Will Ferrell surgiu na TV, no programa humorístico “Saturday Night Live”. No cinema, ele erra e acerta, mas sempre puxa boas bilheterias.
Ferrell é melhor ator do que parece. Quando tem nas mãos um roteiro exigente, ele entrega uma boa atuação, como na comédia afiada “O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy” (2004) ou no drama do absurdo “Mais Estranho que a Ficção” (2006).
Quando parte para comédias mais rasteiras, Ferrell fica numa zona de conforto, criando tipos agradáveis que oscilam entre “o sacana de bom coração” e “o bobão que merece ser feliz”.
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Lançado no dia do Natal nos cinemas americanos, “Pai em Dose Dupla” arrecadou quase US$ 140 milhões (cerca de R$ 570 milhões) em um mês de exibição, o que não é pouco. Seus maiores méritos para isso são algumas boas piadas no roteiro e os atores certos nos papéis adequados.
Ainda assim, é o ator cômico mais valoroso de sua geração que veio da TV. Deixa para trás Adam Sandler, Jason Sudeikis e Andy Samberg, para ficar só entre seus ex-colegas de programa.
Em “Pai em Dose Dupla”, que estreia nesta quinta (28), seu personagem tem bom coração e quer ser feliz com os enteados. Tudo vai bem até que o ex da mulher dele e pai biológico dos garotos resolve aparecer e reconquistar a simpatia da prole.
Aí entra Mark Wahlberg, outro nome querido pelo público americano. Ator de personagens durões, mas com algum charme, ele tem uma coleção de boas bilheterias e bons desempenhos aqui e ali (“Os Infiltrados”).
“Pai em Dose Dupla” é cinema de distração, sem ofender a inteligência de ninguém.
Quem considera o preço do ingresso caro pode esperar para vê-lo na TV. Para ser visto enquanto a família espera a macarronada.
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