Se enganou quem, como a autora inglesa Sophie Kinsella, pensou que a história de Rebecca Bloom, ou Becky Bloom, uma jornalista de economia com problemas para administrar suas finanças pessoais, acabaria no terceiro livro da série numa festa de casamento. "Senti saudades de Becky", diz a autora inglesa Sophie Kinsella por e-mail. E os delírios de consumo de Becky Bloom continuaram:
- Originalmente "As listas de casamento de Becky Bloom" seria o último livro da série pois termina com um final feliz... mas aí eu senti saudades de Becky. E recebi muitas cartas perguntando sobre ela e se haveria outros livros. Por isso decidi que a história dela ainda não havia terminado - explica Kinsella.
Por isso, depois de "Os delírios de consumo de Becky Bloom", "Becky Bloom, delírios de consumo na 5ª Avenida" e "As listas de casamento de Becky Bloom", chegou recentemente às livrarias, em português, "A irmã de Becky Bloom". Para a surpresa das fãs - a maioria dos leitores da série é de mulheres, afinal trata-se aqui de um divertido exemplar da chamada 'literatura mulherzinha' - a continuação da série não contaria as aventuras consumistas de uma futura mamãe. No quarto livro, Becky descobre que tem uma irmã. Mas ela não era filha única? Até agora, sim. Ou, nas palavras da própria personagem, ela encontrou uma irmã "há muito perdida", fruto de um relacionamento de seu pai, antes de ele se casar com sua mãe. Apesar do choque inicial, Becky recebe bem a notícia e tenta se aproximar da irmã Jess. Tudo seria perfeito e elas grandes amigas se não fosse um pequeno detalhe: Jess simplesmente O-D-E-I-A fazer compras. No desenrolar desta tentativa de aproximação, muitas compras, faturas de cartões de créditos escondidas, mentirinhas e risadas.
Exemplo de literatura leve e divertida tendo como público alvo o feminino, tão na moda desde "O diário de Bridget Jones", a personagem de Kinsella se diferencia de sua antecessora no gênero sobretudo porque não estava buscando o grande amor de sua vida, embora aparentemente o tenha encontrado. Becky está muito mais preocupada com seu mundinho: seu trabalho, seus amigos e, é claro, as compras. Os livros narram as aventuras desta adorável consumista que, para dar vazão à sua ânsia por saias, sapatos, bolsas e móveis de grife se mete em muita confusão.Foto: Divulgação
A autora, que também gosta muito de fazer compras, afirma que ninguém é tão louca quanto Becky, mas confessa que emprestou uma experiência particular à personagem:
- Quando eu era jornalista de economia, lembro de ter falado para um editor que estava indo para uma coletiva, quando na verdade estava indo comprar uma saia pela qual havia me apaixonado. Depois, tive que escondê-la dentro do casaco - conta.
Perguntada se é parecida com a personagem que criou, Sophie responde:
- Tenho meus momentos Becky!
É o que diz também a jornalista Vanessa Grinberg, de 32 anos, fundadora da primeira comunidade sobre a personagem no site de relacionamentos Orkut. A comunidade "Sou fã da Becky Bloom", fundada em 14 de junho de 2004, tem hoje 989 membros. Vanessa conta que, entre amigas, sempre usa a expressão "momento Becky" quando compra por impulso.
- Eu me identifico com ela pois também sou jornalista e adoro compras. Como quase todas as mulheres, às vezes me vejo numa "situação Becky", ou seja, comprando por impulso. Como a personagem, também temos que nos virar para esconder de vez em quando as faturas de nossos noivos ou maridos ou pais!
A bacharel em direito, Tatiana Pelegrini, criadora de outra comunidade, a "Becky Bloom de Sophie Kinsella", com 578 membros, também se considera parecida com a personagem:
- Sou como Becky: atrapalhada, consumista, divertida, um pouco insegura sem motivo aparente, amiga leal, aquela quer se dar bem no emprego, que tem um homem bom que entende nossas trapalhadas! Eu só não conto mentirinhas como ela, que às vezes faz por não saber como sair de uma situação. Engraçado que até o livro "As listas de casamento de Becky Bloom" coincidiu de ser lançado um pouco antes do meu casamento, enquanto eu cuidava dos preparativos... bom demais!
Tatiana, que é casada e tem uma filha de 7 meses, confessa que já passou por situações parecidas:
- Comprar uma sandália igual só que de outra cor, por exemplo. Tem um momento que Becky compra uma sandália laranja igual a uma que ela já tinha em lilás. Ela fica doida enquanto não volta pra comprar a laranja. Eu já fiz isso! - confessa.
Mas a história de Becky não pára por aqui e pode até virar filme. Segundo Sophie Kinsella, os estúdios Disney estão interessados em levar a personagem para a telona. Enquanto os fãs cruzam os dedos para que o filme saia logo, Kinsella tranqüiliza as fãs: "A irmã de Becky Bloom" definitivamente não será o último livro da série.
- Haverá pelo menos mais um e posso adiantar que Becky está grávida - afirma Kinsella, que já está trabalhando no novo livro.
A irmã de Becky Bloom (Shopalholic and sister), de Sophie KinsellaTradução da Editora Record, 480 páginas. Preço: R$ 44,90.
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