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Especialistas de diversos países escolhem os 10 melhores vinhos portugueses de 2022

Patrícia Ecave, especial para o Bom Gourmet
02/05/2022 14:17
Eleger os dez melhores vinhos portugueses. Foi com essa missão que eu, Patrícia Ecave, e um corpo de jurados internacionais estivemos no Palácio da Bolsa, na cidade do Porto, no início de abril. A eleição faz parte do evento Essência do Vinho, que neste ano chegou a sua 18ª edição.
O painel de jurados avaliou em prova às cegas (sem conhecimento prévio dos vinhos) uma pré-seleção de 62 vinhos portugueses. Os rótulos foram selecionados pelo Painel de Provadores da Revista de Vinhos de Portugal, que ao longo do último ano provou milhares de referências.
Confira agora os vinhos portugueses eleitos como os dez melhores de 2022!

1º Vinho branco: Quinta dos Carvalhais Branco Especial, produzido pela Sogrape no Dão.

Nesta quinta edição trata-se de um blend que alia vinhos de sete colheitas: 2006, 2010, 2013, 2014, 2015, 2016 e 2020. Alguns vinhos com uma média de 10 anos de estágio em barricas usadas de carvalho, de 225 litros, com diferentes graus de utilização. Tem autoria da enóloga Beatriz Cabral de Almeida e possui castas como Encruzado (48%), Gouveio (24%), Sémillon (9%) e outras variedades (19%). Com coloração amarelo palha brilhante, apresenta aromas que lembram pólvora, trufas, mel e frutas secas. No paladar, traz acidez muito bem integrada, um volume extraordinário e um final de boca elegante.

2º vinho branco: Quinta do Regueiro Alvarinho Jurássico II ( Vinhos Verdes – Monção e Melgaço)

Resulta de um lote de vinhos de diferentes colheitas: 2009, 2010 e 2011. É um vinho intenso, de complexidade aromática, com notas que lembram um mix de casca de laranja, tangerina, gengibre, resinas e iodo, um leve toque apetrolado. Rico e profundo, com acidez generosa e crocante, final elegante e longo, um verdadeiro hino à casta e à região. Paulo Cerdeira Rodrigues e Jorge Sousa Pinto são os enólogos responsáveis.

1º vinho tinto: Estremus 2017, elaborado por João Portugal Ramos em Estremoz

Na base tem um vinhedo de apenas 1,5 hectares, que representa somente 6% do total da vinha que envolve o Castelo de Estremoz, a mais emblemática do produtor. O Estremus é um lote, em partes iguais, das castas Alicante Bouschet e Trincadeira, tendo sido engarrafados 1953 exemplares. Entrega aroma intenso e profundo, dominado por frutas negras maduras como cassis e amoras, sua complexidade fica por conta dos aromas terciários provenientes do seu estágio em barricas. No paladar, é macio, ao qual se segue uma evolução caracterizada pela acidez, volume e estrutura, em harmonia, que lhe confere um final longo, persistente e de grande elegância.

2º vinho tinto: Rosa Santos Família 2017 (Regional Alentejano, Jorge Rosa Santos & Filhos)

Um alentejano com graduação de 15,5%, com as seguintes variedades: Syrah, Touriga Nacional, Aragonez e Alicante Bouschet. No aroma temos notas interessantes e uma complexidade que trazem borracha torrada/queimada, toffee, toque de terra e madeira exótica. No paladar, tem bom volume e corpo, sedoso, muito denso, tanino maduro e redondo, com muita estrutura, garra e força.

3º vinho tinto: Quinta da Boavista Vinha do Ujo 2017 (Douro, Sogevinus Fine Wines)

Trata-se de um blend onde as
castas foram cultivadas em vinhas com mais de 80 anos, o vinho estagiou 16
meses em barricas de carvalho francês. Detentor de uma envolvente cor rubi,
esse vinho mostra presença à primeira vista. Muito sutil no primeiro impacto,
deixa-se descobrir à medida que o deixamos girar na taça para volatilizar os
aromas. Proporciona notas de frutas do bosque bem entrelaçadas com especiarias
finas, no paladar revela múltiplas e inebriantes facetas, encorpado, carnudo,
com final longo.

4º vinho tinto: Júpiter Code 01 2015 (Regional Alentejano, Herdade do Rocim)

Júpiter é de autoria da alentejana Herdade do Rocim e tem por base uma vinha velha – a vinha da Micaela, nome da anterior proprietária – que Catarina Vieira e Pedro Ribeiro, produtores do Rocim, adquiriram em 2015. Solos graníticos, como habitual na zona da Vidigueira, cerca de 20 castas misturadas (Moreto, Tinta Grossa, Trincadeira, Alicante Bouschet, pequenas quantidades de outras castas e até variedades brancas).
De coloração rubi e luxuriante no desdobramento aromático trazendo mirtilo, cereja escura, pimenta, azeitona, folha de tabaco, urze, mato e especiaria delicada. Os taninos são frescos, com estrutura que alia potência e delicadeza, muita frescura e excelente acidez. Final elegante e detalhista, novamente em camadas, com nuances que lembram engaço, e bastante profundidade.

5º vinho tinto: Uivo Cronológico 2011 (IVV, Folias de Baco)

As vinhas desse tinto que ficou entre os melhores vinhos portugueses estão localizadas na sub-região do Cima-Corgo (Alijó) e encontram-se a altitudes médias de 600m, em solos resultantes de xisto e granito. Uvas colhidas de vinhas velhas (em média 70 anos), com destaque para a Gouveio. Fermentação muito lenta (2 anos) em barricas usadas, com estágio total de 30 meses sobre borras finas. Foram produzidas 1.100 garrafas.

6º vinho tinto: Pape 2018 (Dão, Quinta da Pellada)

Produzido no Dão com as
variedades Baga e Touriga Nacional pelo enólogo Álvaro Castro. Na análise
olfativa traz aroma doce, puro, chocolate e vívido com frutas vermelhas e
negras vibrantes, elegante e avançado ao mesmo tempo. Na boca é rico em fruta
doce suave e boa acidez, com boa estrutura.

1º Vinho fortificado: Real Companhia Velha Very Old Tawny 1927

Um vinho do Porto antigo do velho espólio da Quinta das Carvalhas, que integra uma coleção especial para celebrar os 265 da empresa, juntamente com Portos de 1900 e de 1908. Um grande clássico, de um ano considerado como um dos melhores do século. Produziu vinhos com cores profundas e de alta concentração. No paladar surpreende a frescura, num Porto que mostra vigor e elegância. É dotado de um sofisticadíssimo bouquet, que prima pela intensidade e pelo caráter, em perfeita harmonia com refinados aromas de madeira velha e notas de verniz. No paladar, esse eleito entre os melhores vinhos portugueses revela-se imensamente rico e denso, com uma invulgar e jovial complexidade, que remete para a memória da verdadeira e incontornável natureza do terroir duriense.

2º vinho fortificado:  Barbeito Famílias Meio Doce 50 Anos (Vinho Madeira, Vinhos Barbeito)

O Famílias é um blend que leva as castas Sercial, Verdelho e Malvasia, trata-se de um vinho inovador com grande elegância, considerado uma raridade. Foram engarrafadas apenas 618 garrafas.
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