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Restaurantes

Brasil tem 4 restaurantes entre os 100 melhores do mundo de 2019

Marina Mori e Guilherme Grandi
17/06/2019 18:59
Quatro restaurantes brasileiros estão entre os 100 melhores do mundo de 2019 do prêmio World’s 50 Best, considerado um dos mais prestigiados da gastronomia, que teve a lista parcial divulgada na manhã desta terça-feira (18) em Cingapura. Esta fase abrange a segunda metade do ranking — posições de 50 a 120. O carioca Oteque (100º), do chef paranaense Alberto Landgraf, é o único estreante entre os brasileiros. Além dele, figuram na lista o também carioca Lasai (74º) e os paulistas Maní (73º), da chef Helena Rizzo, e o D.O.M. (54º), de Alex Atala, que deixa de figurar entre as 50 primeiras posições.
Prato de avelã com pera e café servido no Lasai, no Rio de Janeiro. Foto: reprodução/Facebook.
Prato de avelã com pera e café servido no Lasai, no Rio de Janeiro. Foto: reprodução/Facebook.
Estreando na 100ª posição do 50 Best, o restaurante do chef Alberto Landgraf vem ganhando qualidade e crescendo na preferência dos jurados. No mês passado, o Oteque conquistou a primeira estrela Michelin por servir um cardápio contemporâneo com foco principalmente em peixes e frutos do mar, mas também pratos à base de legumes e pouca ou nenhuma carne vermelha.
Já o Lasai, do chef Rafael Costa e Silva, recuperou a queda no ranking nos últimos anos e agora aparece na 74ª posição. Focado em ingredientes do Rio de Janeiro, a casa era a 100ª da lista em 2018, a 76ª em 2017 e a 64ª em 2016. O restaurante também tem uma estrela Michelin.
A chef Helena Rizzo também conseguiu fazer seu Maní reverter as consecutivas quedas dos últimos anos e ganhar posições no ranking do World’s 50 Best de 2019, passando da 87ª para 73ª colocação na lista em comparação ao ano passado. Em 2017, o restaurante especializado em cozinha contemporânea com ingredientes tipicamente brasileiros aparecia na 81ª posição da premiação.

Nova queda de Atala

O chef paulista sofreu a segunda derrota de seus restaurantes neste ano. Foto: reprodução Instagram.
O chef paulista sofreu a segunda derrota de seus restaurantes neste ano. Foto: reprodução Instagram.
Por outro lado, 2019 não está sendo um bom ano para o chef paulista Alex Atala. Seu restaurante D.O.M. despencou mais uma vez no ranking do World’s 50 Best, da 30ª posição em 2018 para a 54ª neste ano – o que o fez sair da lista dos 50 melhores do mundo. No ano passado, ele já tinha perdido 14 pontos na premiação se comparado a 2017.
A perda de posições no World’s 50 Best de 2019 é a segunda perda de Alex Atala entre as premiações mundiais. No mês passado, sua segunda casa, Dalva & Dito, perdeu a estrela Michelin que detinha até 2018.

Surpresa?

Um dos pratos servidos n'A Casa do Porco. Foto: Mauro Holanda/divulgação.
Um dos pratos servidos n'A Casa do Porco. Foto: Mauro Holanda/divulgação.
Já o restaurante paulista A Casa do Porco, que estreou no ano passado na lista parcial do World´s 50 Best, pode ganhar o status de um dos 50 melhores do mundo na próxima semana, quando será divulgado o restante dos premiados. Isso porque a casa do chef Jefferson Rueda não apareceu na lista parcial divulgada nesta terça (18), o que pode ser uma surpresa se comparado aos ganhadores deste ano.
Em 2018, A Casa do Porco estreou logo na 79ª posição, à frente do Maní e do Lasai. O chef não conseguiu uma estrela Michelin, mas conquistou um lugar na categoria de Bib Gourmand neste ano, em que são premiados os restaurantes com um melhor custo-benefício.

