Restaurantes
Sushi caiçara com peixes da Ilha do Mel: conheça o restaurante do chef Pedro Caetano
Há cinco anos, o administrador e hoje chef de cozinha Pedro Caetano resolveu que queria uma vida mais tranquila e próxima do mar: rumou de Curitiba para a Ilha do Mel, no litoral do Paraná, área de preservação ambiental que permite, no máximo, 5 mil visitantes ao dia. O chef também queria a possibilidade de estar perto de seus fornecedores e trabalhar com produtos frescos e locais. Foi então que surgiu o Malie Sushi (se pronuncia maliê, que significa paz na língua havaiana), que une as técnicas milenares da culinária oriental com peixes típicos do litoral paranaense.
O Sushi Bar – o primeiro e único da Ilha do Mel – fica na praia de Encantadas, dentro da Pousada Malie Chalés. “Vim para a Ilha para trabalhar e a então dona da pousada sabia que eu fazia sushi. Vimos a carência desse tipo de gastronomia aqui e abrimos”, relembra Caetano que, na época, já trabalhava com culinária oriental há 10 anos. Fazer sushi, sashimis e outros pratos da culinária japonesa começou como um hobby. Posteriormente, o chef foi se especializar e estudou na Nagoya Sushi School, a única escola credenciada ao governo japonês e representante da World Sushi Skills Institute.

No Malie, o chef também busca preservar a tradição japonesa que aprendeu na Nagoya. Por isso, oferece no cardápio entre os pratos de entrada o Missoshiro, sopa de pasta de soja, tofu, wakamame e cebolinha, caldo que sempre inicia as refeições no Japão.
Além de disponibilizar no dia a dia do Malie Suhi o salmão e o atum – os peixes mais consumidos no Japão e que costumam ser os mais usados nos pratos –, Caetano também traz uma variedade de peixes do litoral paranaense que ainda são pouco consumidos no Brasil. Robalo, caranha, pescada amarela e olho-de-cão (peixe de cor avermelhada e de sabor suave) são alguns dos peixes usados pelo chef. A tainha – cuja pesca em junho é uma das principais atrações do litoral e é conhecida pelo sabor marcante – vira sashimi no Malie. “Quanto mais gordo o peixe, mais fino o corte, como é o caso da tainha”, explica.

Da tainha, vem outra iguaria que o chef utiliza no gunkan (arroz envolto com alga e coberto por recheio): as ovas do peixe, conhecida como a bottarga brasileira. “Tem gente que exporta a preço de ouro, e aqui na Ilha temos pessoas que produzem de forma artesanal”, conta o chef. A disponibilidade dos peixes locais no cardápio varia conforme a temporada e é sazonal.
A conversa de Caetano para buscar insumos locais e de primeira qualidade não se restringe aos pescadores: o chef também incorpora as PANC’S (Plantas Alimentícias Não Convencionais) da Ilha do Mel em algumas de suas receitas e na decoração dos pratos (neste caso, sobretudo as flores comestíveis). “Faço muita pesquisa com moradores”, fala. Em uma das criações de sushis enrolados fritos, Caetano cobre com taioba frita; a espécie da Mata Atlântica vem ganhando espaço na culinária brasileira nos últimos anos.
Pratos vegetarianos

Pelo fato de a Ilha do Mel receber visitantes de todo o mundo, e também pelo peixe cru não ser uma unanimidade, Caetano fez criações vegetarianas para quem não come carne, como cogumelos salteados, yakissoba de legumes e teppan yaki de cogumelos (grelhados na chapa com legumes, acompanhado de arroz japonês). “Pensamos também nas pessoas que querem acompanhar quem gosta de sushi, mas só encontrava o prato kids”, diz o chef. No Menu Kids, para crianças que ainda não gostam da culinária japonesa, o Malie oferece um prato de arroz, mignon e batata frita.
Segundo Caetano, o sushi bar não é só uma atração para os turistas: por ser o único da Ilha do Mel, se tornou referência entre os moradores. “Muita gente freta lancha de Brasília [outra parte da ilha] para vir comer aqui. Aos poucos, fomos conquistando espaço. Outro dia recebemos sete clientes e foi a primeira vez que eles comeram sushi e sashimi. Esse é o cliente que me dá mais prazer em atender”. Entre os turistas, Caetano já atendeu indianos e japoneses, que fizeram questão de experimentar as criações de Caetano. “Para mim, atender japonês é a máxima, porque eles têm aquela ideia de que no Brasil o sushi é deturpado, eles martelam muito o que é o tradicional.”
Para fechar o jantar, sorvete caseiro de doce de leite, com redução de café e farofa de nozes. Criação da também chef (e prima de Caetano) Hannah Lima (fundadora do @hannahemcasa), a sobremesa é uma sensação nas avaliações do Malie Sushi no Trip Advisor (plataforma de informações e avaliações de viagens). Nas bebidas, o sushi bar oferece drinks, cervejas artesanais e dose de saquê (bebida alcoólica tradicional do Japão). O chef do Malie também preza pelo cuidado nas louças e utiliza pratos da Poteria Oficina Cerâmica, cerâmica artesanal, da artista Isabel Oliveira Seraphim, que é tia de Caetano e fornece para restaurantes de alta gastronomia em Curitiba. “É a família da gastronomia”, brinca.
Serviço
O Malie Sushi funciona às segundas-feiras e de quinta-feira a domingo, apenas para o jantar, das 19h às 22h. Os preços variam de R$ 8 a R$ 120. Praia de Encantadas - Ilha do Mel. Outras informações no site maliechales.com.br e no @maliechales.
O Malie Sushi funciona às segundas-feiras e de quinta-feira a domingo, apenas para o jantar, das 19h às 22h. Os preços variam de R$ 8 a R$ 120. Praia de Encantadas - Ilha do Mel. Outras informações no site maliechales.com.br e no @maliechales.