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Eles querem ser a Marvel brasileira. Anísio Serrazul e Fábio Azevedo, sócios da ND Comics, criaram os "Guerreiros da tempestade", o primeiro time de super-heróis nacionais que pode ultrapassar o "gueto" dos fãs de quadrinhos. E, assim como a editora do Homem-Aranha, apostam no cinema para popularizar seus personagens. Acabou de entrar em produção um desenho animado com os "Guerreiros da tempestade", previsto para estrear em meados de 2008. Será feito pelo mesmo estúdio que produziu "Turma da Mônica – uma aventura no tempo", utilizando a mesma tecnologia que mistura 2D com cenários 3D.O filme vai mostrar as origens dos heróis brazucas, que se aventuram somente em solo nacional, não usam máscara, atendem por nomes como Tiago ou Rodrigo e vivem em cidades como Petrópolis, São Paulo e Goiânia. Mas, como seus pares americanos, têm uniformes estilosos, super-poderes quase divinos e apelidos como Trovão, Tornado e Cósmico. Todos são fruto da imaginação de Anísio Serrazul, um quadrinista de 40 anos que acaba de deixar seu emprego de funcionário público para se dedicar em tempo quase integral a seus personagens, junto com o sócio Fábio Azevedo.

Sediada em Goiânia, a ND Comics ainda está longe da Marvel Comics, mas, em dois anos de existência, já avançou bastante. Edita duas revistas em quadrinhos mensais estrelando os super-heróis, com uma tiragem conjunta de 100 mil exemplares.

"Os ‘Guerreiros da tempestade’ estão dando certo graças a uma lacuna no mercado. Faltavam heróis com temática nacional", explica Fábio. "As cenas acontecem no nosso cotidiano, sempre exaltando o que temos de bom."

A história dos "Guerreiros da tempestade" não tem apenas cenários brasileiros. A política nacional também é um fator importante, tanto que o vilão é um senador e até a campanha "Diretas já" faz parte do enredo. Outro tema em voga aparece na história: os heróis ganharam seus poderes através da manipulação genética. "Isso é fazer quadrinho adulto", diz Anísio Serrazul.

Adulto, para Anísio, não significa violento. Nos quadrinhos da ND não há violência extrema, palavrões, nem sangue. "O Homem-Aranha não tinha nada disso. É baseado no humor, por isso faz sucesso", afirma Anísio, que tem uma visão bastante empresarial de suas criações. "A revista em quadrinhos é vitrine. É ela que gera filmes, gera outras coisas. É um investimento." A intenção de Anísio é recuperar o dinheiro investido nos quadrinhos licenciando produtos baseados nos heróis, de brinquedos a desenhos animados para a TV.

Por enquanto, as revistas são desenhadas e roteirizadas pelo próprio Anísio, que finaliza as 23 páginas em menos de um mês. Crítico, relançou os primeiros números de "Guerreiros da tempestade" por não gostar dos desenhos que havia feito. Essas edições foram alvos de muitas críticas. "Há um preconceito terrível contra os quadrinhos brasileiros, dos próprios brasileiros. Esperam que a gente seja igual ao Alan Moore (criador de ‘V de vingança’) ou Frank Miller (‘300’)."

Conheça a editora no endereço: www.guerreirosdatempestade.com.br

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