O palhaço não sabe ler. Ele confessa ao mostrar como o celular “mágico” transforma o que fala em mensagem de texto, nem sempre literal, mas compreensível. É que a infância foi meio sem graça: Chameguinho dormia embaixo do bondinho de sempre quando tinha de fugir da casa da mãe, doméstica, e do pai, carpinteiro.
O dia em que o palhaço da XV chorou
Chameguinho queria fazer um casamento público inédito – foi quando a vida resolveu contar uma piada de mau gosto
Leia a matéria completaAos nove anos, cheirava acetona, gasolina, éter. Fumava o que pintava. Começou no crime meio que na revolta: roubou um baita filé de uma senhora que decidiu dar um pedaço não ao menino mirrado, mas ao cachorro de raça. Mandou-se para São Paulo de carona, porque ficou sabendo que roubar relógio lá era moleza. A primeira tentativa de furto o endireitou na vida: abordou o padre Júlio Lancellotti, que o colocou num colégio interno, onde fez aulas de teatro. Pomada Minâncora virou maquiagem.
Voltou para Curitiba e aos dez anos vendeu o primeiro balão na Rua XV. A convite de Fani Lerner, morou na Casa do Jornaleiro por um tempo. Começou com as palhaçadas, a imitar quem passava na rua. Hoje, é um patrimônio das manhãs de sábado, embora diga, chateado, que a Fundação Cultural de Curitiba nunca o convidou para um evento. Tem orgulho de 1997, quando se acorrentou para protestar contra um projeto de lei municipal que proibiria o trabalho de artistas de rua. Venceu a batalha.
Em 2009, morava na Vila das Torres e lá fundou uma biblioteca comunitária. Antes era um espaço na casa do comerciante José Francisco Sanches, o Baleia. “Começou como uma brincadeira. Estava rasgando um livro para jogar fora e ele perguntou se já tinha pensado numa biblioteca”, diz Sanches.
Hoje, os livros somam 4 mil e estão em um espaço próprio no Clube de Mães do bairro. “Tem de tudo. Romance, ficção, livro de direito, infantil”, conta Irenilda Arruda, presidente da associação.
Dia desses o programa Minha Casa Minha Vida deu sinal verde, e Chameguinho se mudou para o Santa Cândida. Pretende recriar o projeto na nova vizinhança.
Com “puxadinhos” no Orçamento, governo Lula legaliza fracasso do arcabouço fiscal
Alexandre de Moraes procurou presidente do Banco Central para pedir pelo Banco Master
Campanha da Havaianas com Fernanda Torres leva chinelada de políticos e consumidores de direita
Próximo alvo? As semelhanças e diferenças nas ofensivas de Trump contra Maduro e Petro