Premiados

Confira a lista parcial completa dos melhores restaurantes do mundo entre as posições 120 e 51:
51. Reale, Castel di Sangro, Itália
52. Mikla, Istambul, Turquia
53. Arzak, San Sebastian, Espanha
54. D.O.M., São Paulo, Brasil
55. Maaemo, Oslo, Noruega
56. Relae, Copenhague, Dinamarca
57. Nobelhart & Schmutzig, Berlim, Alemanha
58. Sud 777, Cidade do México, México
59. Burnt Ends, Singapora
60. Indian Accent, Nova Delhi, Índia
61. Uliassi, Senigallia, Itália
62. Nihonryori Ryogin, Tóquio, Japão
63. Florilége, Tóquio, Japão
64. The Ledbury, Londres, Inglaterra
65. Selfie, Moscou, Rússia
66. Core by Clare Smyth, Londres, Inglaterra
67. Astrid y Gastòn, Lima, Peru
68. Fäviken, Järpen, Suécia
69. Nahm, Bangkok, Tailândia
70. Saison, San Francisco, Estados Unidos
71. Singlethread, Healdsburg, Estados Unidos
72. Aqua, Wolfsburg, Alemanha
73. Maní, São Paulo, Brasil
74. Lasai, Rio de Janeiro, Brasil
75. Diverxo, Madrid, Espanha
76. Momofuku Ko, Nova York, Estados Unidos
77. Chef’s Table at Brooklyn Fare, Nova York, Estados Unidos
78. Lido 84, Gardone Riviera, Itália
79. Mingles, Seul, Coreia do Sul
80. Estela, Nova York, Estados Unidos
81. Quique Dacosta, Denia, Espanha
82. Enigma, Barcelona, Espanha
83. Dinner by Heston Blumenthal, Londres, Inglaterra
84. Attica, Melbourne, Austrália
85. Amass, Copenhague, Dinamarca
86. Tegui, Buenos Aires, Argentina
87. Martin Berasategui, Lasarte-Oria, Espanha
88. Lung King Heen, Hong Kong, China
89. 108, Copenhague, Dinamarca
90. Alo, Toronto, Canadá
91. Sushi Saito, Tóquio, Japão
92. Harvest, São Petersburgo, Rússia
93. La Cime, Osaka, Japão
94. Aponiente, El Puerto de Santa Maria, Espanha
95. Gaa, Bangkok, Tailândia
96. Belon, Hong Kong, China
97. Vendome, Bergisch Gladbach, Alemanha
98. Anne-Sophie Pic, Valence, França
99. The Jane, Antuérpia, Bélgica
100. Oteque, Rio De Janeiro, Brasil
101. Brae, Birregurra, Austrália
102. Amber, Hong Kong, China
103. Jade Dragon, Macao, China
104. Cococo, São Petersburgo, Rússia
105. Kadeau, Copenhague, Dinamarca
106. Restaurant David Toutain, Paris, França
107. Il Ristorante Luca Fantin, Tóquio, Japão
108. L’Astrance, Paris, França
109. Alcalde, Guadalajara, México
110. Neolokal, Istambul, Turquia
111. Chambre Séparée, Ghent, Bélgica
112. St. John, Londres, Inglaterra
113. Vea, Hong Kong, China
114. La Colombe, Cidade do Cabo, África do Sul
115. Per Se, Nova York, Estados Unidos
116. St Hubertus, San Cassiano, Itália
117. Epicure, Paris. França
118. Ernst, Berlim, Alemanha
119. Atomix, Nova York, Estados Unidos
120. Sugalabo, Tóquio, Japão

120 de 100

A parcial do ranking (do 51º ao 100º lugar) do World’s 50 Best é organizado pela publicação britânica Restaurant. Nesta primeira etapa, 69 estabelecimentos de 44 cidades em 25 países são classificados entre os 51 e 120 melhores do mundo.
O guia anual costuma dar o título de melhores do mundo a 100 restaurantes. Nesta edição, porém, a premiação elege um número maior: são 120 os estabelecimentos agraciados pela publicação. A mudança é temporária e ocorre apenas em 2019 como uma homenagem ao aniversário de 120 anos da S. Pellegrino, o maior patrocinador do World’s 50 Best.
O evento de premiação da parcial é realizado uma semana antes da cerimônia principal, que anunciará os 50 primeiros nomes do ranking no hotel de luxo Marina Bay Sands, em Cingapura, no dia 25.
Segundo William Drew, um dos editores do concurso, muitos restaurantes aparecerão pela primeira vez no segundo bloco da lista. “Podem esperar uma grande quantidade de nomes inéditos de lugares que vão da Bélgica a Rússia, do México a Macau”, escreveu ele em uma publicação no site do 50 Best dias antes da entrega do prêmio.

Best of the Best

Pela primeira vez nos 17 anos de história do prêmio, todos os restaurantes que já chegaram ao topo do ranking se tornarão inelegíveis.
O chef italiano Massimo Bottura, da Osteria Francescana, comemora a vitória ao lado da esposa Lara. Foto: Reprodução.
O chef italiano Massimo Bottura, da Osteria Francescana, comemora a vitória ao lado da esposa Lara. Foto: Reprodução.
Isso significa que tanto a Osteria Francescana, atual número 1 do mundo, quanto os icônicos El Celler de Can Roca, o The French Laundry, o Eleven Madison Park, o The Fat Duck e o el Bulli (fechado em 2011) entrarão para outra lista, como hors-concours – a “Best of the Best” (Melhores dos melhores, em tradução livre).
A mudança ocorreu para ampliar as chances de que mais estabelecimentos conquistem o título de melhores do mundo.

The World’s 50 Best

O prêmio foi criado em 2002 pela revista britânica Restaurant e, desde então, se consolidou como o maior evento gastronômico do mundo – ao todo, 1.040 pessoas exercem o papel de jurados. Ao longo dos anos o 50 Best ampliou o esquema de premiação e, atualmente, tem também edições que elegem os 50 melhores restaurantes da América Latina, da Ásia e também os melhores bares do mundo.
Este ano, o Latin America’s 50 Best Restaurants será formado pela opinião de 250 especialistas da indústria gastronômica da América Latina. O que constitui o “melhor” fica a critério dos jurados, já que não há uma lista de critérios predeterminados mesmo com regras rígidas para a votação. A edição de 2019 ocorrerá na Usina del Arte, em Buenos Aires, no dia 10 de outubro.

Como funciona a votação

  • O voto é secreto até o anúncio dos vencedores assim como os jurados devem permanecer anônimos;
  • Cada jurado vota em dez restaurantes; pelo menos quatro deles deve estar fora da região onde eles moram;
  • Os jurados indicam suas dez escolhas por ordem de preferência;
  • Jurados devem ter comido nos restaurantes indicados nos últimos 18 meses, confirmando a data em que a visita ocorreu;
  • Os jurados não podem votar em seus próprios restaurantes;
  • Os jurados não podem votar com base numa experiência gastronômica que não foi realizada no restaurante indicado (por exemplo, quando um chef cozinhou em um lugar diferente);
  • Os jurados não podem votar em restaurantes que fecharam ou vão fechar em até três meses ou em restaurantes pop up;
  • O voto é no restaurante, não no dono do empreendimento ou no chef.
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