Quando se conhece uma proposta como a do Cirque du Soleil, é comum imaginar o que está por trás de uma companhia de circo que se tornou uma grande empresa e consegue gerenciar 900 artistas e 3,5 mil funcionários de mais de 40 nacionalidades e registra uma marca superior de 250 temporadas vistas por mais de 60 milhões de pessoas.
A idéia surgiu em 1982, no Quebec, Canadá, com um grupo de malabaristas, engolidores de fogo e acrobatas. O Cirque não passava de uma proposta para ser apresentada sem compromisso. A receptividade do público foi tão grande que resultou em um festival e depois no circo em 1984.
Não é fácil definir o sucesso e a magia que o "Circo do Sol", exerce sobre as pessoas. Afinal, é um circo, onde malabaristas e contorcionistas são as grandes estrelas. Mas, quem faz parte da companhia garante que é muito mais. E quem assiste diz que o espetáculo é uma obra de arte.
Em entrevista exclusiva ao Caderno G, Chantal Côte, relações públicas da trupe, em Montreal, fala que "a missão do Cirque du Soleil é muito simples e humilde: invocar a imaginação, provocar os sentidos e incitar as emoções das pessoas de todo o mundo. Esta tem sido a proposta desde o início do grupo. Criar shows que toquem o público de alguma maneira e que tenham impacto na imaginação".
A exclusividade e o glamour dos shows demandam dois a três anos de preparação para se obter o resultado desejado. Tudo é minuciosamente pensado e envolve todos os funcionários da companhia. "Todas as pessoas trabalham para desenvolver uma idéia preliminar do show com Guy Laliberté, o diretor do Cirque. Os artistas selecionados são treinados por oito a nove meses antes do início das apresentações."
Côte diz que não há lugar para vaidades pessoais no grupo e isto pode ser o ingrediente especial do sucesso. "Não há estrelas no Cirque du Soleil. O show é a estrela e é feito com um trabalho em equipe. Isto é explicado para os artistas que chegam ao grupo e não é problema. Todos os artistas participam de alguma maneira. Executamos mais de mil performances por show e precisamos de todos."
A apresentação no Brasil tem um significado a mais para o Circo de Guy Laliberté. Entre os projetos especiais da companhia está o Cirque du Monde, que ensina a arte do circo às crianças pobres. "O projeto começou no Brasil em 1990, antes de fazermos apresentações no país. A população brasileira demonstra muito entusiasmo em nossos shows. É sempre um prazer voltar a um país que tem uma platéia tão quente", entusiasma-se Côte.
Apesar de tanta pompa e circunstância, ele ressalta que nem o Cirque du Soleil e nenhuma companhia artística do mundo, são perfeitos: "Apenas tentamos colocar criatividade em nossos corações. O Cirque du Soleil é uma companhia de entretenimento inovadora e criativa e procuramos oferecer aos nossos artistas as melhores condições para eles fazerem o melhor que puderem."
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