Colocar uma situação familiar para ser retratada é sempre um risco: pode ficar excessivamente pessoal,e não gerar tanta empatia com o espectador. Não é o que acontece em “El Tiempo Nublado”, documentário da cineasta paraguaia Arami Ullon, que estreou na quinta-feira (11) no Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. O filme será reprisado no domingo (14), às 19h30, no Espaço Itaú de Cinema.
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Arami vive na Basileia, capital cultural da Suíça há anos, e precisa voltar para Assunção, no Paraguai, para resolver um impasse com a mãe, Mirna, que sofre de epilepsia e Parkinson: a doença está avançando e a família tem dificuldades de arranjar uma cuidadora – Julia, a atual, quer se demitir.
Sobrecarregada, Arami precisa resolver sozinha o problema e viaja para a o país natal. Ela é a filha, mas é a principal provedora. O seu pai, que é separado da mãe, não ajuda muito, seja em atitudes ou financeiramente. As cuidadoras se cansam facilmente do trabalho, e da personalidade forte de Mirna. Fora que as profissionais não são enfermeiras, o que expõe as duas constantemente a riscos.
Com uma vida na Basileia, Arami se sente dividida. Fora que, quando criança, foi ela quem cuidou da mãe. Ela e o marido cogitam possibilidades, como levar a mãe para a Suíça – o que requer uma quantidade de dinheiro que o casal não tem.
O filme acaba sendo um acerto de contas entre as duas, que enfrentam seus passados e seus erros, além de falar de velhice, culpa e relações familiares, com uma sutileza e realismo que emocionam.
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