Um caçador à beira da morte no século 19, o primeiro transexual da história, um comunista perseguido, um astronauta em busca da sobrevivência e um gênio da tecnologia. São esses os cinco personagens incorporados por aqueles que disputam o Oscar de melhor ator no próximo domingo (28).
Entre eles, apenas um tem uma estatueta em casa, situação que se repete entre os coadjuvantes. Confira a seguir quem são os dez concorrentes nas duas categorias.
Ator
No cinema é provável que você não se lembre de nenhuma aparição marcante dele. Mais fácil associá-lo ao nome Walter White. Ele mesmo, o astro da série “Breaking Bad” que dá vida a Dalton Trumbo, roteirista que durante o período da Guerra Fria foi perseguido e banido de Hollywood por sua ligação com o Partido Comunista. Cranston assume de forma impressionante os trejeitos e o temperamento complexo do personagem. É a sua primeira indicação.
O ator britânico ganhou fama em 2014, ao interpretar o gênio Stephen Hawking em “A Teoria de Tudo”. De quebra, faturou o Oscar da categoria no ano passado. Agora, busca o bicampeonato assumindo o papel do pintor Einar Wegener, primeira pessoa a realizar uma cirurgia para mudança de sexo, em 1930. Apesar de alguns clichês, Redmayne é tido como o principal adversário de Leonardo DiCaprio, grande favorito na disputa.
Poucas vezes se viu tamanha comoção em torno de uma indicação como agora, quando muita gente espera que finalmente DiCaprio fature seu primeiro Oscar. O ator, que recebeu sua quinta indicação ao prêmio, se submeteu inclusive a sacrifícios físicos para incorporar Hugh Glass, o caçador que busca vingança após ser atacado por um urso e abandonado pelos colegas. E, justiça seja feita: grande parte da força de “O Regresso” está nele.
Dos cinco indicados, Matt Damon é o único que interpreta um personagem fictício, o astronauta abandonado em Marte durante uma expedição que precisa se virar para sobreviver. A interpretação já lhe rendeu o Globo de Ouro na categoria comédia ou musical (ainda que não seja lá muito engraçado). Como ator, foi indicado outras duas vezes e não ganhou, mas já tem um Oscar como roteirista (junto com Ben Affleck) por “Gênio Indomável”.
Steve Jobs, o fundador da Apple, era uma personalidade complexa. Ao mesmo tempo que era um gênio da tecnologia e do empreendedorismo, levantava controvérsias sobre seu caráter. Fassbender conseguiu apreender essas nuances de forma assombrosa, sendo um dos responsáveis pelo brilhantismo do filme de Danny Boyle. Em 2014, concorreu como ator coadjuvante por “12 Anos de Escravidão”.
Ator coadjuvante
Dos concorrentes na categoria, Bale é o único que já tem uma estatueta, conquistada em 2011 por “O Lutador”. Em meio a um elenco dos mais afiados, ele consegue se destacar em “A Grande Aposta” como o investidor esquisitão que estuda os números do mercado financeiro trancado em uma sala, descalço e ouvindo heavy metal. Seu personagem chega até a ser irritante, o que não é uma crítica.
Ele é daqueles atores discretos, que ainda não tiveram um grande papel como protagonista, mas sempre cumprem sua função com eficiência. Tanto que já vai para sua terceira indicação como coadjuvante. No caso de “Spotlight”, seu desempenho como um repórter ansioso e obstinado nem é tão brilhante, mas está à altura do elenco competente que faz o filme funcionar muito bem.
O ator britânico é o rosto menos conhecido entre os indicados, mas tem uma carreira sólida na televisão. Nesse ano ganhou os holofotes e a primeira indicação ao Oscar ao roubar a cena de Tom Hanks como o espião soviético preso pela CIA durante a Guerra Fria. No Globo de Ouro deste ano, além de ser indicado pelo mesmo papel, concorreu também como ator para filme de TV por “Wolf Hall”.
Assim como para Leonardo DiCaprio, também há uma torcida generalizada para que Stallone repita a dose do Globo de Ouro e leve para casa o Oscar. Ele desempenha muito bem o papel que o consagrou, do boxeador Rocky Balboa, agora exercendo a função de treinador. Porém, mais do que pela interpretação em si, a estatueta viria como um reconhecimento pela carreira do ator, um dos mais queridos de sua geração.
Há quem diga que o melhor de “O Regresso” não é o incensado DiCaprio, mas o britânico Tom Hardy, que teria tudo para se consagrar em 2015 como o novo Mad Max. No filme de George Miller ele acabou sendo engolido por Charlize Theron, mas aqui ele arrebenta como o vilão que foge do maniqueísmo comum às produções hollywoodianas. Pode ser frio, cruel, mas não desprovido de humanidade.
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