O grande escritor russo Leon Tolstoi ainda desperta paixão: sua obra-prima, Anna Karenina, que já foi levada uma dúzia de vezes ao cinema, é tema de mais uma adaptação, desta vez muito original com Keira Knightley no papel principal, apresentada no Festival de Cinema de Toronto.
É a primeira vez que esse filme de 130 minutos, dirigido pelo britânico Joe Wright (autor de "Orgulho e Preconceito", em 2005, também estrelado por Keira Knightley, e "Desejo e Reparação", de 2007), é apresentado no exterior.
O Festival Internacional de Cinema de Toronto, que vai até 16 de setembro, é considerado como uma rampa de lançamento para o Oscar.
A heroína tolstoiana de destino trágico foi representada por várias atrizes de forma brilhante, inclusive por Greta Garbo, Vivien Leigh e Sophie Marceau, mas a jovem inglesa, que já atuou com grande facilidade no papel de uma aristocrata em "A Duquesa" (2008), acrescenta a sua personagem um toque de humor e leveza.
Claro, a Anna Karenina de Joe Wright ainda é uma aristocrata russa casada sem amor com um idoso muito mais velho, Alexis Karenina, e que se apaixona perdidamente por um oficial de cavalaria, Conde Vronsky.
Esta paixão se choca com a alta sociedade da Rússia czarista que não os perdoa, especialmente ela, quebrando os códigos sociais, e termina em tragédia, o suicídio de uma jovem mulher que se atira sob um trem.
Mas também nos surpreendemos rindo, com a alegria da atriz britânica tão contagiosa. A encenação é muito original.
Trajes suntuosos, belas músicas (do compositor italiano Dario Marianelli), o jogo de luz que ilumina os rostos, ajudam a compor os personagens.
Mesmo Karenina, marido de Anna, é cativante. Outro ponto original do roteiro, enquanto que o personagem de Tolstoi é severo e envolto em preconceitos de classe. Para o papel, o diretor surpreende até mesmo o seu público, escolheu ... Jude Law, mais conhecido por seu físico destruidor de corações, agora irreconhecível atrás de sua barba e óculos pequenos.