta da pandemia da Covid-19, o concurso deste ano terá ainda a categoria “adequação às normas de prevenção”, além dos já conhecidos quesitos de ambiente, atendimento, limpeza, qualidade geral do buffet e receita – este último tem peso dobrado na nota final.
“O voto popular e o júri técnico vão escolher os
três finalistas de cada estado, e o vencedor deles vai à final no Rio de
Janeiro para escolher o melhor prato por quilo do Brasil”, completa Gabriel
Lacerda.
A final nacional será no dia 17 de novembro na capital carioca, com diversos prêmios aos primeiros vencedores. No ano passado, o risoto preparado com plantas alimentícias não convencionais (PANCs) da chef Gabriela Carvalho foi o vencedor da etapa paranaense, enquanto que o camarão no coco tostado com abóbora caramelizada no agridoce de goiabada do chef Neto Teixeira, de Fortaleza, foi o campeão nacional.