Qual é o gosto de um escorpião?

Já que até Angelina Jolie se aventurou comendo algumas iguarias asiáticas (leia-se aranhas, escorpiões e outros insetos), resolvi aproveitar o ensejo para dividir a minha experiência por aqui. Há pouco mais de um ano, fiz minha primeira (de muitas, espero!) viagem para o sudeste asiático, onde comer insetos realmente faz parte da cultura — e achar feirinhas de rua vendendo aranhas, gafanhotos e escorpiões no palito não é tarefa das mais difíceis. Foi em Bangcoc, na Tailândia, que eu enfrentei meu desafio: um escorpião.

Os destinos digamos, mais exóticos, são meus favoritos sempre e a gastronomia é uma parte importante da cultura de um país — me esforço para conhecê-la ao máximo (na Turquia, por exemplo, comi pudim de leite com peito de frango, um fato que sempre me divirto contando, porque costuma causar reações adversas nos ouvintes). Mas voltando ao escorpião, saí do Brasil empolgada e enfrentei as quase 24 horas de viagem do Brasil até a Tailândia achando que comer os bichinhos estaria entre as tarefas mais fáceis.

Mas confesso que olhar aqueles aracnídeos de perto — eu, pelo menos, nunca tinha visto um escorpião ‘ao vivo’ antes, nem vivo nem muito menos em formato de pirulito — causa uma certa tensão. Especialmente pelo fato de que não são tão ‘inhos’ assim. Mas encarei meu próprio auto-desafio e devo concordar com Angelina: até que é saboroso. Ele tem uma textura de casca, é crocante e você fica um certo tempo mastigando até conseguir engolir. O gosto é o do tempero que eles colocam em cima, que é gostoso, salgado e levemente apimentado. Aprovado, mas longe de fazer parte da minha lista de pratos favoritos.