Tim Burton, 57 anos, diz que nunca foi um bom desenhista quando trabalhou, ainda jovem, para os estúdios Disney. “As raposas que eu desenhava pareciam ter sido atropeladas por um carro”, diz o diretor à Folha de S.Paulo.
Hoje consagrado, e ainda criando personagens “atropelados”, volta e meia produz ou distribui algum filme com a Disney, com a qual afirma ter uma relação de contratações e demissões. “Eles gritam ‘venha’, depois berram ‘vá’. Então eu entro e saio.”
O cineasta americano chegou ao Brasil no último fim de semana. Na noite de segunda (8), acompanhou o desfile das escolas de samba do Rio na Marquês de Sapucaí. Nesta quarta (10),
A exposição “O Mundo de Tim Burton” reúne cerca de 500 itens do acervo pessoal do diretor, entre vídeos, cadernos de roteiro, “storyboards”, bonecos e desenhos - estes somando 380 ilustrações.
Burton tem no currículo filmes aclamados, com personagens desajustados e visual sombrio. Sua lista de sucessos inclui “Batman” (1989), “Edward Mãos-de-Tesoura” (1990), Marte Ataca!” (1996), “A Fantástica Fábrica de Chocolate” (2005) e “Frankenweenie” (2012).
Ele disse ter gostado da montagem brasileira da exposição, que traz algumas inovações desde sua primeira edição, em 2009, no Museu de Arte Moderna de Nova York. Uma delas é um escorregador para os visitantes descerem de um piso a outro.
“Se a proposta é que a exposição seja algo como entrar na minha cabeça, deu certo. Porque criaram um lugar em que eu gosto de estar.”
Sobre uma das mais curiosas partes da mostra, que é a grande coleção de desenhos em guardanapos de papel, ele teoriza. “Quando era jovem, desenhava em qualquer lugar, no shopping. Mas depois preferi ter mais privacidade. Então num bar, escuro, com pouca gente, é bom para desenhar. Mas é um sinal de que eu passo muito tempo em bares, não?”, brinca.
Burton chama a sala dedicada a seus projetos que não foram desenvolvidos, outra novidade na versão brasileira, de “a mais triste de todas”. Mas admite que não planeja seus trabalhos com antecedência. “Começo a desenhar sem saber se vai sair dali um personagem novo.”
Quando: até 15/5; de ter. a sex., das 11h às 20h; sáb., das 9h às 21h; dom. das 11h às 19h
Onde: Museu da Imagem e do Som, av. Europa, 158, tel. (11) 2117-4777
Quanto: visita gratuita às terças-feiras; às sextas e domingos, R$ 12 nas bilheterias; quartas, quintas e sábados, R$ 40, apenas com compra antecipada pela internet (esgotado até o dia 9 de abril).
“É tão difícil fazer um filme que eu só acredito que vou mesmo realizá-lo no set, gravando as primeiras cenas com os atores.”
Com alguns filmes em preto e branco no currículo, ele ri diante da pergunta do repórter sobre se ele sonha em preto e branco ou em cores. “Sonho muito com cães. E esses cães aparecem sempre em preto e branco, é uma verdade.”
Diretor de refilmagens como “Planeta dos Macacos” e “Alice”, Burton acha que trabalhar com algo que já existe, como um filme antigo ou um livro, é seu maior desafio. “Todos têm sua visão preconcebida da história, e dificilmente vai ser parecida com a minha”, diz.
Não há mais chance de conseguir participar de um evento na presença do cineasta. Na quinta (11), ele conversará com fãs no MIS, depois da exibição de um filme dirigido por ele. Os ingressos estão esgotados.
No sábado (13), haverá uma sessão de autógrafos do catálogo da mostra e de livros de Burton, mas apenas para 350 pessoas já contempladas em um sorteio promocional do MIS.
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares
Deixe sua opinião