Essa é uma exposição à qual não se vai pelo nome do artista, e sim para conhecer novas propostas que um dia poderão ficar conhecidas. A Bienal Novos Artistas, que abre na Caixa Cultural nesta terça-feira (20), traz obras de 24 criadores que nunca realizaram uma mostra individual de trabalhos.
Do Paraná, apenas Eduardo Luiz de Freitas, de Castro, apresenta um trabalho. A série de esculturas “Assentos para Sólidos Moles” brinca com a ideia de resistência dos materiais e dos objetos: sobre almofadas de cerâmica repousam pedras maleáveis de silicone.
Apesar de não ser permitido tocar as obras, visualmente é possível constatar a contradição entre os materiais e a realidade. “A própria faculdade [Belas Artes] possibilitou o contato com uma grande quantidade de materiais, e essa vastidão é que chamou minha atenção para as possibilidades da matéria”, contou o artista à reportagem.
No geral, o tema da exposição passa por essa subversão do esperado, como é bem explícito nas ilustrações de Rodrigo Moreira (SP): ele coloca ao lado de desenhos botânicos a descrição em texto de crimes.
A ausência de outros paranaenses é explicada pela curadoria: “Os artistas daqui em geral têm a ideia de que artistas novos são aqueles ainda vinculados à faculdade, mas a única exigência era nunca ter realizado exposição individual”, disse à Gazeta do Povo Rosemeire Odahara Graça.
Além de obras bi e tridimensionais, a mostra traz vídeos que, na opinião de Rosemeire, se afastam da tradicional videoarte, com muita experimentação. Filipe Acácio, do Ceará, enfrenta a força das águas que jorram de comportas abertas em uma represa, numa relação chocante entre a natureza e a resistência do corpo.
SANGUE NOVO
Térreo e mezanino da Caixa Cultural (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Abre dia 20 às 19h. Visitação até 6 de dezembro, de 3ª a sáb. das 10 às 20h e dom. das 10h às 19h. Entrada franca.
Nas fotografias de Simone Cupello, do Rio de Janeiro, um casulo da altura dela (1,62m) é feito do verso de fotografias, compradas de catadores de lixo ou herdadas de amigos. Sem ver as imagens, o visitante enxerga apenas as dedicatórias e anotações de época, além de marcas deixadas por álbuns.
Já as imagens de Claudia Elias, também do Rio, retratam ela mesma, mas sem mostrar o rosto, em locais não tão nobres fora do país. E nos desenhos em nanquim de Maíra Yuri Fukimoto de Oliveira, de São Paulo, a forma clássica é retomada para representar objetos da natureza.
24 artistas
expõe fotografias, esculturas, pinturas, gravuras, desenhos e objetos na mostra. Também há instalações e videoinstalações, intervenções e novas tecnologias.
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