O norte-americano já foi muito fascinado pela ciência, mas hoje não é mais. Cientistas, políticos, jornalistas, religiosos – todos são responsáveis por isso, afirmam Chris Mooney e Sheril Kirshenbaum, autores de Unscientific America, lançado em 2009 e ainda sem edição brasileira. Eles propõem um novo modo de pensar como a população encara a ciência: pior que ver boa parte das pessoas ignorar conceitos básicos de Física e Química, é perceber que elas simplesmente deixaram de considerar a ciência como importante.

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A dupla mostra que o mundo científico se distanciou da sociedade em quatro campos principais: o da política, do entretenimento, do jornalismo e da religião. Os cientistas veem a política como suja demais, e ciência não dá voto porque aparece pouco; produtores e roteiristas de cinema e tevê veem o consultor científico como um estraga-prazeres, e ainda por cima retratam pesquisadores como "cientistas loucos"; o processo científico, lento e feito na base da tentativa e erro, é pouco atrativo para o jornalismo, que por sua vez é visto pelos cientistas como simplificador de pesquisas; e o Novo Ateísmo é contraproducente ao espalhar a noção de que é preciso escolher entre a ciência e a crença em Deus – entre ser ignorante cientificamente e ir para o inferno, quem ficaria com a segunda opção? Para os autores, só mesmo um novo Carl Sagan para levar a cabo essa dura tarefa de reconciliar a ciência com a sociedade.

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