Além do "fator Neyde Thomas", existe uma série de outros motivos para que Curitiba tenha criado uma fama de celeiros de cantores. A principal delas é a tradição curta e com interrupções da montagem de óperas, principalmente no Teatro Guaíra. Desde 1985, quando foi criada a Orquestra Sinfônica do Paraná, foram 15 produções próprias, o que não chega a perfazer nem mesmo uma por ano. Mas é o suficiente para ultrapassar outras cidades brasileiras do mesmo porte.
A existência de uma escola de Belas Artes, com um curso forte de canto lírico; a composição étnica da cidade, cheia de povos ligados à tradição da ópera, como alemães e italianos; e as temporadas contínuas de duas orquestras na cidade também são fatos que impulsionam o interesse de jovens pelo canto lírico.
Segundo Neyde Thomas, agora que já existe um cenário de canto na cidade e que jovens talenos de outras praças passam a procurar Curitiba como meio de aperfeiçoamento para suas vozes, deve se tornar ainda mais comum o fato de cantores formados por aqui ganharem repercussão fora. "Hoje já temos grandes conquistas. Tenho mais de 20 alunos que estão trabalhando na Europa", conta ela, orgulhosa de seus pupilos. "A ala de sopranos da Osesp, de São Paulo, também é quase toda minha", diz ela.
Além dela e de Rio Novello, a cidade também tem alguns cantores com fama nacional e que ajudam a reforçar a imagem de celeiro de vozes. O principal exemplo é a soprano Denise Sartori, que ganhou notoriedade em todo o país como cantora, atriz e professora, tendo formado dezenas de alunos na cidade, tanto para ópera quanto para música de câmara.
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