Os fiéis da padroeira do Brasil têm mais um motivo para visitar a cidade de Aparecida (180 km da capital), que agora possui um museu de cera.
Construído especialmente para abrigar o museu, o local, que fica no Santuário Nacional de Aparecida, reúne 70 esculturas em tamanho real e 20 cenários feitos por artistas da França, da Inglaterra e dos Estados Unidos.
“Essa representação plástica de cenas e personagens ajuda a contar a história e a levar as mensagens religiosas. Usando a cera, as imagens chegam ainda mais perto do real”, diz o padre Juarez de Castro, da Arquidiocese de São Paulo.
O passeio conta a trajetória da santa. Na entrada, há a famosa cena em que os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves encontram a estátua de Aparecida no rio Paraíba do Sul.
Essa imagem também representa o primeiro milagre creditado a Aparecida. Nele, os três pescadores estavam aflitos, sem encontrar peixes. O aparecimento da escultura fez com que a situação se revertesse, e a pesca virou um sucesso.
O museu segue por outros milagres da santa, como o da menina cega que voltou a enxergar e o do escravo Zacarias, que teve as correntes quebradas ao orar em frente à imagem de Aparecida.
Daí, o visitante passa por representações de religiosos, políticos e personalidades com alguma relação com a santa. Há também cópias de fotos com passagens históricas.
Aberto em 12 de fevereiro, o museu está em fase de testes. A inauguração oficial será em 22 de março.
“As esculturas são lindas. Senti a força do papa João Paulo II na frente da imagem dele. Foi uma excelente surpresa. O lugar une beleza e fé.”
Esculturas
As esculturas que compõem o museu de cera de Aparecida representam pessoas que, de alguma forma, fizeram parte da história da santa.
Há, claro, religiosos da Igreja Católica. Entre eles, está dom Antônio Alves, responsável pela abertura da Rádio Aparecida, em 1951. O museu reproduziu a sala da emissora, e há um áudio com a locução de Alves.
O papa Pio 11, que proclamou Nossa Senhora Aparecida como a padroeira do Brasil em 1930, também ganhou escultura. Peças de papas atuais, como João Paulo 2º e Francisco, estão no museu.
A restauradora Maria Helena Chartuni, que em 1978 reconstruiu a imagem da santa, despedaçada após cair no chão, também está lá. “Não sabia que a escultura havia sido quebrada. Foi uma ótima ideia incluí-la no museu”, conta o advogado Mário Vieira.
Entre os políticos, estão Getúlio Vargas (1882-1954), presidente do Brasil quando Aparecida foi proclamada padroeira, e Juscelino Kubitschek (1902-1976), presidente quando o governo federal financiou a obra da Torre Brasília, uma das torres da basílica.
Outra das esculturas é a do jogador Ronaldo. Em 2002, ele foi à basílica pedir para que os seus joelhos melhorassem para a Copa do Mundo daquele ano. Deu certo, e ele voltou para agradecer, levando presentes à sala de promessas.
Os personagens antigos foram lembrados depois de pesquisas feitas por historiadores e estudiosos da santa. Nos corredores do museu, foram reproduzidos ambientes e sons típicos da região de Aparecida durante o século 18.
A construção e organização do museu foram feitas por parceria entre o Santuário Nacional de Aparecida e a empresa de entretenimento Dreams.
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