Nas manhãs de carnaval do Rio de Janeiro é comum se deparar com enormes carros alegóricos sendo empurrados pelas ruas do centro da cidade. Depois que a festa termina no Sambódromo, integrantes das escolas de samba ainda têm um dever a cumprir: levar as alegorias de volta aos barracões de cada agremiação.

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Agentes de trânsito interditam vias para garantir o acesso dos gigantescos e coloridos veículos. O transtorno não incomoda quem, do carro ou nas ruas, aguarda a passagem das alegorias. E quem as empurra, como Paulo Roberto, da Ala da Força da Escola Renascer de Jacarepaguá, que este ano desfilou, pela primeira vez, no Grupo Especial, garante que a função é parte da festa.

"Dei uma parada para descansar. Foi muito cansativo, desde ontem, mas foi um desfile muito bonito. Os carros são muito pesados e vamos andando e empurrando esses carros, por quase 3 quilômetros, desde a Sapucaí. Mas é com muito amor e animação", garante com sorriso estampado e o suor no rosto.

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A passagem dos carros alegóricos é a garantia de festa popular para quem não conseguiu um ingresso na avenida do samba ou disposição para acompanhar os desfiles nas arquibancadas gratuitas montadas nos arredores do local. Edmar Araújo, por exemplo, trabalha como balconista, em um restaurante no centro da capital fluminense que não fecha as portas neste período. Ele explica que dá para aproveitar o carnaval, mesmo atrás do balcão. Quem trabalha durante da tarde e a noite, recebe os foliões dos blocos de rua. E, pela manhã, acompanha as fantasias e carros alegóricos no caminho de volta para a casa.

"Dá para ver os blocos e carros alegóricos passando por aqui. Dá para curtir porque a gente não sai às ruas. A gente sai cansado [do trabalho] e vai direto para casa para descansar e trabalhar de novo", disse o comerciante.

A sobra dos desfiles no Sambódromo também ganha a atenção dos turistas que chegam, de outros países, nos navios que atracam na zona portuária do Rio de Janeiro. O comerciante argentino Emilio Billiar, veio com a mulher e um grupo de amigos de Tucumán, Norte da Argentina. Para ele, a viagem é a "realização de um sonho". O grupo explicou que sempre acompanhou o carnaval pela televisão. "É um espetáculo lindo. Chegamos agora e queríamos ver alguns carros alegóricos e nos falaram que aqui poderíamos acompanhar nesta rua do centro. São muito grandes e bonitos", disse o turista.