Quem quiser ter uma ideia sobre como se deu a formação da gastronomia brasileira precisa visitar a mostra Os Banquetes do Imperador – A Formação da Gastronomia Brasileira, em cartaz a partir desta sexta-feira (15) até o dia 31 na Casa Romário Martins.
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Baseada em livro homônimo do jornalista, fotógrafo, editor e chef de cozinha André Boccato, em coautoria com Francisco Lellis, a exposição apresenta 24 painéis fotográficos que revelam os gostos, os costumes e os padrões da gastronomia do país no século 19.
O livro, conta Boccato, foi fundamentado na coleção Tereza Cristina, esposa de Dom Pedro II, que contém, entre objetos e livros, 1,2 mil menus que o imperador colecionou ao longo da vida – 140 estão na obra.
Menus de navios (ele viajava muito para o exterior, diz o pesquisador), de hotéis , de restaurantes no exterior, e de ocasiões especiais (como batizados, festas e inaugurações oficiais) estão no conjunto, e mostram uma grande influência francesa. “São menus que refletem a nobreza brasileira, e a cultura francesa era o modelo de vida da época. Tanto que quase todos os cardápios estão em francês”, diz Boccato, ele mesmo um colecionador de menus franceses do período da Belle Époque.
Segundo ele, há dois pratos que podem ser chamados de principais na época: o peru ao forno e o tender. “Depois de anos, esses pratos nobres se transformaram em algo que a maioria da população pode comer pelo menos uma vez ao ano”, destaca Boccato.
O modo de servir também era diferente do que hoje é entendido como o mais “correto” em restaurantes, com entrada, prato principal e sobremesa. “A característica principal era ter muita comida variada, com vários pratos na mesa”, relata o pesquisador, que entrega a comida favorita do imperador. “Ele gostava mesmo era de canja de galinha.” A entrada é franca.
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