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Novo álbum tem mais de 20 participações – José Miguel Wisnik entre elas. | Marcia  Xavier/Divulgação
Novo álbum tem mais de 20 participações – José Miguel Wisnik entre elas.| Foto: Marcia Xavier/Divulgação

Férias prolongadas acompanhadas de livros de Gertrude Stein e Guimarães Rosa foram as inspirações de Arnaldo Antunes para compor o disco “Já É”, lançado mês passado. São 15 músicas escritas durante períodos sabáticos em Paraty, Nova York, Rishikeshi (Índia) e Roma. O músico mostra o novo álbum ao vivo com apresentação no sábado (17), no Guairão – Curumin, Chico Salem e André Lima estão na banda que o acompanha; e Vilma Ribeiro faz o show de abertura.

“Já É” é o melhor álbum do ex-Titãs desde “Paradeiro”, de 2001. Nasce depois de uma sequência extensa de discos e turnês quase emendados: “Iê iê iê”, “Ao Vivo Lá em Casa”, “Acústico”, “Pequeno Cidadão”, “A Curva da Cintura” e “Disco”. Eclético e limpo, foi produzido pelo requisitado Kassin. “Ele é muito versátil. Se adequa muito bem. É o cara mais sem preconceito que conheço”, diz Arnaldo Antunes em seu barítono inconfundível.

As quinze faixas formam um recorte sereno sobre a valorização do presente e suas banalidades incontornáveis. “Me coloquei num estado de disponibilidade emocional”, explica o músico. “Pra que tanta pressa/ onde quer chegar?/ deixa de conversa/ pode relaxar”, canta ele ao lado de Marisa Monte em “Peraí, Repara”. “É o prestar atenção ao instante, não passar com pressa pelas coisas, algo de contemplação e vagareza”, completa.

O álbum abre com um quase carimbó em “Põe Fé Que Já É”, se derrete numa balada triste e filosófica em “Antes”, passa pelo rock em “Se Você Nadar”, e conversa com o reggae em “Óbitos”, a mais politizada do álbum. “Falo sobre os legisladores, verdadeiros responsáveis pela violência”, argumenta. As letras continuam inspiradas e “concretistas”, na medida em que isso é possível em se tratando de canção, e dialogam com o livro de poemas “Agora Aqui Ninguém Precisa de Si” (Companhia das Letras), lançado em junho.

O filé mignon vem em uma dupla de músicas, mais para o final do disco. “Saudade Farta” é uma crônica sobre a ausência em ritmo de samba-canção. “Sinto sua falta/ a saudade é farta/ por dentro de mim/ em casa/ sua samambaia cresce/ quando a noite desce/ rego o seu xaxim”. A linda “As Estrelas Sabem” é uma parceria com José Miguel Wisnik no estilo voz e piano. “Ele me deu a melodia e fiquei encantado”, lembra Arnaldo.

A coleção de participações, aliás, chama atenção. Entre os mais de 20 nomes estão Pedro Sá, Davi Moraes, Marcelo Jeneci, Jaques Morelenbaum, Marisa Monte, Carlinhos Brown, Dadi e Cézar Mendes, Betão Aguiar e Péricles Cavalcanti.

Serviço

Arnaldo Antunes – Já É

Teatro Guaíra (R. XV de Novembro, 971), (41) 3315-0808. Dia 17 às 21h. De R$ 45 a R$ 180. Assinantes da Gazeta do Povo têm desconto na compra de até dois ingressos. Promoção 1+1: Na compra de um ingresso, você ganha outro.

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