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Limonada, fondue, batata… 3 verdades e 3 mentiras sobre pratos “suíços”
Assim como suas fronteiras, a cozinha suíça mescla influências das culinárias francesa, alemã e italiana. No Brasil, alguns de seus pratos e produtos ganharam fama, como os queijos e chocolates, mas nem tudo que leva o adjetivo “suíço”, de fato foi criado no país.
“Muitos pratos no Brasil levam o nome ‘suíço’ porque o país há uns anos era referência de coisa boa e chique”, explica Alexandre Saredi, sócio-proprietário do restaurante suíço Chalet Suisse, em Santa Felicidade, em Curitiba.
Veja três mentiras e três verdades sobre pratos suíços:
Limonada suíça

Mentira! O país, em região montanhosa, não favorece o cultivo de plantas tropicais, como o limoeiro. “O limão na Suíça é caríssimo e importado, não existe essa bebida lá”, esclarece Saredi. Mas a limonada suíça, criada no Brasil, é bem diferente de uma limonada tradicional, pois é batida no liquidificador com leite condensado.
Chocolate suíço

Verdade! Assim como a Bélgica, a Suíça ficou famosa por sua produção de chocolate no século 19. Com clima ameno, transformar cacau em chocolate e resfriá-lo no formato de barras era mais fácil. E beber uma caneca de chocolate quente fumegante, oportuno.
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Crepe suíço
Mentira! Se for para procurar por crepe na Suíça, é mais fácil ir atrás de uma crêpe ao estilo francesa. “Não há nenhuma receita na Suíça que fique parecida com o crepe suíço, servido em palito”, alerta Saredi. Enquanto a crêpe francesa é feita na frigideira ou em uma superfície quente para ser dobrada, o crepe suíço (que é, na verdade, bem brasileiro), precisa de uma máquina própria para que a massa asse rapidamente e derreta o recheio.
Queijo suíço
Verdade! São quatro os queijos suíços mais fáceis de encontrar no Brasil: appenzeller, emmenthal, gruyère e, mais recentemente, raclette. “Falar de queijo na Suíça é igual falar de queijo na França: são muitos, mas só chegam no Brasil os queijos mais típicos dos Alpes, que têm maior teor de gordura e são usados para derreter”, ensina Flavia Soni Rogoski, mestre-queijeira e proprietária da loja Bon Vivant, no Mercado Municipal de Curitiba.

Também é possível encontrar os mesmos tipos de queijos produzidos no Brasil, como o queijo tipo raclette de Witmarsun (R$ 80 o quilo), tipo emmenthal, tipo appenzeller e tipo gruyère (de R$ 60 a R$ 90 o quilo). Para os mesmos queijos provenientes da Suíça, o quilo custa entre R$ 200 e R$ 250.
Batata suíça
Mentira! A explicação mais provável para a origem desse prato é a batata rösti, uma espécie de bolinho fino de batata ralada e sem recheio. “Batata rösti recheada não existe na Suíça. Só vi no Brasil colocarem recheio”, afirma Saredi.
Fondue
Verdade! A fondue é um prato tipicamente suíço. Mas há um porém: “Não existe sequência de fondue na Suíça. Ou se come fondue de queijo ou de carne. E fondue de chocolate começaram a servir em alguns pontos turísticos recentemente, não é da cultura gastronômica suíça”, explica Saredi.

Nos fondues de queijo, a combinação clássica são queijos que passam de 90 a 120 dias em cura. “Combina-se emmenthal, que tem dulçor e elasticidade, com o gruyère, que tem cristais de sal como o parmesão, mas mais úmido”, diz Flavia.
O fondue de queijo é comido apenas com batata e pão, enquanto o de carne geralmente é preparado mergulhando fatias finas de carne em um consomê temperado para cozinhá-lo. Come-se com molhos e batata rösti.
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