O cantor carioca Cícero Lins vem traçando uma trajetória particular. Sua projeção em 2011 aconteceu com uma rapidez incomum: o músico lançou um disco caseiro na internet, Canções de Apartamento, e viralizou. No disco seguinte, dois anos depois, abandonou parte do que era mais cativante nas primeiras canções para dar lugar ao hermético Sábado – um álbum melancólico e de identificação difícil.
Veja o serviço completo no Guia.
Cantor expõe paisagem emocional nova
A música de Cícero é francamente confessional, e seus discos são conscientemente interligados
Leia a matéria completaCom o recém-lançado A Praia, que o cantor apresenta em Curitiba nesta sexta-feira (24), no Music Hall (R. Engenheiros Rebouças, 1.645), Cícero parece ter chegado a um ponto de conciliação, que revela um retrato mais bem-acabado de seu estilo.
“Sábado foi um disco que quebrou a ideia de que minha carreira se basearia só no Canções.... Mas ele dividiu opiniões. E ter que lidar com os dois olhares para mim foi uma grande escola”, conta o músico, em entrevista por telefone para a Gazeta do Povo. “Foi aí que entendi o que é ter uma carreira, uma discografia. Entendi um pouco melhor a função do disco hoje em dia, em que só se houve single, em que ninguém mais ouve álbum. Já pensando a respeito disso, fiz A Praia”, explica o músico, que admite não ter se esforçado para simplificar nada no trabalho anterior. “Ficou um disco um pouco mais difícil de gostar, de pegar para si. Já o Canções... era um disco muito mais fácil de dizer – ‘essa canção está dizendo o que eu quero dizer’. Ele tinha essa vontade. Nesse disco, a vontade não era nem uma coisa nem uma outra.”
Music Hall (R. Eng. Rebouças, 1.645), (41) 3044-1350. Dia 24 de abril, às 22 horas. Ingressos a partir de R$ 25 (meia-entrada), à venda no site
http://www.uningressos.com.br.
Baixe os discos em
www.cicero.net.br .
Em A Praia, Cícero leva adiante o papel do desenvolvimento instrumental em suas composições, que ele não classifica como canções. Nesta linguagem, que ele parece ter consolidado a partir do disco anterior, a forma canção – apesar de voltar a surgir com melodias mais inspiradas – aparece fragmentada, inconclusiva. Na contramão da tradição da MPB que, junto com o rock alternativo, foi a principal influência de Canções.... “Tenho ouvido cada vez mais música instrumental e cada vez menos com letra”, diz. “Acho que a letra atrapalha algumas imagens. Acho que eu talvez consiga dizer mais se deixar só o tronco da ideia em texto e o resto em música.”
No que chama de um “disco de produtor”, o músico insere experimentos com elementos até então inéditos em seus arranjos, como a polirritmia produzida pelos violinos na faixa-título.
Os arranjos, que o músico considera tão importantes quanto qualquer outro aspecto das composições, lançam mão de naipes de sopro, percussões e células de ritmos brasileiros tradicionais, como em “O Bobo” e “De Passagem”. Não é, conforme ele mesmo diz, nem um disco de rock, nem de MPB.
Relembre o primeiro sucesso de Cícero, em 2011:
Governo pressiona STF a mudar Marco Civil da Internet e big techs temem retrocessos na liberdade de expressão
Clã Bolsonaro conta com retaliações de Argentina e EUA para enfraquecer Moraes
Yamandú Orsi, de centro-esquerda, é o novo presidente do Uruguai
Por que Trump não pode se candidatar novamente à presidência – e Lula pode