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Em “Chocolate”, Omar Sy interpreta o primeiro artista circense negro da história da França. | Divulgação
Em “Chocolate”, Omar Sy interpreta o primeiro artista circense negro da história da França.| Foto: Divulgação

Quem aprecia ou quer conhecer melhor o cinema francês tem oportunidade de iniciar uma maratona nesta quinta-feira (16). O Festival Varilux de Cinema Francês traz a Curitiba e outras 49 cidades um recorte do que foi produzido no país ao longo do último ano. Durante três semanas serão exibidos 16 filmes.

Histórias familiares dão o tom nas comédias

Leia a matéria completa

Entre trabalhos de veteranos e emergentes, a safra desse ano mantém uma tradição: à exceção da animação “Abril e o Mundo Extraordinário”, divide-se em dramas e comédias. A relação de astros, porém, é grande: Julie Delpy, Jean Dujardin (vencedor do Oscar por “O Artista”), Omar Sy (de “Intocáveis”) e Vincent Cassel são alguns deles.

Julie Delpy dirige e estrela “Lolo, o Filho da Minha Namorada”.Divulgação

Um dos destaques é “Chocolate”, em que Omar Sy interpreta o primeiro artista circense negro da França. A história de ascensão e queda do astro evoca um tema que permanece atual, o racismo. “Quis resgatar uma história esquecida e que serve como alegoria da sociedade nos tempos atuais. Espero levar ao público a reflexão: avançamos ou não?”, afirmou o diretor Roschdy Zem, que esteve no Rio de Janeiro participando da abertura do festival.

Festival Varilux

De 16 a 29 de junho no Espaço Itaú e de 30 de junho a 6 de julho no Cineplex Batel. Confira a programação completa no Guia.

Em “Os Cowboys”, de Thomas Bidegain, Finnegan Oldfield vive um jovem que parte com o pai à procura da irmã desaparecida. Em meio à trama familiar, o filme aborda outra questão urgente na Europa, o terrorismo. “Muitos filmes acabaram sendo engolidos pela realidade, mesmo aqueles que, como ‘Os Cowboys’, foram escritos antes das tragédias dos últimos meses”, observa o ator.

“Agnus Dei”, de Anne Fontaine, suscitou debates ao levar a público a história de uma médica que ajuda um grupo de freiras engravidadas na Polônia durante a Segunda Guerra Mundial. Para a atriz Lou de Laâge, apesar de esse ser um drama histórico, aborda uma temática atemporal. “O filme foi apresentado no Vaticano, que agradeceu, dizendo ser um filme terapêutico”, conta.

O jornalista viajou a convite da organização do Festival Varilux.

Programação

Verja quais são os 16 filmes do festival:

Um Amor à Altura

Direção: Laurent Tirard

Refilmagem de uma produção argentina de 2013, “Coração de Leão”. Jean Dujardin, ganhador do Oscar em 2012 por “O Artista”, interpreta um homem pequenino que passa a se relacionar com uma advogada bem-sucedida.

Lolo, o Filho da Minha Namorada

Direção: Julie Delpy

Conhecida como a protagonista de “Antes do Amanhecer”, Julie Delpy dirige e estrela essa comédia na qual vive uma quarentona que se envolve com um homem recém-divorciado. Seu filho, porém, não aprova a relação e tenta destruí-la.

Os Cowboys

Direção: Thomas Bidegain

Exibido no Festival de Cannes do ano passado, o filme chamou a atenção por abordar um tema em voga, o da imigração. Durante um encontro country no interior da França, uma menina de 16 anos desaparece. O pai e o irmão partem então à sua procura.

Um Doce Refúgio

Direção: Bruno Podalydès

Um artista plástico é fascinado pela ideia de um dia poder pilotar um avião. Até que descobre que a engenharia de um caiaque é parecida com a de uma aeronave e resolve construir um. Mas sem que sua esposa saiba.

Agnus Dei

Direção: Anne Fontaine

Baseado em uma história real ocorrida durante a Segunda Guerra Mundial. Uma médica é chamada para socorrer uma freira na Polônia e descobre que há um grupo de religiosas que engravidaram em circunstâncias dramáticas.

La Vanité

Direção: Lionel Baier

Na Suíça, três pessoas se encontram em uma clínica: um idoso que decide pôr fim à vida, a atendente da clínica de suicídio assistido e um russo convidado a ser a testemunha da morte. Em uma noite, tudo pode mudar.

A Corte

Direção: Christian Vincent

Michel Racine é um juiz extremamente rígido, cujas condenações não costumam ser inferiores a dez anos. Pelo menos até encontrar um antigo amor, que faz parte do júri que vai analisar um caso de homicídio.

Um Belo Verão

Direção: Catherine Corsini

Paris, 1971. Período em que a França vive a liberação sexual e o crescimento do feminismo. Vinda do interior do país, Delphine conhece Carole, que vive com o namorado. Logo, as duas se apaixonam e iniciam um caso.

Chocolate

Direção: Roschdy Zem

Omar Sy, astro de “Intocáveis”, vive Chocolat, o primeiro palhaço negro da França. No início do século 20 ele experimentou a glória ao lado do artista Footit (James Thiérrée, neto de Charles Chaplin) ao mesmo tempo que lutava contra o preconceito.

Flórida

Direção: Philippe Le Guay

Aos 80 anos, Claude (o veterano ator Jean Rochefort, um ícone francês) tem crises de confusão e esquecimento, o que obriga a filha mais velha a cuidar dele. De repente, toma uma decisão inusitada: viajar à Flórida, nos Estados Unidos.

Abril e o Mundo Extraordinário

Direção: Frank Ekinci e Christian Desmares

Nessa animação passada em 1941, a França está mergulhada em um cenário pré-industrial quando um casal de cientistas desaparece misteriosamente. A filha Abril parte procurá-los com a ajuda de seu gato falante e de um vigarista.

O Novato

Direção: Rudi Rosenberg

Benoit é um garoto como tantos outros, que, ao ingressar no novo colégio, sofre bullying dos alunos mais populares. Para tentar se enturmar e conquistar uma garota, ele organiza uma festa para toda a turma.

Meu Rei

Direção: Mäiwenn

O filme reúne três nomes conhecidos da cinematografia francesa atual, Vincent Cassel, Emanuelle Bercot e Louis Garrel. Após quase perder a vida em um acidente de esqui, uma mulher revê o passado e tenta se recuperar de uma relação destrutiva.

Marguerite

Direção: Xavier Gianolli

O filme é inspirado na história real de Florence Foster Jenkins, que, coincidentemente, acaba de ganhar uma biografia estrelada por Meryl Streep. Ela é uma mulher desafinada, que canta para amigos e decide se apresentar na Ópera Nacional de Paris.

Viva a França

Direção: Christian Carion

Em 1940, durante a Segunda Guerra, as tropas alemãs se preparam para invadir a França. Contrariando as ordens do governo, moradores de uma pequena vila fogem para tentar a sorte e se proteger da ameaça nazista.

Um Homem e uma Mulher

Direção: Claude Lelouch

Como é tradição, o Festival Varilux exibe um clássico do cinema francês. O escolhido desta edição completa 50 anos de seu lançamento. Vencedor da Palma de Ouro e do Oscar de filme estrangeiro, narra o romance entre dois viúvos.

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