Quando faz filmes com Greta Gerwig, Noah Baumbach presta atenção na geração dela, de 30 anos, e das peculiaridades que deve enfrentar na vida que começa. Quando está sem Gerwig, Baumbach revira os problemas da geração dele, na faixa dos 40 anos.
“O Solteirão” (2010) acompanha alguns dias na vida de Roger Greenberg (Ben Stiller), um quarentão que tenta se recuperar de uma crise que parece ter sido de depressão.
Ele passa a imagem de alguém anestesiado (talvez sejam os remédios), sem interesses de verdade, sem amigos, sem namorada, sem emprego...
Stiller reaparece num filme de Baumbach quatro anos depois, com “Enquanto Somos Jovens”, mais uma vez às voltas com problemas de geração.
Agora, o drama tem a ver com ter ou não ter filhos. Josh (Stiller) e Cornelia (Naomi Watts) tentaram engravidar durante um tempo, mas não conseguiram.
O tempo está acabando – ela diz que já acabou – e os dois tentam seguir com a vida, mas o mundo não sabe o que fazer com eles.
Os amigos ao redor do casal estão com bebês pequenos e os dois se sentem perdidos, a ponto de fazer uma amizade estranha com um par de jovens de 20 anos.
O melhor filme de Baumbach não fala nem da geração dele, nem da Gerwig, mas sim da dos pais do cineasta.
“A Lula e a Baleia” (2005) conta como uma família lida com a separação dos pais e se inspira na família do diretor.