O segundo álbum-solo de Paula Toller chega às lojas com gostinho de estréia. Com 14 faixas inéditas no primeiro eram somente duas , Sónós se firma com uma sonoridade entre o cool e o pop, bem ao estilo da carioca.
O disco não traz nenhuma ruptura, nem é preciso. Com 25 anos de estrada, Paula criou um estilo próprio, inconfundível, o que garante um bom número de fãs pelo país afora.
O produtor Paul Ralphes colocou a cantora em contato com o nova-iorquino Jesse Harris, que resultou em duas parcerias interessantes: a delicada "If You Wont", com ecos de Carole King; e "Long Way From Home", com a elegância herdada da tradição jazzy americana.
A primeira faixa de Sónós, "? (O Q É Q Eu Sou)", composição inédita de Erasmo Carlos, resume, para Paula, o conceito de todo o álbum: "Somos o Todo Feito de Nada". Balada intimista, quase existencial, que serve como porta de entrada para o universo da cantora, seguido por "All Over", com uma pegada mais pop e cantada em dueto com Donavon Frankenreiter, o surfista californiano com quem Paula já havia cantado no Kid Abelha.
Uma reflexão necessária sobre o Rio de Janeiro de hoje dá as caras na parceria "Pane de Maravilha", uma espécie de declaração de amor à cidade (ainda) maravilhosa.
O álbum continua em bom ritmo com "Um Primeiro Beijo", um dos pontos altos de Sónós; "Você Me Ganhou de Presente" e fecha em chave de ouro com "Glass Im So Brazilian", de Kevin Johansen. Paula Toller não inova, mas se reinventa. Sorte a nossa. GGG
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