Máquina de macarrão e de casquinhas de sorvete faziam parte da Todeschini, fechada em 2013.| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

Indústrias paranaense como a Todeschini, Matte Leão, Pianos Essenfelder, entre outras, criaram produtos que fazem parte da memória afetiva de muita gente – além de terem contribuído para o desenvolvimento do estado. Parte dessa história está reunida na mostra “Indústrias do Paraná”, em cartaz no Museu Paranaense.

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A exposição, que ocupa um novo espaço físico do museu, destinado para homenagear empresas consideradas essenciais na economia do estado, traz objetos, fotografias e outros materiais de empresas como Matte Leão, Cerâmicas Colombo, Fábrica de Fitas Venske, Impressora Paranaense, Todeschini e Pianos Essenfelder.

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Há, ainda, um espaço destinado para o Banco Banestado, fundado em 1928. “Apesar de não ser uma indústria, incluímos esse espaço na mostra pois foi importante na história do Paraná. Além disso, o museu abrigou o acervo depois da privatização do banco, em 2000”, diz a coordenadora do setor de História do Museu Paranaense, Tatiana Taketuzi.

Os passos da indústria no Paraná

A vinda de imigrantes europeus e o ápice do ciclo da erva-mate foram fundamentais para que as primeiras fábricas fossem instaladas no estado

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Além de saber da história da fundação e da expansão do Banestado é possível ver materiais que vão desde uma grande máquina de contar moedas, até os populares cofres de plástico em formato de “porquinho”, que eram distribuídos gratuitamente para os clientes.

Entre as várias curiosidades reveladas pela mostra, está o fato de a Todeschini, fundada em Curitiba em 1885, ter sido a primeira indústria de macarrão do Brasil,trazida ao país pelo italiano Giuseppe Todeschini. Entre os objetos da fábrica (fechada em 2013), está uma grande máquina de macarrão, de 500 quilos, e outra usada para fazer casquinhas de sorvete, que é “um sucesso”, entre as crianças, conta Tatiana.

Da Impressora Paranaense, que imprimiu o primeiro jornal do Paraná, “Dezenove de Dezembro”, em 1854, é possível ver uma máquina litográfica de 1898, responsável pela impressão de rótulos de vários produtos, como a erva-mate e a icônica balas Zéquinha. Em parceria com o Solar do Barão, o museu conseguiu reproduzir novamente o desenho de algumas pedras litográficas.

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Venske

Com mão de obra 90% formada por mulheres, a Fitas Venske, que aparece na mostra, foi, segundo Tatiana, uma fábrica que refletiu os avanços da legislação trabalhista da década de 1930 (sua fundação foi em 1907, mas passou por uma ampliação em 1938, quando a fábrica ocupou um espaço de 16 mil metros quadrados no Alto da XV). Ela cita um trabalho da professora do departamento de História da UFPR, Roseli Boschilia, feito sobre o assunto. “Foi um período de ingressão de mulheres jovens no mercado de trabalho”, fala Tatiana.

Indústrias do Paraná

Museu Paranaense (R. Kellers, 289 – São Francisco), (41) 3304-3300. Visitação de terça a sexta-feira, das 10h às 18 horas. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 16 horas.

Entrada franca.

A mostra fica em cartaz por tempo indeterminado. Mais informações no Guia.

Na Venske, por exemplo, as trabalhadoras tinham um berçário à disposição, além de serviços de profissionais como dentistas, área ampla de refeitório, ambulatório, entre outros espaços.

De acordo com Tatiana, todas as empresas contempladas na exposição, apesar de serem de diferentes ramos, têm em comum o fato de não terem conseguido resistir às mudanças da virada para o seculo 21, que impôs uma nova dinâmica de mercado.

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“Indústrias do Paraná” fica em cartaz no Museu Paranaense por tempo indeterminado, com entrada gratuita.

A máquina de macarrão da Todeschini, que pesa mais de 500 quilos.
Conjunto de imagens da Mate Real: empresa do fim do século 19 é uma das únicas que permanecem abertas.
Os famosos cofres de plástico do Banestado integram a coleção do banco: os 1.200 itens estão no acervo do Museu Paranaense desde 2000.
Detalhe da máquina usada para fazer casquinhas de sorvete, da Todeschini.
Os materiais gráficos da Balas Zéquinha , feitos pela Impressora Paranaense.
Piano de cauda orquestral da Essenfelder: no auge, fábrica produzia 130 pianos por mês.
Embalagens feitas em pedras litográficas foram impressas pelo Solar do Barão.
Oriço, usado com tração animal para realizar a moagem da erva-mate.
Máquina de costura da Fitas Venske.
Retalhos das fitas produzidas pela Venske.
Parte dedicada para as fitas Venske teve trabalho do cenógrafo Áldice Lopes, do Teatro Guaíra.
Mostra retrata como indústrias contribuíram para desenvolvimento do estado.
Um dos anúncios da Essenfelder, que encerrou as atividades em 1996.