Os dramas barras-pesadas do cinema francês não estão mais sozinhos. Com igual potência e qualidade, as comédias produzidas na terra de Gérard Depardieu conquistaram o público e ganharam seu lugar ao sol, com direito a destaque no Festival Varilux de Cinema Francês deste ano, que começa na próxima quinta-feira (18), em Curitiba.
Amor cura tudo
Atriz premiada em Cannes, Emmanuelle Bercot é um dos nomes do Festival Varilux com direção de filme que trata sobre delinquência juvenil
Leia a matéria completaDos 16 longas-metragens que serão exibidos até o dia 24 de junho, seis deles são para fazer rir (outros sete são de gênero cômico, mas misto). Entre eles, a dupla gaulesa mais engraçada dos quadrinhos, Asterix e Obelix, em Asterix e o Domínio dos Deuses, e os filmes “mais adultos” Papa ou Maman e Sobre Amigos, Amor e Vinho.
“Samba” fala sobre imigração com humor
Sem cair no marasmo do que é feio ou bonito, certo ou errado, a trama coloca em xeque os problemas dos “sans-papier”
Leia a matéria completaMas, embora divertidas, muitas das comédias dessa edição do Varilux também têm seu papel crítico. Que Mal Eu Fiz a Deus?, maior sucesso de público da França no ano passado – com um alcance de 12 milhões de espectadores –, insinua de forma burlesca a prevalência do conservadorismo religioso na França bem como o preconceito racial.
Programe-se
O Festival Varilux será exibido no Espaço Itaú, no Shopping Crystal. Os ingressos variam de R$ 16 a R$ 24.
18 de junho – Quinta-feira
Gemma Bovery – A Vida Imita a Arte (13h30)
Sexo, Amor e Terapia (15h25)
Os Olhos Amarelos dos Crocodilos (17h10)
Beijei Uma Garota (19h25)
De Cabeça Erguida (21h10)
19 de junho – Sexta-feira
Na Próxima, Acerto no Coração (14h)
Diário de Uma Camareira (16h05)
Hipócrates (17h55)
Que Mal Eu Fiz a Deus? (19h50)
Papa ou Maman (21h40)
20 de junho – Sábado
Asterix e o Domínio dos Deuses (13h45)
O Preço da Fama (15h25)
Que Mal Eu Fiz a Deus? (17h35)
Samba (19h25)
Gemma Bovery – A Vida Imita a Arte (21h40)
21 de junho – Domingo
De Cabeça Erguida (13h45)
Asterix e o Domínio dos Deuses (16h)
O Homem do Rio (17h40)
Hipócrates (19h45)
Sexo, Amor e Terapia (21h40)
22 de junho – Segunda-feira
Samba (13h)
Beijei Uma Garota (15h15)
De Cabeça Erguida (17h)
O Diário de Uma Camareira (19h15)
Os Olhos Amarelos dos Crocodilos (21h05)
23 de junho – Terça-feira
Que Mal Eu Fiz a Deus? (13h30)
Samba (15h20)
Gemma Bovery – A Vida Imita a Arte (17h35)
Sobre Amigos, Amor e Vinho (19h30)
O Que As Mulheres Querem (21h25)
24 de junho – Quarta-feira
O Que As Mulheres Querem (13h30)
Sobre Amigos, Amor e Vinho (15h40)
Papa ou Maman (17h35)
O Preço da Fama (19h15)
Na Próxima, Acerto no Coração (21h25)
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No centro da história, o casal católico Verneuil – brilhantemente interpretado por Christian Clavier e Chantal Lauby – têm de aprender a aceitar genros de nacionalidades e religiões diferentes, mas encaram como um desafio maior assentir o casamento da filha mais nova com um homem negro.
Tão delicadamente sagaz é Beijei uma Garota, cujo personagem principal é do ator Pio Marmai, um dos artistas mais requisitados da França. Nesta comédia, Jéremie, que está de casamento marcado com outro homem, vê sua vida balançar após conhecer uma adorável garota sueca.
A produção, segundo Marmai, teve “sucesso relativo” na França, desempenho que o ator justifica por causa do próprio reacionarismo francês.
“É interessante ver que [o filme] teve sucesso só nas grandes cidades. Fora das grandes cidades, não teve sucesso. Isso mostra que a sexualidade ainda é uma questão sensível e problemática na França”, diz o ator.
Mulheres
Em seu primeiro filme como diretora, a atriz Audrey Dana decidiu bater de frente com o tratamento dos personagens femininos do cinema com O Que as Mulheres Querem. Na ideia de desmistificar a meiguice feminina, ela propõe ao espectador acompanhar as histórias amorosas de 11 mulheres diferentes, que, entre idas e vindas descobrem novas maneiras de serem felizes.
“Eu me dei conta de que a maioria das comédias são lideradas por homens e, quando nós temos mulheres nesses filmes, elas são sempre ou doces ou malvadas. Mas as mulheres são muito mais complexas, muito mais interessantes do que isso”, argumenta a diretora, que gostou do trabalho e adiantou já estar fazendo uma nova produção sobre o tema, no longa inicialmente intitulado de If I Were A Man (“Se Eu Fosse Um Homem”).
“Os homens estão sempre tentando nos colocar para trás dizendo que, em alguns casos, as mulheres tentam ser como eles. É uma grande mentira”, explica. O filme deve estrear em 2016 na França.
*A jornalista viajou a convite do Festival Varilux de Cinema Francês.
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