Livro
Publicado em 2007, o best-seller Para Sempre Alice, da escritora e neurocientista Lisa Genova, ganhou uma reedição pela Nova Fronteira, com uma foto do filme na capa. O livro tem 288 páginas e custa R$ 29,90 .
Não há como não sair comovido do drama Para Sempre Alice.
Baseado no livro homônimo de Lisa Genova, o filme não traz nada de inovador em termos de direção, roteiro ou forma. Nem precisa: sua força está na história que conta, de Alice Howland, uma mulher de 50 anos que descobre sofrer do Mal de Alzheimer.
A atuação de Julianne Moore, no papel de Alice, faz o longa-metragem valer cada minuto.
Nada parece errado na vida de Alice. Ela tem uma carreira brilhante como professora de Linguística e pesquisadora na Universidade de Columbia, um bom casamento e se relaciona de forma bastante próxima com dois de seus três filhos.
Só tem conflitos com a caçula Lydia (Kristen Stewart), que sonha em ser atriz e resiste à ideia de ir para a faculdade, como é a vontade da mãe intelectual.
Vivendo um momento ótimo na carreira, Alice começa a esquecer pequenas coisas do dia a dia de forma recorrente. Ela procura um neurologista que a diagnostica com um Mal de Alzheimer precoce, doença que atinge justamente as coisas que mais importam para ela: o intelecto e a capacidade de articulação. A evolução e os sintomas, aliás, são piores para ela, por ter um alto grau de instrução.
Duas vezes
Julianne Moore está em dois filmes importantes entre as estreias deste mês – um deu a ela o Oscar e o outro, de David Cronenberg, foi premiado em Cannes.
Leia a matéria completaNo início, ela dribla a doença com lembretes constantes no celular, respondendo perguntas simples como “qual é o nome de sua filha mais velha” de um jeito quase obsessivo. Consegue terminar o semestre de aulas e tenta agir normalmente, saindo para correr e cozinhando para a família. Entretanto, logo acaba esquecendo coisas simples, como o lugar do banheiro na casa da praia ou o caminho de volta do parque para casa.
Não demora para as mudanças causadas pelo Alzheimer abalarem todas as relações familiares, sobretudo com a filha mais velha, Anna (Kate Bosworth), de quem era bastante próxima e com quem tinha afinidades intelectuais e de personalidade, e com o marido, John (Alec Baldwin), que acaba não aguentando a transformação sofrida pela esposa.
O que mais surpreende no filme é a maneira como Alice age quando ainda tem sua memória: ela percebe a distância do marido, que não está disposto a encarar os estágios avançados da doença ao lado dela.
Alice sabe que esquecerá tudo o que aprendeu ao longo da vida. A doença a fará se perder completamente. Em uma das cenas mais tocantes, ela grava um vídeo para si mesma dizendo: sua vida foi tudo, menos trágica.
Se o Mal de Alzheimer afastou grande parte da família, a filha Lydia se reaproxima da mãe e consegue entender e lidar com o problema. Reprova a postura dos outros de falar sobre Alice como se ela não estivesse presente e é a única a perguntar para a mãe sobre seus sentimentos.
Julianne vive atriz decadente em Mapa Para as Estrelas
É clichê, mas a versatilidade acaba definindo uma boa atriz ou um bom ator. Bons atores que interpretam sempre eles mesmos, ou um determinado perfil, pipocam por aí.
Leia a matéria completaA atuação de Kristen Stewart, que estourou como protagonista da saga Crepúsculo, surpreende. Mas é o cuidado e o brilhantismo de Julianne, e sua incrível transição como Alice, que roubam a cena.
Pelo papel, Julianne conquistou o Oscar de melhor atriz. Foi sua quinta indicação para o prêmio – já tinha concorrido por Boogie Nights: Prazer sem Limites (1997), Fim de Caso (1999), As Horas (2002) e Longe do Paraíso (2002).
Para Sempre Alice estreia nesta quinta-feira (12).
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