| Foto: Biel Carpenter

Queria lembrar minha mão

CARREGANDO :)

Quando não havia manchas.

Alguma coisa fora do tempo.

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Aquela memória, assim, não.

Enfim, passou. Agora, esses

Dedos, com essas estampas.

Não era assim. Era, não sei

Bem. Limpas. Melhor,

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Cortá-las, disse o poeta.

A mão inteira, brilhante,

Principalmente nova, uma

Pequena roda semovente.

Verde. Isso: a mão inteira

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Disponível, pronta para o que

Der, ver e vier. As unhas:

Novas. Talvez a diferença

Sejam as unhas – elas como

Que envelhecem. O tempo

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De cada pedaço não é o tempo

Do todo, diz a equação.

Mas essas coisas corroídas

São mais que unhas. São

Não sei. Você percebe esse

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Metro atrapalhado. Um pé

Lá atrás, outro adiante, e

Nunca fecham o compasso

E tudo é culpa da unha

Essa mesma, sobre a pele

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Manchada de dedos assim

Não tão ruins, mas a pele

E a mancha e esse olho que

Vê, enfim. A coisa como era.

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