“O Pequeno Príncipe” é um desses clássicos da literatura que pertencem ao povo – não à toa existe a chacota de que é o livro preferido das misses, mas também integra com frequência as listas de leitura das escolas.
Talvez a forma como usa metáforas para falar de coisas adultas faça com que seja apreciado por tantos públicos diferentes.
Por isso, não se sabe como o brasileiro reagirá à animação de mesmo nome que estreia nesta quinta-feira (20) nos cinemas.
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O menino de roupas verdes está lá, e as sensações que ele provoca lembram a leitura do livro. Mas a história é outra, uma narrativa maior que engloba o enredo do principezinho e de certa forma lhe serve de continuação. E nem sempre o espectador aceita que se “mexa” na obra, utilizando seu universo para criar algo diferente. Resumindo, não se trata de uma versão do livro para as telas.
Dito isso, à trama: uma menina se muda para um bairro novo em sua cidade sombria, onde a mãe controladora determina cada minuto das atividades das férias de verão, com o objetivo de prepará-la para uma escola de elite.
As longas horas sozinha em casa acabam sendo passadas ao lado de um novo amigo, o velhinho que mora ao lado e que se revela o aviador da história do “Pequeno Príncipe” (vale reler o livro antes de ir ao cinema).
Além da casa cheia de apetrechos para colorir a vida da garota sem nome, ele tem uma incrível história para contar: justamente sobre um príncipe que vivia sozinho num planeta e que amava uma rosa... O ponto alto do filme é utilizar um estilo diferente de animação (stop motion) para narrar essas memórias do velho. O restante é feito em técnica digital.
Quando está rememorando, o desenho feito com bonecos construídos em massinha revela a efemeridade da memória, adquirindo um traço mais poético.
Ao lado dessa sutileza visual, o filme começa com um grande potencial emotivo, sugerido pelo relacionamento da pequena e sensível garota com a mãe “megera”. Mas a promessa de catarse psicológica, na metade da história, se transforma em filme de ação, com direito a risco de morte, muita correria, máquinas devoradoras e salvamentos no último segundo.
Enquanto isso, a mãe é deixada de lado. Quando volta, a transformação já está feita e ela passa a compreender a filha e suas necessidades, como num passe de mágica. É que a mágica está presente desde o começo, e seu mago é o Pequeno Príncipe.
Outro ponto forte é que a fantasia sugerida pelo desenho permite a coexistência de mundos paralelos, bem como de temporalidades simultâneas – mesmo numa animação infantil, isso nem sempre acontece.
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