Thumbnail

Fábrica da Mondelez em Curitiba, onde são fabricados alguns dos produtos vendidos pela multinacional.

Negócios e Franquias

Alimentos de indulgência fazem e-commerce da Mondelez crescer 597% na pandemia

Guilherme Grandi
09/09/2021 12:58
Que as pessoas passaram a consumir mais alimentos de indulgência durante a pandemia já não é mais nenhuma novidade, e isso se reflete nos carrinhos de supermercados e nas vendas online. Mas, uma pesquisa recente da multinacional Mondelez comprovou isso em números e confirmou que a transformação digital dos negócios veio para ficar.
De acordo com o relatório State of Snacking 2020/2021, o consumo de alimentos que geram uma sensação de conforto, recompensa e alívio cresceu 51% no Brasil ao longo do ano passado, com as pessoas tendo que adotar o home office no seu dia a dia. Isso se refletiu diretamente no crescimento do e-commerce da gigante de alimentos, que disparou 597% no período.
Isso porque, mesmo com os supermercados
funcionando presencialmente durante os períodos mais restritivos, os
consumidores se voltaram às compras online para evitar saírem de casa. O que é
comprovado por outra pesquisa divulgada recentemente pela plataforma global de
comunicação omnichannel Infobip.
Segundo a pesquisa, 88% dos brasileiros adotaram o e-commerce no dia a dia, sendo 57,6% nas compras de alimentos e supermercados. O que mostra como a presença digital das marcas se tornou algo imprescindível para os negócios daqui para a frente – mesmo para aquelas que não lidam diretamente com o consumidor final.
É o que acontece com a Mondelez, que precisou
reforçar a operação online para atender ao B2B. Segundo Eduardo Amendola
Cavalcanti, gerente corporativo de comunicações da Mondelez Brasil, o
fechamento do comércio brasileiro em março do ano coincidiu com a Páscoa,
momento mais importante da indústria e que precisou ser completamente
remanejado em apenas quatro semanas.
“O ciclo total de vendas de Páscoa dura 18 meses, e tivemos que replaneja-la inteira, da campanha até a execução no ponto de vendas. Começamos a fazer parceria com Uber Eats, Rappi, e passamos de 600 clientes online para mais de três mil hoje, o que reflete nessa pesquisa”, explica.
Para ele, este é num novo hábito que passou a ser desenvolvido pelos consumidores e clientes do varejo, que são a ponta do comércio da Mondelez. De acordo com a pesquisa, 26% dos consumidores compravam online e 74% nas lojas físicas antes da pandemia. Com o isolamento social, 43% disseram que começaram a usar os canais digitais para comprar snacks, enquanto 57% mantiveram as compras nas lojas.

Mais de um produto

Também houve uma ampliação no rol de opções de
produtos oferecidos, segundo Amendola, por conta das próprias características
do delivery e do comércio online. Diferente de uma compra por impulso no
mercado ou na padaria, ninguém compra apenas uma barra de chocolate ou um
pacote de snack pela internet.
Normalmente, são cestas e pacotes mais sortidos
e diversos de uma só vez, o que ficou comprovado durante a pandemia. As
próprias pessoas se permitiram consumir produtos assim nos dias em casa, com
77% delas declarando que os snacks ajudam a aliviar o stress, pelo menos às
vezes.
E para as famílias com crianças, que também ficaram mais em casa durante a pandemia, 70% dos entrevistados disseram que usam os produtos como parte de atividades para mantê-las entretidas, como cozinhar, fazer biscoitos ou chocolates. Tudo isso abriu novas possibilidades de vendas para a gigante.
“O negócio online da Mondelez era olhado com outros olhos antes da pandemia, porque as prioridades eram outras. A Covid-19 fez acelerar esse olhar e esse tratamento no e-commerce”, afirma o gerente corporativo de comunicações.
Segundo a Mondelez, as vendas de chocolates
aumentaram 8% em 2020 na comparação com 2019, e 9,8% para os biscoitos.

Loja própria e marketplaces

Para consolidar essa presença digital durante a pandemia, a Mondelez incrementou as operações da loja online de chocolates Lacta - onde vende para o consumidor final-, em marketplaces como Rappi e iFood, entre outros, e supermercados online. É uma estratégia semelhante à adotada por outras marcas e restaurantes, que vêm investindo nos próprios canais de vendas e também nos marketplaces.
Mais recentemente, a versão brasileira do aplicativo singapurense Shopee também abriu uma aba exclusiva para a venda de alimentos e bebidas no marketplace – inclusive com produtos da Mondelez. Embora não revele a projeção de vendas para este ano, Amendola conta que a expectativa é de um grande crescimento em todos os canais.
“O Brasil apresentou um número muito positivo com um peso grande na nossa divisão de América Latina, e a expectativa é de fechar este ano mais uma vez com um bom resultado positivo”, conclui.
Parte deste bom desempenho se dá pela expectativa de que 75% dos entrevistados na pesquisa pretendem continuar comprando alimentos de indulgência pela internet mesmo após o fim da pandemia, por conta da praticidade que este canal de vendas proporciona.