A história de James Randi é uma prova de quanto pode ser difícil colocar um pouco de racionalidade na cabeça de quem quer ser enganado. E uma prova de que muita gente quer ser enganada – por falsos profetas, pastores inescrupulosos e mágicos que fingem ter poderes sobrenaturais para ganhar algum dinheiro com isso.
Randi lutou contra esses tipos a vida toda e, apesar de sua genialidade, viu as farsas se repetirem mais e mais vezes.
Mágico por formação, James Randi se especializou em desmascarar gente que usa truques para fingir ser o que não é. Por isso o documentário sobre sua vida, disponível na Netflix, tem o título de “An honest liar”, um mentiroso honesto.
Mágicos, diz ele, avisam para as pessoas que aquilo que estão fazendo é uma ilusão. Não mentem sobre seus “poderes”. Quando alguém usa os mesmos recursos para fingir que tem acesso ao sobrenatural, a mentira deixa de ser honesta.
Randi foi responsável por desmascarar o israelense Uri Geller, um tipo curioso que ficou famoso nos anos 1970 indo à tevê para entortar objetos metálicos “com a força da mente”. Geller tinha passado por testes em laboratórios para provar que não era uma fraude e chegou a convencer alguns céticos. Não Randi, que diz ter aprendido os truques de Geller “em caixas de cereais” quando era pequeno.
Acidente
Especialista em escapadas, Randi passou a se dedicar ao desmascaramento de fraudes principalmente depois que um truque seu deu errado e ele fraturou duas vértebras. Aos 87 anos, insiste no que sempre acreditou – no entretenimento que a magia pode trazer e no combate aos que usam seus truques para fazer mal.
O primeiro duelo dos dois aconteceu em um programa de entrevistas. Randi não pôde ir confrontá-lo diretamente, mas passou instruções para o contrarregra do programa sobre como preparar os materiais para evitar a fraude. Curiosamente, Geller teve seus poderes sobrenaturais “bloqueados” ao vivo.
Depois, Randi colou no israelense – ia a cada programa depois dele, fazendo exatamente os mesmos truques. Mas chegou a ouvir de apresentadores que a diferença é que Geller não empregava mágica para fazer aquilo.
Randi também desmascarou um televangelista que “adivinhava” o nome das pessoas na plateia e quais eram seus problemas. Mandava que as pessoas jogassem remédios fora e confiassem apenas na sua cura.
Randi descobriu, por meio de tecnologia, que ele usava um ponto no ouvido. Mesmo assim, Peter Popoff continuou na tevê, fazendo sucesso, agora vendendo a milagrosa água que, segundo ele, teria evitado que cristãos morressem no acidente nuclear de Chernobyl.
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